O Começo do Tormento

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Obs.: Capítulo contém cenas de abuso e não está revisado.

"Alea jacta est." (A sorte está lançada.)

─ Júlio César

Kassandra

Eu e Andreyna estávamos mais tranquilas, aliviadas que a noite foi chegando ao fim sem grandes problemas, senti muitos olhares sobre nós. Os mais descarados destinados para Andreyna que ignorava de cabeça erguida, eu me contive em baixar a cabeça não queria contrariar ninguém, queria passar desapercebida.

─ Anderyna minha jovem. ─ Ouvi a voz amável do Senhor Tuah e nos viramos para ele.

─ Sim senhor Tuah.

─ O imperador decidiu que você será agora serva de seu primo e amigo íntimo Aubalit. ─ Disse de forma branda o velho senhor que parecia tentar esconder de maneira miserável seu nervosismo com a situação.

─ Como assim ele me vendeu? Eu não sou um objeto senhor Tuah, sou uma pessoa. ─ Falava já levemente alterada Andreyna, Tuah por sua vez a puxava para o mais longe possível dos homens já que não seria nada bom se o imperador visse essa cena.

─ Menina nada podes fazer a não ser acatar as ordens do soberano, a não ser que prefira a morte, o imperador Mardock não é dado a desobediências e pune quem o faz com os mais severos castigos, então peço minha jovem que se queres viver então obedeça sem mais delongas. ─ Falou num tom pesaroso. O Senhor Tuah parecia saber de algo mais.

─ Tudo bem senhor Tuah. Só sinto por ter que deixar Kassandra, ela é tão jovem e inocente. ─ Falou Andreyna olhando - me com lágrimas nos olhos. Prontamente a abracei foi tão pouco tempo de convivência, mas sentia que a conhecia de uma vida inteira. Existem pessoas ligadas a nós de maneira intensa e sem explicação, Andreyna era uma dessas pessoas para mim, minha alma reconheceu a sua.

─ Não se preocupes ela ficará segura ─ Disse Tuah tentando manter a voz firme, mas o tremular deixou claro que ele não tinha certeza de absolutamente nada, pelo contrário parecia mais apreensivo quanto a eu ficar no castelo do que a Andreyna ir.

Andreyna

Eu olhava em direção ao meu novo "dono", estava receosa, se o imperador a dera a ele não era para bons fins disso tinha certeza, naquela sala todos eram farinha do mesmo saco, todos prepotentes cheios de si que nada se importavam com os súditos, com os milhares de pobres e escravos morrendo de fome que se encontravam além dos portões do majestoso palácio, nada de bom poderia sair daqueles seres infelizes.

Ainda lembrava - me de como o exercito Assírio chegou com sua cavalaria, lançando flechas a esmo, sua lanças cortando o ar não se importando com as mulheres e crianças que corriam desesperadas, eles dizimaram, e depois deportaram os poucos sobreviventes separando - os de seu lar para não ocorrer motins. Agora éramos escravos do cruel Império Assírio.

"Prefiro a morte a ser tocada por ele, ninguém ira me forçar novamente a fazer o que eu não quero ,eu não suportaria que esse tipo de homem me tocasse" ─ Era tudo que eu conseguia pensar enquanto encarava com ódio meu algoz que agora olhava - me desejoso lembrando uma fera no cio.


Mardok Uard II

─ Bom meus generais vou me retirar agora, obrigado pela honrosa colaboração de todos vocês e fiquem à vontade para comemorar no melhor estilo Assírio. Em honra ao Deus Nabur! ─ Saudei me afastando dos meus soldados.

─ Tuah venha aqui! ─ Chamei meu servo leal ansiosamente.

─ Em que posso servi - lo, majestade?

Da guerra ao AmorWhere stories live. Discover now