Notas Finais e Agradecimentos

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A primeira vez que eu pensei na história de Agridoce, eu devia ter uns 15 anos. Eu era uma menina muito diferente da mulher que está escrevendo isso aqui. Amor tinha uma cara muito diferente da que tem agora. E a ideia de duas metades opostas e perfeitas não só fazia todo o sentido, como cabia perfeitamente para Marceline e Bonnibel.

Eu comecei a escrever em 2018, com 18 anos, quase 19. Fiquei toda empolgada. Escrevi o capítulo Amargo & Doce já sabendo as exatas palavras que iriam finalizar o capítulo Onde Eu Possa Te Ver.

Só que eu não esperava que as coisas seriam tão difíceis logo nos meus 18, que continuaram oscilando do céu ao inferno até meus 22, quase 23. E muitas vezes eu deixei essa história um pouco parada, as vezes procurando como prosseguir, as vezes só mal demais pra escrever o que quer que fosse, mas depois de certo ponto - sendo sincera, a partir do ponto em que Bonnibel disse "achei que nunca fosse pedir" e eu me vi num cenário em que a felicidade tinha que aparecer aqui com mais frequência - colocar qualquer palavra no Word parecia impossível.

Elas estavam tão mais felizes do que eu talvez jamais fosse ser, e não parecia mais que eu era a pessoa correta pra contar isso.

E por alguns meses, eu estava bem o bastante e consegui botar uns capítulos para fora de forma descente. O mundo sorriu pra mim... e aí eu botei fogo nele.

(Marshall, trás a garrafa e solta um Jão pra gente ouvir, por favor).

A verdade é que tem muito de mim aqui. Em cada momento e personagem, mas principalmente em Marcy e Bonnie. E aí elas começaram a melhorar, e eu não.

Mas aí eu dei uns três tapas bem dados na minha cara e me forcei a tirar alguma coisa da Tersy de 18 anos que ainda era doce o bastante pra escrever uma oneshot muito gay e cheia de pequenas referências que só fariam sentido pra namorada que estava literalmente do outro lado do oceano. Terminei a história. Eu devia isso à muita gente. À vocês, à coitada da Marceline que tomou no cu a vida toda e merecia o final feliz que eu tinha prometido. E principalmente à Tersy de 18 anos que era apaixonada demais por essa história. E eu consegui me apaixonar por ela outra vez, mesmo aceitando que ela é muito mais fantasia que realidade.

Bem, acho que estou tentando dizer que envelheci. E Agridoce assistiu isso de perto. Em alguns momentos, sofreu as consequências.

Durante toda a história, eu usei músicas pra colocar um sentimento em perspectiva, porque música sempre teve o dom de dizer as coisas que minhas palavras ainda não podiam (mesmo que eu seja um tanto boa com elas, modéstia a parte).

Então, nada mais justo que finalizar isso aqui com uma delas. Uma que consiga dizer por mim como foi esse processo e como me sinto agora que acabou.

Eu raramente peço sua total atenção quando uma música aparece, mas hoje vou pedir. A letra vai falar por mim. E você pode ouvir a música se quiser, vou deixar ela na capa do capítulo como sempre deixo.

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Estou ficando mais velha, acho que estou envelhecendo bem
I'm gettin' older, I think I'm agin' well

Eu gostaria que alguém tivesse me dito, que eu estaria fazendo isso sozinha
I wish someone had told me, I'd be doin' this by myself

Há razões pelas quais sou agradecida, há muitas coisas pelas quais sou grata
There's reasons that I'm thankful, there's a lot I'm grateful for

Mas é diferente quando um estranho está sempre esperando na sua porta (<vocês!!)
But it's different when a stranger's always waitin' at your door

O que é irônico, porque os estranhos parecem me querer mais
Which is ironic, 'cause the strangers seem to want me more

Agridoce - Bubbline AUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora