Capítulo 10 - Quem é você, Bonnibel?

2.7K 247 628
                                    

Estamos de volta a nossa programação normal! (Com um dia se atraso do meu cronograma inicial, mas tudo bem kkkk)

Por favor, dê uma olhadinha no capítulo anterior caso não tenha visto, é um comunicado (se está lendo isso depois do comunicado ter sido apagado, ignora :P)

Boa leitura! xoxo
-----------------------------*-----------------------------

  Uma semana após a festa, as coisas pareciam ir conforme o esperado. Marceline já sentia uma certa diferença em relação ao tratamento dos outros alunos com ela. O que antes eram olhares de esguelha e cochichos pelos corredores agora se transformaram em cumprimentos e perguntas sobre quando seria a próxima festa. Agora, ela tinha fama de ser festeira, engraçada e divertida. O tipo de pessoa que talvez armasse uma trolagem na escola só pela diversão. Não era exatamente essa a ideia de “revolução escolar” que ela tinha em mente, mas se contentaria com isso se significasse ter apoio geral.

Tendo todas essas questões em mente, agora ela e Keila se se reuniam na biblioteca para traçar um plano para os próximos passos. O restante da banda estava ocupado organizando a Semana de Conscientização sobre História Negra – ao menos eles haviam conseguido as permissões necessárias, e a organização do evento ia a todo vapor.

“Certo, o que nós sabemos é eles gostam de você, mas não necessariamente da ideia de serem orientados sobre os próprios preconceitos. Então, de início precisa parecer algo divertido, uma brincadeira” – disse Keila,  o caderno aberto a sua frente. Elas já haviam considerado algumas possibilidades de protesto sério, imponente, mas a realidade é ainda era quase impossível convencer aqueles adolescentes a se empenharem em uma discussão que não lhes dizia respeito diretamente, a não ser que isso soasse divertido.

“Acho que mais do que isso, precisa parecer audacioso. Como se estivéssemos provocando, desafiando a escola de alguma forma. Algo do tipo “certo, vocês não querem nos ouvir? Então não vamos ouvir vocês”. Essa gente adora uma chance de afrontar imagens de autoridade” – respondeu Marceline, pensativa.

“Você tem razão”. Reinou um silêncio por alguns instantes, até Keila ter uma ideia. “Já sei. A gente faz um dia do troca.”

“O que?”

“Um dia do troca. Meninos vem com roupas vistas como femininas, maquiados, e as meninas vem com roupas vistas como masculinas. O clube se encarrega de espalhar cartazes de protesto. Algo do tipo 'Ser trans é mais do que vestir roupas designadas para outro gênero. Nós não aceitaremos que eles sejam tratados como pessoas fantasiadas. Seus direitos importam'. Os alunos cis hétero não vão ligar muito pro protesto em si, mas aposto que vão amar fazer algo que irrite profundamente a direção. E sabe como é, ele não podem dar suspensão pra escola toda. É perfeito!”

“Keila Mills, você é a porra do amor da minha vida” – disse Marceline, fazendo Keila dar risada. – “É um plano forte. Uma vez que a gente tiver a permissão necessária, a gente pode focar em um evento mais sério. Por hora, uma baguncinha bem humorada é o suficiente pra fazer a diretora entender que a gente não vai ficar calado.”

Feita a decisão, as duas começaram a desenhar como seria a execução da ideia, quem ficaria encarregado dos cartazes e panfletos, qual seria o melhor dia para fazer a “brincadeira”, como iriam espalhar a notícia.

Durante esse planejamento, elas ouvem a porta da biblioteca se abrir com um rangido leve e olham em direção ao local, vendo Bonnibel entrar acompanhada de Finn e Jake. Sorrindo, Marceline acena para eles, os chamando para sua mesa.

“Ei, meninas! Quase não vi vocês depois da festa!” – disse Finn, cumprimentando as duas com beijinhos na bochecha.

“É, foi uma semana meio corrida. Acho que já entreguei uns três trabalhos de matérias diferentes” – disse Keila, com um revirar de olhos.

Agridoce - Bubbline AUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora