𝑫𝒆𝒛𝒆𝒔𝒔𝒆𝒕𝒆

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— 𝐸𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑣𝑒𝑧... A̶m̶i̶g̶o̶s̶  —

Sigo Carter para fora da área da pista de danças até de volta ao bar

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Sigo Carter para fora da área da pista de danças até de volta ao bar.


Ele pede água e eu peço um suco de frutas tropicais.

— Rebeca me disse algumas coisas sobre meu passado — conto, evitando mencionar que ela utilizou hipnose, na verdade.

— Rebeca é uma mentirosa. Não sei o que te contou, mas provavelmente é mentira — afirma ele, dando um gole na água.

Mordo o interior da boca, realmente contendo minha vontade de dizer que sei da verdade porque vi com meus próprios olhos.

— Pode ser. Mas acho que estão num mesmo patamar, na verdade todos estão. Tudo que podem fazer é dizerem suas verdades e esperarem que eu acredite nelas. — Exceto Rebeca, porque ela me mostrou, completo mentalmente.

— Não é como se fosse difícil, já que é tudo que você tem para se apoiar.

— Ah sim, histórias equivalentes a "uau, você matou um dragão com uma espada-lazer ultrabrilhante" são incrivelmente fáceis de acreditar — digo sarcástica, brincando com o canudo.

Carter dá uma risada fraca.

— O que estamos fazendo? — Pergunta ele, sem parecer estar fazendo piada.

— Eu acho que conversando — respondo meio sem graça, sem saber o que ele queria saber exatamente.

— Uau! Acho que é nossa primeira conversa normal desde que voltou. Marco impressionante!

— Sim! E faz o que? Mais de cinco minutos? Talvez dez? E até agora não me disse nenhuma metáfora! Avanço histórico, eu diria.

— Isso é uma trégua?

Encaro ele por alguns segundos, que se tornam incrivelmente constrangedores porque não sei o que dizer, então apenas digo o que vem à minha mente:

— Não. Absolutamente não. Ainda não tenho uma opinião formada a respeito do seu caráter. Sem contar que foi você quem decidiu ser um extremamente rude comigo me ignorando de maneira infantil.

Arregalo os olhos, impressionada com minhas próprias palavras.

Ele solta uma risada de verdade.

— Tudo bem. Você quem sabe. Mas, acho que pode criar uma opinião bastante consistente a respeito do meu caráter, já que fui até o litoral para te salvar.

— Você e mais uma dúzia de pessoas. Imagino que isso deva ser parte do seu trabalho, não é?

— Um obrigado seria o suficiente.

Suspiro com um peso na consciência. Tudo bem, ele realmente me salvou, mas admitir isso, mesmo que na minha cabeça, é um pouco humilhante diante da nossa relação.

— Sem trégua. Sem agradecimentos, elogios, ou qualquer tipo de coisa que possa beneficiar o ego do outro.

— Acha mesmo que isso é para o meu ego?

Carter arqueia uma sobrancelha.

— Carter, eu sei que tivemos algum desentendimento no passado e que isso afeta nossa relação no presente. Não precisa fingir que se importa comigo só para que as revistas de fofoca ou os Conselheiros ou Sei-Lá-Quem tenha uma boa impressão de você. É sério, eu também não me importo com o que pensa de mim.

Revistas de fofoca? Acho que você realmente não sabe do que está falando.

Com isso, Carter se levanta do bar e desaparece na multidão mais rápido do que eu gostaria.

「𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐌𝐈𝐑𝐑𝐎𝐑𝐒」⊰⊹ฺWhere stories live. Discover now