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Sempre ouvia as histórias de seus colegas de classe sobre os fins de semana, ou sobre o que fizeram nas férias, todos dizendo como seus pais eram incríveis

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Sempre ouvia as histórias de seus colegas de classe sobre os fins de semana, ou sobre o que fizeram nas férias, todos dizendo como seus pais eram incríveis.

Mas você era um pouquinho diferente, você morava com sua avó e ela era quem cuidava de você já que seus pais quase nunca estavam em casa por conta do trabalho, ela já era uma senhora, deveria ter por volta dos cinquenta anos mas seus pais simplesmente a deixaram lá.

Pelo o que a mais velha te contou eles estão entre os melhores médicos do país e os melhores ou não a vida de um médico é corrida, eles vivem viajando pelo Japão até mesmo para fora do país mas você sempre se preocupou com eles, diferente deles com você.
Quando fez dezesseis anos, não foi mais atrás dele.

Se eles não queriam saber sobre você, então você também não tinha porquê querer saber deles.

Morar com sua avó foi um tanto quanto sofrido para você, a mais velha era uma senhora extremamente arrogante fora que também costumava beber quando estava estressada, — o que era a maioria dos dias — mas sempre manteve a imagem de religiosa.

A mais velha nunca te deixou ter amigos, todos ela julgava como "vão te levar para o mal caminho", os poucos colegas de classe que falavam com você era porque você se despedia deles na porta da sala evitando deixar sua avó vê-los, pois sempre que ela os via fazia questão de os humilhar sem nem mesmo pensar.

Ela sempre foi rigorosa em todos os sentidos possíveis, roupas sempre abaixo dos joelhos, blusas sem decotes ou mostrar a barriga, nada de maquiagem ou tinta de cabelo e você nunca poderia ousar pensar em um piercing ou tatuagem, já ouviu várias ameaças sobre isso todas com a mesma dizendo que te expulsaria de casa.

Fora isso tudo sobre a aparência, se você aparecesse com uma nota abaixo do total em casa era castigo na certa.

Você virava noites estudando para manter sua média de totais, não queria que sua pele fosse marcada mais vezes por aquela fivela de cinto que já deixou várias amostras em você algumas vezes você chegou a ter que dar alguns pontos em sua pele por conta do que ela fazia e no final dizia que era tudo por você.

A senhora ficava praticamente o dia todo em casa, vezes ou outra ela iria para a igreja pela manhã e esses eram os únicos momentos de paz que você tinha naquela casa, passava um bom tempo sozinha e com isso começou a conviver consigo mesma.

Como não tinha com quem falar às vezes se sentava na janela durante a noite e conversava com a lua, ou até mesmo na frente do espelho, não gostava muito de brincar fora que tinha poucos brinquedos, a maioria eram de sua mãe de quando ela era pequena apesar de ter apenas onze anos, aquilo não tinha o menor interesse para você, você gostava de desenhar mas sua avó dizia que era perda de tempo então passava a maior parte do tempo estudando.

𝐒𝐔𝐌𝐌𝐄𝐑𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐒𝐀𝐃𝐍𝐄𝐒𝐒 | Kazutora HanemiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora