Capítulo 21 - Onde Você Possa Me Ver

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Gente. Tenho más notícias.

Infelizmente uma gangue se uniu nos comentários com uma petição para matar a autora. A meta era de 5 assinaturas e elas juntaram 7 pessoas, portanto estou aqui para anunciar que estou encerrando meus trabalhos como escritora. Foi bom enquanto durou. 😔✊

Brincadeira, eu sou imortal :D

E estou EXTREMAMENTE animada com esse capítulo sksksksks

Brincadeiras a parte, muito obrigada pelo engajamento nos comentários, ler as interações de vocês com a história e uns com os outros é sempre muito divertido, seja o pessoal que tá por aqui desde 2018, seja quem tá aparecendo por aqui agora. Agora parem de fazer complô contra a minha pessoa -_-

Vamos pro capítulo. Por favor, não percam a cabeça :)

Boa leitura! xoxo

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Ela dedilhava aleatoriamente o baixo em seu colo, tirando acordes desconexos, a enxurrada de palavras saindo de seus lábios com tanta verdade que era como se ela ficasse com a alma nua.

Mas tudo bem, porque ele não ia lembrar de metade daquela conversa depois da sua soneca da tarde.

"E é isso, Simon. Acho que estou apaixonada por ela. Eu tô muito fodida."

"Olha a boca, mocinha!"

"Desculpa, Simon."

O homem servia um pouco do café que Daisy havia deixado para eles em uma garrafa térmica na mesinha de centro, oferecendo uma caneca para Marceline. Em seguida se serviu e se sentou novamente, virado na direção dela. Estava atento em seus relatos.

"O que é que eu vou fazer agora?"

"Pedir a moça em namoro?"

"Eu não posso simplismente fazer isso" - resmungou Marceline, antes de bebericar de sua caneca. Parecia meio emburrada.

"E por que não?" - disse o homem, parecendo genuinamente confuso.

"Porque... Porque não posso. Só não posso" - disse ela, olhando para o líquido quente em suas mãos. Se mexeu no sofá, inquieta. Aflita.

"Do que é que você tem tanto medo?"

A menina se pegou sorrindo para si mesma. Simon podia não ter plena ciência de quem ela era, mas no fundo do seu subconsciente, ainda a conhecia muito bem.

"Tenho medo de perder ela também."

Os dois ficaram em silêncio por um instante. O homem parecia pensativo, imerso em si mesmo. Ele fazia isso com frequência, e Marceline já estava acostumada a só deixar que ele voltasse ao mundo real por si só.

"O que foi que você perdeu que te deixa tão assustada, minha querida?"

"Minha família. Eu sou adotada, lembra?" - perguntou ela, segurando a mão do homem. Ele a olhou com a expressão vazia por um momento. Depois arregalou os olhos com a lembrança, fazendo que sim com a cabeça rapidamente. Marceline não conseguiu segurar uma risadinha com a cena. "Isso, eu te contei sobre. Minha mãe morreu na imigração e meu pai precisou abrir mão de mim pra que eu não morresse de fome. E meu primeiro pai adotivo... Não teve condições de terminar minha criação. Eu já perdi muita coisa, Simon."

"Então vai viver uma vida vazia só para não ter que lidar com perdas?"

Aquilo a atingiu como um golpe. Ela ficou em silêncio, olhando para o homem com uma expressão surpresa e confusa. Simon se serviu de mais café, enquanto fazia negativas com a cabeça.

Agridoce - Bubbline AUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora