Vizinhos, vizinhos, amores à parte.

CAPÍTULO 26 - Obrigada por ser meu amigo

— Você... Você está bem? — Ela perguntou em meio a cascata de lágrimas que lavavam seu rosto, escorrendo por suas bochechas com um misto de felicidade e tristeza que fez o estômago de Jake se apertar. Josh assentiu, observando-a com o mesmo olhar. Verônica segurou seu rosto, alisando seus cabelos, passando a mão por seu rosto até o puxar para perto de novo, o abraçando com força.

— Ai — Josh gemeu, se encolhendo. Ela voltou a se afastar quando o viu se curvar para o lado direito como havia acontecido antes. O olhar da irmã se transformou, notando finalmente os hematomas quase curados em seu rosto.

— O que ele fez com você? — Sua boca tremeu, mas ela se manteve firme.

— Nada, eu estou bem — respondeu e Jake olhou para o outro lado.

— Josh... — Seu tom era firme e ele deu de ombros, tentando dar um passo para trás, mas seu corpo o denunciou novamente e Verônica puxou a camisa que ele usava, mostrando o abdômen pálido com um hematoma roxo sobre as costela mostrava que suas suspeitas estavam corretas: com certeza estava com as costelas quebradas.

O rosto da irmã ficou branco conforme observava o enorme hematoma, as lágrimas descendo sem parar. Jake viu a faísca de ódio que se instalou em seus olhos antes de olhar para Josh.

— Você não vai voltar para lá! — declarou, segurando Josh pelos braços, como se isso fosse uma imposição a ser cumprida imediatamente.

— Verônica... — Ele começou, tentando a acalmar, mas ela se negava, tentando se segurar naquela imposição enquanto sentia como se tivesse levando um soco. — Eu estou bem — disse ele, a voz tremendo tanto quanto a da irmã.

— Não, não está! Ele está... Ele está te machucando, Josh — Josh deu meio sorriso.

— Eu aguento, eu juro — Verônica negou com a cabeça, o puxando para perto enquanto chorava em seu ombro copiosamente. Josh fechou os olhos, inspirando o cheiro da irmã com força, enquanto a abraçava com a mesma força.

Jake apenas observou os pés, parado ao longe enquanto tentava não interromper. Todavia, foi Josh quem o fez, segurando seus ombros com delicadeza.

— Eu preciso ir — afirmou, respirando fundo. — Preciso estar em casa antes de ele voltar — disse, limpando as bochechas da irmã com as mãos firmes. — Eu te amo, ouviu? Vai ficar tudo bem.

— Eu vou matá-lo, Josh, eu vou matá-lo! Se ele encostar um dedo em você eu vou matá-lo com minhas próprias mãos, eu juro! — Josh assentiu, tentando sorrir e a abraçou de novo. — Eu te amo, eu te amo muito!

— Eu te amo mais.

Josh se afastou de novo, indicando o carro e Jake se aproximou. Verônica soluçava e observava o irmão com atenção, enquanto Jake dava a volta no carro e Verônica acenava para ele em meio às lágrimas e observava o carro partir.

Jake respirou fundo enquanto Josh caía em lágrimas ao seu lado com as mãos sobre o rosto, seguindo para sua casa, ou melhor, para a casa de William a qual ele estava hospedado por enquanto. Jake não se permitiria pensar que aquele lugar pudesse ser chamado de casa por Josh, nunca.

— Não se preocupe com o emprego — Jake começou quando notou que ele tinha se acalmado, sem ousar olhar para ele. — Eu resolvo tudo, certo? O dinheiro vai continuar sendo depositado na sua conta normalmente...

— Jake, por favor, isso não... — começou, mas Jake apenas negou com a cabeça.

— Eu insisto — quase rosnou, tomando cuidado para não jogar a raiva que sentia em cima de Josh, que era completamente a vítima — Vou dar um jeito em tudo.