Cap. 25: Olhos cor de vento.

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No capítulo anterior de Uma Tomboy em Nanba;

Aqueles olhos... Nunca vi um olho daquela maneira...

Seus olhos...

Eram...

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Pov; (S/N)

Olhos... Olhos cor de vento, seria a definição mais apropriada para ele. Um vento calmo que um dia já vivenciou grandes tempestades.

Os olhos de Mitsuru eram brancos, não só sua íris mas também sua pupila... Olhos totalmente brancos onde você não poderia saber para onde ele está olhando.

Mitsuru - *suspiro* Eu sei... A minha vida inteira todos a minha volta me chamavam de "olhos malditos"... - Falou de forma melancólica ele.

Poderia jurar que ele está tentando desviar seu olhar para não ver a possível cara de decepção que faria. Mas ele estava errado sobre isso.

Tento esconder minha empolgação com aquilo, já que sempre amei as coisas fora do comum.

- Você está tentando desviar o olhar, não está? - Pergunto de forma mais serena possível que consigo.

Mitsuru - Mas como–   O interrompo.

- Olha, mesmo que eu não consiga ver sua íris ou sua pupila, sua expressão e modo como age, sempre vai deduzir suas intenções. Eu não sei o por quê de chamá-lo de "olhos malditos", você ainda continua lindo e maravilhoso assim. Prefiro do jeitinho que você é! - Falo essa última parte sem pensar.

Mitsuru vem com tudo para cima de mim, me dando um grande abraço, que acabo por sentir algumas lágrimas dele caírem em minhas costas e dele sussurrar uns "obrigado" para mim. Podia jurar que sua intenção original era de me beijar.

"Eu não sei do seu passado e você não sabe do meu... Mas isso é o suficiente para eu confiar em você" - Penso aquilo enquanto faço um cafuné nos fios de cabelos negros bagunçados de Mitsuru.

Depois de alguns segundos daquele jeito, eu e ele nos arrumamos para podermos finalmente trabalhar.

Posso dizer que ficamos mais próximos com isso e... Talvez eu esteja começando a vê-lo com outros olhos.

11:23 = 11:23 am
Estação de trem do prédio 14.

Finalmente havia chegado no meu prédio, e a viagem inteira até aqui eu não conseguia parar de pensar naqueles olhos de vento.

Camila - Já não era sem tempo! Por que demorou tanto? - Reclamava ela enquanto se aproximava de mim.

- Eu não te avisei? Eu estava resolvendo um problema com o Mitsuru. - Digo claramente irritada enquanto ando até minha sala.

Camila - Sei... Problemas, hein? Agora transar tem esse nome é? - Perguntou enquanto me seguia.

- Não é Ave Maria, mas é cheia de graça. - Resmungo sem paciência.

??? - Até que enfim você chegou, já estava indo até seu dormitório para te arrastar para o trabalho! - Disse em um tom alto uma voz famíliar.

"É a Leona, agora fudeu de vez" - Penso temendo a conversa que terei a seguir.

- Leona minha querida, tava mesmo querendo Não falar com você hoje. - Digo na maior cara de pau.

Leona - É melhor você se explicar. Por que demorou tanto para vir trabalhar? - Perguntou enfurecida.

- Se eu te disser que foi porque dormir demais você acredita? - Pergunto "inocentemente".

Leona - Óbvio que não! Agora desemboca logo. - Ordenou.

- Quero não, falo não! Seu a Supervisora daqui, a manda-chuva do prédio. Então não lhe devo satisfação da minha vida pessoal. - Respondo com autoridade.

Leona apenas range os dentes e sai pisando forte. Não entendo essa atitude imatura dela, mas apenas ignoro e sigo minha rotina normalmente.

As outras guardas ficaram preocupadas comigo por eu ter me atrasado, pensaram que eu estava doente ou algo parecido.

Mas eu esclareci (menti) sobre a situação e tudo ficou bem... Digo, ficou bem até a Kimi inventar que eu só demorei a vir trabalhar por que ontem a noite fiquei acorda transando com o Mitsuru.

O dia passou, e eu não parava de lembrar daqueles olhos de visão misteriosa que, Mitsuru carregava em si.

Como as pessoas o julgaram mal só por causa disso? Acho tão lindo tudo o que é fora do comum. Talvez seja por isso que não paro de pensar naqueles olhos... Olhos cor de vento.

23:22 = 11:22 pm

Estava no meu dormitório sozinha e, por obra do destino, eu não consegui dormir até agora. Rolava de um lado, rolava de outro, e nada do sono vir.

Enquanto eu guerreava comigo mesmo em busca da vitória (sono), ouço a porta do dormitório se abrir. Me preparei para dar uma voadora em quem quer que fosse o intruso.

Mas segundos antes de eu acertar, vi que era Mitsuru, e de algum jeito ao invés de eu dar-lhe uma voadora, acabei apenas caindo em cima dele.

Mitsuru - (S/N)? O que houve? Por que você está em cima de mim? Não era para ser ao contrário, e ainda na cama? - Perguntou com uma cantada no final.

- To começando a não me arrepender em te ter confundido com um intruso. - Falo levemente irritada.

Mitsuru - Ah, agora entendi. Mas você não deveria estar dormindo? - Perguntou enquanto eu saída de cima dele.

- Sim, mas a insônia veio, e agora não consigo dormir. - Digo isso e em seguida o ajudo a se levantar.

Mitsuru - Entendi. Bom nesse caso vou tomar banho e depois te ajudo a dormir. - Falou poucos segundos depois de ter ligado o interruptor do dormitório.

- Não sou mais uma criança. - Reclamo voltando a me deitar na cama.

Mitsuru apenas fica cantarolando e logo ele vai para o banho, não demora muito e o vejo sair do banheiro, apenas com uma cueca box preta com desenho de guitarras azuis. Ele também não usava mais seus óculos.

- Se seu plano é transar comigo, já vou dizendo que to de TPM. - Aviso ao me cobrir pelo fofo cobertor de Mitsuru.

Mitsuru - Por favor (S/N), não sou tão canalha assim. É só para eu dormir melhor. - Disse enquanto erguia seus braços em sinal de redenção.

Mitsuru desliga as luzes e logo em seguida se aconchega ao meu lado na cama.

"Por que ficar perto dele assim é tão confortante? ... Acho que ele é realmente especial" - Esse foi meu último pensamento antes de cair no sono.

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Espero que tenham gostado deste capítulo e, até a próxima gente má.


Uma Tomboy em Nanba ( Mitsuru Hitokoe x reader)Where stories live. Discover now