𝑸𝒖𝒊𝒏𝒛𝒆

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— 𝑆𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒, 𝑆𝑢𝑜𝑟 𝑒 𝑆𝑜𝑐𝑜𝑠 —


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Algo interessante em ser um Troféu neste país era que eu possuía certa liberdade para solicitar qualquer coisa que beneficiasse a mim mesma, e de graça.

Uma semana depois do julgamento de Felício, decidi aceitar a recomendação de Kimmy para fazer aulas de defesa pessoal com Hester. Apesar de Felício estar morto, ele ainda assombrava meus pensamentos e atormentava meus sonhos. Concordar com essa aula também foi como uma garantia de que saberia lutar, caso um... incidente ocorresse de novo.

— Mais força! Está socando como uma criança de oito anos — repreendeu a treinadora, que me observava socar o saco de areia com luvas de boxe.

Inspiro fundo e tento puxar qualquer fio de força para atingir o saco novamente.

— Ainda não está bom! Precisa por raiva nesses socos. Tente pensar em alguém que você odeie, imagine que está treinando para socar essa pessoa amanhã quando avista-la.

Agarro o interior das luvas com mais intensidade, sentindo o tecido roçar contra minhas unhas.

Tento novamente. Uso toda força que consigo reunir nos punhos para acertar aquele saco de areia.

Dou mais dois socos, alternando as mãos.

— Encontre sua fúria e canalize para os socos. Este é o combustível aqui, se não encontar a raiva, estará dando vantagem para seu adversário encontar a dele mais facilmente — reclamou Hester mais uma vez.

Giro a cabeça, tentando liberar a tensão nos músculos do pescoço.

Minha respiração estava ameaçando ficar desregulada.

Puxei o ar novamente e encarei o saco de areia. No momento em que a frase de Hester ecoou em minha mente, o rosto vermelho de Felício surgiu. Suas mãos fortes segurando meus pulsos, cada tapa dele estalando contra minha pele. Soquei aquele saco com toda raiva da minha incapacidade de devolver aqueles tapas nele. Um após o outro, como se fosse ele recebendo meus punhos.

Minhas mãos suavam, então decidi tirar as luvas para continuar batendo.

Hester protestou algo, mas já era tarde demais. Estava tomada por um ódio mortal, de todas as vezes em que aquele rosto atormentou meus pesadelos, que me arrastou daquele cofre, que me causou tanta dor. Eu não pararia até ver sangue dele manchar o chão, exatamente como ele fez comigo.

— Joy! Joy, chega! O que está fazendo? — Carter está segurando meus braços para trás. De repente, sinto uma dor subitamente tomar conta das minhas mãos.

Estou ofegante. Pisco algumas vezes antes de sair completamente do transe em que entrei segundos atrás.

Hester está boquiaberta, com um pedaço de pano nas mãos e uma bolsa de gelo na outra.

「𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐌𝐈𝐑𝐑𝐎𝐑𝐒」⊰⊹ฺOnde histórias criam vida. Descubra agora