My Girl- JJ Maybank (Outer Banks)

Cap um

Vou falar logo de uma vez antes que perguntem a si mesmos: Eu sou uma Kook. Moro nos Outer Banks, o paraíso na terra por assim dizer. É o típico lugar que você tem duas casas ou dois empregos. Eu tenho duas casas. O que me deixa do lado da tribo dos Kooks ao invés da dos Pogues, tudo isso em uma só ilha. Os Pogues moram na periferia, localizado no lado sul. Lar dos trabalhadores, que sobrevivem servindo mesas, lavando os nossos iates, pilotando os nossos barcos. Nós Kooks, moramos no lado norte. Somos os "peixes grandes", topo da cadeia alimentar. O lado bom em ser um Kook é que não somos ignorados e abandonados como acontece com os Pogues. A desvantagem em ser um Kook é que não somos ignorados e abandonados. O que quer dizer que qualquer coisa que fizemos, terá alguém por perto para contar para os nossos pais ou até para a polícia dependendo da gravidade da situação.

O meu ciclo de amizades é composto primeiramente por Sarah Cameron: minha melhor amiga desde a terceira série e também a minha cunhada. É a melhor que luta contra a extinção das tartarugas e a mais divertida quando se trata de festas. Somos as Kooks conhecidas por darem as melhores da ilha, e eu até considero isso uma verdade, sabemos mesmo como fazer uma diversão acontecer. E também tem o Rafael, ou Rafe, como o chamamos. Irmão da Sarah e meu namorado já há seis meses. Quando ele não está por aí perturbando um dos Pogues, ele está sempre arranjando uma confusão pela ilha o que sempre me faz perder a paciência com ele de vez em quando. Mas, no fundo, eu sei que ele faz isso apenas para chamar a atenção do seu pai que nunca parece ligar para nada do que ele faz. Ele também é meu vizinho, então sempre estamos por perto um do outro. O próximo integrante do nosso quarteto, é o Topper: namorado de Sarah, é tão mimado quanto Rafe e também o mais lezado de todos. Eu o acho um pouco esquisito e de vez em quando o mais temperamental, mas nada que uma dose de beijos de Sarah Cameron não resolva. Então, essa é a minha turma, eu sei um pouco complicada demais. Igual a mim, Lyanna Rey Mason. Filha de pais ricos que conseguem trazer o que querem para a ilha. Minha mãe, um pouco insistente demais para sempre passarmos boas impressões e meu pai, a cada dia querendo ficar mais rico não importa o que custar. Eu acho que sou a ovelha negra da família. E bom, essa é a minha vida. Bem vindos a Outer Banks.

Eu estava sentada em uma mesa do Wreck, um instituto dos Outer Banks que ficava exatamente entre a divisa dos dois lados da ilha. Era basicamente um restaurante e um café, que sempre lucrava muito com os turistas que vinham passar uma temporada por aqui. Ele pertence aos Kooks, pais de Kiara, ex-amiga minha e de Sarah, que eu não sabia bem o motivo pela qual deixamos de falar uma com a outra. Só sei que éramos amigas no nono ano e arquiinimigas no primeiro. Vai entender.

O meu notebook estava aberto e eu procurava junto com Sarah, algumas faculdades para fazermos entrevistas, já que as férias de verão vieram para nos deixar mais sossegados em relação a esse assunto. Eu segurava um copo grande de cappuccino e me assustei quando de repente uma kombi freou desgovernadamente bem na entrada. O novo grupo de Kiara composto por JJ, John B, e Pope desceram rindo de algo e começaram a entrar barulhentos como sempre enquanto a menina ignorava a nossa presença como se não existíssemos mais para ela. Eu abaixei o olhar para meu notebook para fazer o mesmo com ela e quando voltei a olhar para eles JJ sorriu para mim e deu uma piscadinha rápida, o que me fez franzir o cenho antes de ouvir a risada de Sarah assim que entraram.

-Ele tem uma queda por você. –Sarah falou ao meu lado como se fosse óbvio e eu a olhei fazendo uma cara estranha antes de rir fraco em um revirar de olhos.

-Não, não tem. –eu disse voltando a olhar a página da faculdade. -O JJ, o que sempre arrumava confusão na escola, sério? –eu perguntei a ela que sorriu e deu de ombros. -Claro que não, ele não tem cara de quem se interessa por uma Kook ainda mais por aparentar ser o Rei dos Mendigos. Nós os tiramos do sério apenas por respirar então...