*Palavras tiradas de um antigo dialeto mesopotâmico
Uma lua - 29 dias
Nuri - cigana
Allat - Deusa
Anat - Pura, inocente
"Plus est periculi in oculis quam in gladiis viginti" (Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas)
- William Shakespeare
Kassandra
Uma lua e alguns dias mais tarde...
O tempo passou com rapidez no palácio eu estava cultivando as flores, especiarias e plantas que o Imperador me dera de presente, as obras para a fonte do terraço caminhavam muito rápido e ficaria pronta em mais alguns dias. Mas um grande problema surgiu para abalar minha existência.
Alguns dias atrás passei mal e a senhora Ninsna junto com Andreyna resolveram fazer um teste para terem certeza que estava grávida, era um teste de prática comum que Andreyna aprendeu em uma rápida passagem pelo Egito.
Mandaram - me urinar em cima de um saco de cevada e em outro de emmer - Uma variedade de trigo - se a cevada germinasse eu estaria a espera de um menino, caso o emmer crescesse daria seria uma menina e se não houvesse alteração nenhuma eu não estaria grávida.
O emmer germinou em alguns dias, mas apodreceu tão rapidamente deixando a todas nós espantadas. Lembrei das palavras agourentas da bruxa Amaranta. Eu estava disposta a lutar pela minha filha, não deixaria nada de mal acontecer com ela, nem mesmo o imperador iria me impedir de lutar.
No seu ventre esse fruto não germinará, condenado o inocente concebido da dor estará. Com ódio e sangue desse mundo partirá. - Um arrepio de pavor subiu pela minha espinha.
Ele estava cada vez mais cheio de afeção talvez conseguisse amar a filha que fez em mim já que dispendia a mim atenção, afeto e até posso dizer que me ouvia com respeito. Estabelecemos uma dinâmica em comermos juntos, conversávamos sobre suas aspirações de crescimento do seu Império suas pretensões para seu exército e por mais fora de contexto que isso estivesse ele ouvia as minhas opiniões.
Outro dia mesmo ele perguntou - me sobre o que eu sabia da Grécia e do Egito e falou - me sobre os seus planos de invadir ambos lugares. Mardok era um homem ou demônio surpreendente e estava começando a ter sentimentos, muitos sentimentos em relação a ele. Ainda sentia mágoa pela forma que me usou no começo, mas meu coração acelerava toda vez que o via, parecia que tinha várias borboletas brigando por espaço em meu interior.
Ansiava pelos momentos que tínhamos juntos, ele era rude, bruto, mas os gestos que ele dispendia para mim eram condizentes com alguém que estava apaixonado. Será que o imperador da Assíria estava apaixonado por mim? Ou melhor será que eu estava enamorada dele?
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Da guerra ao Amor
RandomNo início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o sangue é mais fácil de ser achado do que água perecerá dois destinos, escolhas surgirão, decisões precipitarão tragédias e onde a vontade de...