Meu paraíso em sua escuridão

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 "Fatum meum sors est, mea suavissima exsecratio"(Meu destino é uma sina, minha mais doce maldição)

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 "Fatum meum sors est, mea suavissima exsecratio"(Meu destino é uma sina, minha mais doce maldição)

V.G. Oliver

Kassandra

Conseguiria confiar uma vez mais no demônio assirio?

— Eleja amar – me uma vez mais, anat. — Olhos negros suplicantes quase desesperançados me encaravam. A pressão sobre o meu peito era brutal. Eu amava, o amava tanto que parecia – me irreal, mas não confiava nele, não estava certa de seu amor. E se ele de repente mudasse novamente?

Como poderia eu entregar sem amarras novamente meu coração ao demônio? Quando o fiz perdi a filha de minhas entranhas, emaranhei – me pelos confins do inferno, vivi meu maior pesadelo. Perdi – me por ele, junto a ele, o imperador parece – me diferente, mas a única que teve um pedaço da alma arrancado fui eu, o elo mais fraco. Uma boneca sem poder algum, vulnerável e sem escolhas. Eu aspirava ser livre... Poderia ser livre ao lado desse homem? Poderia ser livre em uma relação tão desigual? Eu voaria para a liberdade ou daria um último voou de morte entre seu braços?

— Amá – lo não foi o suficiente antes, meu senhor. Realmente confias que o será agora? — Encarei – o inquieta, meu coração pesava, minha mente oscilava. Eu não estava bem, não estava bem a muito tempo. Mas pateticamente queria que aquele homem pudesse me curar, curar a dor que me consumia e queimava meu interior. Perdi – me em seu negro olhar, tão vazio e tão opaco quanto o meu. Então meu peito apertou – se eu percebi que se existisse uma cura para o males que me assolavam aquele homem demoníaco a tinha no berço dos seus braços.

Essa realização apavorou – me. O feito dele ainda possuir tanto de mim em suas mãos era injusto, era aterrador, porque se ele decidisse me devastar novamente, dessa vez seria permanente.

Anat, eu não te mereço. Eu poderia ofertar – te o mundo, queimá – lo e reconstruí – lo ao seu bel prazer, mas tu nunca quisestes o mundo. Tu querias a mim. — O observei esticar seu braço e senti as pontas calosas dos seus dedos tocarem levemente na minha testa e descer até a ponta do meu nariz, uma caricia tão delicada e terna para um homem tão feroz. Um toque tão familiar que esquentou meu baixo ventre de saudade.

— Sabes muito bem tudo que almejei, meu senhor. Fui gananciosa, achei que poderias alcançar a ti, estiquei – me o máximo que pude para me fazer digna ao menos de sua mirada. — A mão que estava no meu rosto desceu para minha nuca e senti - me ser puxada com brusquidão, colando meu corpo ao dele fechei meus olhos sentindo os arrepios traiçoeiros daquele contato. Isso me fez consciente do quanto eu ainda era dele de corpo, alma e coração.

Do quanto essa proximidade me afetava, me inquietava.

Do quanto eu sentia sua falta, uma falta imensurável.

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⏰ Última atualização: Sep 16, 2023 ⏰

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