Capítulo 33 - Eternamente Srta. Petrikov

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Três capítulos um atrás do outro é definitivamente o meu recorde. Querido espírito escritor que me possuiu, por favor não vá embora.

Antes de iniciar, por favor dêem uma atençãozinha pras notas finais do capítulo pois temos.... (rufem os tambores) ANÚNCIOS IMPORTANTES.

Agora, o capítulo. Boa leitura! xx
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Hunson tinha desenhado muitos cenários sobre o decorrer da vida de Marceline durante aqueles anos. Em nenhum deles ela era adotada por uma mulher poderosa como Megan, ou cruzava com ele no caminho de virar um estrela do pop rock.

Então, quando ele entrou logo atrás dela em um restaurante que ele jamais teria a condição de pagar poucos anos atrás, não fazia a menor ideia do que esperar. E se surpreendeu positivamente.

"Hey, James! Como vão as coisas?" - o garçom havia acabado de chegar até a mesa para atendê-los. Parecia contente em ver a garota. Hunson se espantou um pouco com a intimidade pela qual ela tratou o rapaz.

"Boa tarde, Srta. Abadeer. Vão muito bem, obrigado. E você, como vai?"

"Tentando acompanhar a sequência de absurdos que é a minha vida" - disse ela, olhando rapidamente para o homem a sua frente antes de prosseguir. Ainda estava tentando processar as últimas quarenta e oito horas. "Você precisa mesmo dessa cordialidade toda? Já falei que pode me chamar de Marcy."

"Bem, por mais que eu aprecie muito sua gentileza, eu preciso seguir o código de tratamento do estabelecimento. Mas juro que não vou manter isso quando nos esbarramos por aí."

"Certo, certo. Não quero te trazer problema no trabalho, cara. Posso perguntar como vai sua mãe?"

"Está bem melhor, obrigado" - disse ele, os olhos ficando um pouco mais brilhantes, quase marejados. "Por favor, diga a sua mãe que somos extremamente agradecidos."

"Já falei que não precisa agradecer tanto, James" - ela respondeu, rindo um pouco. "Mas pode deixar, eu aviso. Bem, você pode trazer o de sempre pra mim, por favor?"

"Claro, sem problemas" - disse ele, escrevendo um pedido que parecia já saber de cor. "E para o senhor?"

"O que ela pedir está bom para mim também, obrigado" - respondeu Hunson, tentando ainda acompanhar a interação entre os dois.

"Ótima escolha, senhor. Marceline tem bom gosto para massas" - disse ele, descontraído. "Bem, volto em breve com os pedidos de vocês. E uma garrafa de vinho, por conta da casa" - ele riu um pouco com a própria fala antes de prosseguir. "Bem, na verdade sua mãe ligou a uns minutos atrás e disse que eu deveria servir uma garrafa pra quem quer que estivesse com a senhorita. Mas não fui eu que disse isso."

"Típico" - disse ela, com um revirar de olhos e um sorriso. "Obrigada, James."

O garoto fez um aceno breve antes de se retirar. Os dois que ficaram se olharam por alguns momentos, sem saber muito bem que tipo de comportamento deveriam ter um com o outro.

"Bem, preciso dizer que não esperava uma relação tão próxima entre você e um dos garçons. Afinal... Bem, quero dizer..." - ele começou, mas logo viu que talvez tivesse dito o que não devia.

"Afinal, eu sou podre de rica" - disse Marceline, uma sobrancelha arqueada. Hunson a encarou com olhos arregalados por um momento, e ela não pode evitar de cair no riso. "Ok, desculpe. Estou sendo cruel sem motivos de novo" - ela respirou fundo e ficou um pouco mais séria antes de prosseguir. "Olha, sei que, pelas circunstâncias, você esteja esperando que eu seja uma mimada babaca. E por mais que eu seja uma babaca quando me é conveniente, eu não sou uma mimada elitista, ou pelo menos me esforço pra não ser. Então não, eu não sou o tipo de garota que destrata de atendentes, garçons, ou qualquer trabalhador que me atenda só porque minha mãe tem dinheiro. Eu tenho noção de onde eu vim e do porque estive em orfanatos por uns anos."

Agridoce - Bubbline AUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora