CAPÍTULO 13 - Desafio

1.4K 161 40
                                    

Jake encarou o corpo de Verônica de cima a baixo. Ela quase parecia um robozinho com as mãos grudadas ao lado do corpo e os ombros encolhidos. Sua careta era de total desaprovação consigo mesma. Ah, se ela soubesse... ele pensou.

— Ahn... Quem começa? — Verônica perguntou o fazendo erguer as sobrancelhas.

— Você faz sempre esse tipo de pergunta para os caras com quem fica? — Ela abriu a boca para responder, mas suas bochechas tomaram uma coloração avermelhada e ele revirou os olhos, na tentativa de fazê-la se sentir menos envergonhada. — Eu posso...? — Gesticulou com a mão, dando um passo à frente, colocando-a sobre seu rosto.

A pele macia do rosto de Verônica era um contraste quase utópico contra sua palma áspera. Jake respirou fundo antes de fechar os olhos e encostar seus lábios nos dela, segurando sua cintura e a puxando para perto.

Os braços de Verônica se enroscaram em volta do seu pescoço, tirando toda e qualquer distância que poderia haver entre os dois, se deixando levar pelo beijo devasso.

ALGUMAS HORAS ANTES...

— Você sabe que são apenas uns dois dias, não sabe? — Jake questionou enquanto arrastava a mala gigantesca dela para perto do carro e a colocava dentro do porta-malas. Verônica o encarou com cara de poucos amigos e tirou a faixa para olhos da testa, bagunçando os cabelos loiros.

— São quatro e sua família tem tanto dinheiro que não sabem nem com o que gastar. Acha mesmo que eu vou pra lá parecendo uma ridícula? — Fez bico. Jake fechou o porta-malas, vendo a discrepância de uma mala para outra. Enquanto parecia que Verônica ia ficar um mês fora, a dele era sua bolsa de ginástica.

— Minha família não vai nem reparar em você. — Ela ergueu as sobrancelhas e ele revirou os olhos. — Eles não vão ligar se você estiver vestindo trapos ou qualquer grife por aí, isso que eu quero dizer. — Ela bufou e abriu a porta, se jogando para dentro do carro.

Jake negou com a cabeça antes de sentar-se no banco do motorista. Ela havia puxado a faixa de volta para os olhos, o desenho do visor do Homem-Aranha quase o fez rir.

Verônica estava de braços cruzados, recostada no vidro do carro, o vestido de alça vermelho ia até seus pés, bom uma abertura pouco acima dos joelhos de ambos os lados, além de solto, sustentando seu busto somente pelo elástico que indicava sua cintura. O calor estava matando, por isso ele não se importou em ligar o ar condicionado daquela vez, mas antes que pudesse dar partida, a cutucou.

— O que foi? — Perguntou brava, erguendo a faixa dos olhos. Seu mau humor estava até que controlado quando ele ligou para lhe acordar, mas ele havia feito questão de acabar com aquilo lhe assustando quando ela tentou pegar uma xícara de café que acabou respingando em sua mão.

Verônica América Ashford não era uma pessoa matinal.

— Será que vossa alteza poderia, por gentileza, colocar o cinto de segurança? Esse príncipe aqui não quer que a senhorita sofra nenhum acidente. — Colocou a mão no peito, piscando os cílios loiros freneticamente. Quase deu para ouvir ela rangendo os dentes e então puxar o cinto de segurança para cima do peito.

— Será que eu posso dormir agora? — A resposta foi um meio sorriso cafajeste enquanto dava partida no carro.

Normalmente a viagem até Hamptons duraria pouco mais de duas horas, até menos se ele apertasse um pouco mais o pé no acelerador, todavia, quase o dobro desse tempo foi necessário para que ele estacionasse o carro em frente à casa de praia dos Müller. O feriado havia congestionado boa parte do caminho, mas sua paz de espírito precisava de algo um pouco pior para ser abalada, ao contrário da paz da passageira.

Vizinhos, vizinhos, amores à parte.Where stories live. Discover now