Encontros ao Acaso

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"Quomodo amabo te, si mihi non credes?" (Como ter amarei se não confias em mim?

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"Quomodo amabo te, si mihi non credes?" (Como ter amarei se não confias em mim?

                                       — Kassandra Rajter

Alguns dias depois...

Kassandra

Eu estava vivendo na linha entre o desespero e amor. Minha filha graças aos Deuses vivia quietinha em meu ventre, minha barriga não havia crescido apenas uma protuberância, meus seios e quadris que haviam desenvolvido consideravelmente. O imperador questionou – me certa vez sobre isso e falei que era apenas minha alimentação muito mais sortida.

Como eu não tinha muita barriga ele ainda se deixava enganar, mas sabia que não poderia adiar mais falar a verdade a Mardok, eu o amava e sabia que ele tinha sentimentos fortes por mim, confiava nisso a fim de ele não machucar nossa filha.

Tem uns dias que ando pelos jardins mesmo contrariando a vontade do imperador, eu tinha uma escolta oculta que me impedia de sair ou de ir para determinados lugares, mas às vezes, ela não se fazia presente e eu podia vagar por todo o castelo enquanto o imperador resolvia seus assuntos. Em umas dessas caminhadas encontrei o primo do Mardok.

A princípio ele me amedrontou, pois por minha causa suas mãos foram machucadas, mas ele não pareceu guardar nenhum rancor por mim. A primeira vez que nos encontramos ele apenas acenou e sorriu para mim, seus olhos dourados e hipnóticos me encarando quase com adoração. Ele apenas colocou uma flor do campo entre minhas mãos e saiu.

A segunda vez que esbarrei com ele sentou ao meu lado e olhou o horizonte comigo, fiquei com medo de parecer rude se o mandasse sair, e se eu fosse sincera a companhia silenciosa dele me reconfortava. Eu não sabia ao certo tinha algo no jeito que ele me olhava, a intensidade que a princípio me assustava, também me fazia sentir reconfortada de alguma forma. Era estranho.

Andei pelo terraço sorrindo, o presente que o Imperador me deu estava completo, as flores na fonte e ao redor um jardim suspenso digno da Babilônia, segurei mais firme o instrumento que estava usando para cortas os galhos de algumas plantas que já estavam crescidas. Assim que virei – me dei de cara com Ador encarando - me silencioso como sempre.

— Não sentes falta de ser livre? — Era a primeira vez que sua voz se fazia presente. O olhei assustada colocando uma mão no meu pescoço sentindo uma angustia bater em meu peito.

— Eu sou livre aqui, senhor. Eu... — Ele cortou – me se aproximando e me assustando com seu avanço não tive reação fiquei estática o encarando.

— Livre com um montante de soldados a seguindo? Livre com o meu primo contando os seus passos? Livre com a desconfiança dele? Achas que ele a manterá até quando, olhos de mar? — Meu coração disparou com todas as verdades que o homem a minha frente jogava em mim. Engoli em seco apertando o instrumento cortante em minhas mão.

Da guerra ao AmorWhere stories live. Discover now