𝑪𝒊𝒏𝒄𝒐

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— 𝐶𝑎𝑠𝑡𝑒𝑙𝑜 𝐷𝑒 𝑉𝑖𝑑𝑟𝑜 —

O carro atravessou um portal gigantesco que ostentava uma placa de mármore elevada no arco de entrada, com letras garrafais escrito "EMBAIXADA DA REPÚBLICA"

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O carro atravessou um portal gigantesco que ostentava uma placa de mármore elevada no arco de entrada, com letras garrafais escrito "EMBAIXADA DA REPÚBLICA". Ben apresentou um cartão para um leitor de dados, que ascendeu uma luz verde e em seguida fez com que as barreiras cilíndricas baixassem ao nível do chão, permitindo a entrada do veículo.


Inicialmente, ruas dividiam blocos de prédios baixos com janelas espelhadas, adornando um centro onde estabelecimentos exibiam um fluxo de pessoas bem vestidas caminhando. Parecia um centro comercial arborizado, com áreas para sentar, lojas e até mesmo estações de ônibus.

Avançando mais, um edifício imponente e distante do centro fervoroso, surgiu em nosso campo de visão, ostentando uma fachada de vidro, com arcos geométricos que iam do chão ao topo. Parecia um castelo pelo tamanho, e uma contrução no estilo Bauhaus.

Novamente em um estacionamento, sou guiada até a parte externa. Ben me entrega óculos escuros e um boné.

— Você vai entender depois — diz ele, assim que faço uma careta de desdém.

Os seguranças eram como uma sombra em meu encalço, acompanhando cada passo. Ben calou-se durante o restante do percurso, sem fazer mais perguntas ou questionar minha tal "amnésia seletiva derivada de transtorno pós-traumatico".

Contornamos uma entrada tumultuada, cheia de homens com câmeras postas – paparazzi.  Avançamos mais alguns corredores vazios e finalmente uma porta vai-vem metálica surge à nossa frente.

Absolutamente tudo gritava Vanguarda dentro do prédio, desde os móveis dispostos pelo saguão até a simetria das paredes, escadas, parapeitos... Tudo. Pontes de vidro ligavam os quatro lados, assim como escadas rolantes, escadas rolantes, ligavam os andares.

Não posso apreciar a beleza arquitetônica do lugar por mais nem um minuto, pois sou arrastada rapidamente para dentro de um elevador de vidro, como tudo por aqui.

Tenho a sensação de que qualquer pisada errada, com mais força, ou qualquer pesinho extra posto nesse chão, pode pôr construção à baixo.

Parece um castelo de cartas feito de plaquinhas de gelo.

O elevador tinha vista para fora. Pude contemplar a grandiosidade daquele lugar que parecia uma pequena cidade independente.

Subimos até o trigésimo terceiro andar.

Uma placa indicando "Residencial" estava posta na parede de frente para o elevador.

O corredor não era um show de exibicionismo vanguardista como o primeiro andar, mas, em contra partida, parecia mais aconchegante, mais próprio para ser denominado como parte da "ala residencial".

Paramos em frente à porta 3309.

Ben encostou sua pulseira-relógio em um dispositivo na parede, que emitiu um clique de destrave nas fechaduras.

— Este é seu apartamento. — Ele abre a porta e um cômodo enorme se estende para todas as direções.

É como atravessar um portal mágico; ou, ironicamente, um espelho.

O apartamento está quase vazio, mas ainda sim é surpreendente. Caberiam uns cinquenta do meu aqui dentro.

Não há divisões nítidas de cômodos, apenas divisões feitas por cores e materiais diferentes no piso, uma bancada no que deve ser a cozinha, e divisórias de madeira vazada.

Cozinha, sala, quarto. É nessa ordem que meus olhos percorrem da direita para a esquerda, engolindo cada detalhe.

— O banheiro fica próximo ao closet no quarto, mas há uma lavabo aqui — diz Ben, como se tivesse lido meus pensamentos. Ele sinaliza o local do lavabo.

Há panos brancos por todos os móveis, inclusive os da cozinha. Apesar de toda magnitude, o apartamento cheirava a poeira e mofo.

Haviam algumas caixas de papelão empilhadas em um canto, grampeadas com um papel escrito "artefatos pessoais da Srta. Tza'Okyi".

Uma grande janela de vidro, ocupando uma parede inteira do chão ao teto, proporcionava uma visão da paisagem tecnológica e urbana, cheia de luzes e informações para todo lado.

Tanto vidro.

Decido ir até o quarto, encontrando uma cama enorme em um pedestal de madeira escura. Parece tão confortável.

Os dois homens me explicam algumas normas de segurança, exigindo que eu os chame em qualquer sinal de estranheza que eu notar. Depois disso, partem para fora do apartamento e indicam que irão entregar seus relatórios para seu chefe. Durante as noites, haverá pelo menos um deles de vigia na porta, só por precaução.

Paralelamente a isso, Ben termina de me mostrar mais algumas coisas básicas no quarto e revela que a limpeza do prédio ocorre à noite, para que pela manhã tudo continue impecável. Ele também oferece para que eu solicite um quarto na "ala-hotel", mas digo que estou bem aqui.

Assim que ele parte, não resta ninguém no quarto. A enfermeira pessoal viria durante a madrugada para fazer um check-up preventivo e rotineiro, então até lá, posso finalmente relaxar e pensar sozinha.

Ela não fez muitas perguntas sobre minha saída do carro no trânsito, contudo advertiu que eu não deveria ser vista pelas alas públicas da Embaixada. Segundo suas recomendações, eu só poderia transitar livremente após o "anúncio oficial de retorno", que seria em alguns dias.

A assistente pessoal também explicou que boa parte da limpeza na Embaixada acontecia durante a noite, um horário onde ninguém veria os empregados perambulando pelos corredores com a sujeira da elite, por isso, assim que a noite chegasse, começaria a limpeza.

Um folheto com um cronograma estava fixo na porta da geladeira com um ímã. Nele, constavam: treinos e exercícios físicos, provas de roupa no ateliê de uma tal "Kimmy", coletiva de imprensa, reuniões com o Conselho e algumas aulas de idiomas estrangeiros.

Uau. Tantas atividades.

Foi um tanto quanto difícil aprender a usar o pequeno objeto que parecia controlar desde a luz até a intensidade da claridade na janela. Não haviam cortinas, o blackout era realizado através do escurecimento do vidro até que um breu dominasse o interior do quarto.

Entro em uma porta que dá em um closet organizado. As paredes são armários setorizado e há três pequenas ilhas de gavetas entre eles. Um divã branco está na ponta de uma ilha, assim como um espelho no fundo do cômodo.

Não ouso olhar para mim mesmo. Tenho medo do que vou ver, não olhei para meu reflexo desde que atravessei o espelho.

Sei que meu cabelo está mais longo, consigo senti-lo roçar na metade das costas. Também sei que estou mais magra, pois meus dedos, braços e pernas parecem mais esqueléticos. Já meu rosto, tenho medo de não me ver, de realmente não ser a mesma Joy. Ou pior, meu reflexo se mover de novo.

Deixo o closet e volto para o quarto.

Deitei na cama extremamente confortável. Rolo algumas vezes até que as caixas de papelão entram em meu campo de visão.

Abro uma delas, por curiosidade. Encontro cadernos, livros, folhas soltas e alguns materiais de escritório.

Passo para as outras caixas. Não há nada além de papel e documentos com muitas páginas. Levaria horas, talvez dias, até que tudo fosse lido e analisado. Pondero sobre ler algo, mas desisto assim que vejo que já passam das onze da noite.

「𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐌𝐈𝐑𝐑𝐎𝐑𝐒」⊰⊹ฺTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang