Distorções

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Allat -  Deusa

Anat - Pura, inocente, intocável

"Ira venenum est quod bibimus sperantes alios perituros" (A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram)

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"Ira venenum est quod bibimus sperantes alios perituros" (A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram)

William Shakespeare

Kassandra

— Não negarei, allat. Não negarei, porque Aurya pode sim estar grávida...

— Seu... Seu... Fingido, odioso, astucioso. Como ousa falar – me isso. Como... — Mardok se colocou em minha frente com duas passadas e prendeu – me em seus braços. Os olhos negros enevoados, um leve sorriso de canto enquanto encostava sua testa na minha.

— Ouso falar, pois posso te dizer com toda a certeza de minha alma manchada e sanguinária que não me deitei com nenhuma outra mulher desde que entrei em seu corpo pela primeira vez. Nenhuma outra mulher. Ninguém, allat, mesmo se eu vivesse mil anos nenhuma outra mulher que vivesse nesse mundo ou em um outro mundo qualquer chegaria aos seus pés para mim.

— Não... Não é possível. — Encarei – o incrédula e ele soltou os meus braços de seu apertou suavemente, mas seu corpo grande e forte continuava no mesmo lugar tocando o meu e me fazendo ter sensações que eu não queria, que eu não poderia me permitir ter, pois não poderia dar – me ao luxo de sofrer mais.

— É possível. Eu não minto, nuri. Não preciso e nunca precisei mentir para ninguém. — Cravei meus olhos nos seus vasculhando algo de enganoso neles, mas não encontrei. Desnorteada levantei a pulseira mostrando – a. Se ele não esteve com aquela mulher, como ela poderia estar com a minha joia em seu poder?

— Naquele miserável dia... — Ele desviou o olhar brevemente e voltou a me encarar agora segurando meu rosto com as duas mãos. Estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração quente, o poder e a energia magnética que aquele homem exercia sobre mim fazia – me questionar se os cânticos dos antigos não estavam certos e ele não era de fato um demônio caminhando pelo mundo para seduzir e devastar.

— Tornei – me um desafortunado por... Pensar que havia se entregado a outro, que amava a outro, que dava a outro o que sempre foi meu. O que nasceu para ser meu. — Quase revirei meus olhos e peguei algo para jogar nele. Meus nervos estavam em frangalhos e minha vida completamente sem sentido. Eu estava descontrolada e não conseguia mais manter a postura servil de antes.

— Acabei indo até a casa de Belite... — Ao ouvir sua fala a minha postura mudou e fiquei tão rígida que minha mandíbula trincou. Possessividade gritou em mim, mas fiz o meu melhor para continuar ouvindo seja o que fosse que ele iria me falar.

— Não fui atrás de outra mulher, isso nem ao menos me passou pela cabeça. Apesar de possesso e querendo me vingar de ti, meu corpo se recusava a possuir outra mulher. Fui até lá para embebedar – me. Envergonho – me de dizer - te isso, allat. Mas essa é a verdade embebedei – me ao ponto desmaiar e precisar do auxílio de Belite e de seus servos. A sua joia pode ter caído ou a prostituta senil pode te – la roubado enquanto eu estava desacordado. Reportarei a Belite e darei um jeito em Aurya. — Eu olhava para o outro lado da sala devastada pela minha ira. Não sabia se conseguiria a acreditar nele. Não confiava no imperador, ele sempre velava e cuidava de seus próprios interesses. Eu sempre fui e sempre serei um desejo, um capricho, um bem que ele adquiriu e não quer abrir mão.

Da guerra ao AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora