CAPÍTULO 16 - Star Wars

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— Como assim você transou com ele? — A voz estridente de Gabrielle fez com que Verônica afastasse o celular da orelha enquanto se escondia em meio às araras, longe de Jake.

Ele permanecia sentado em um puf no meio da loja onde estavam, mexendo no celular e sendo o centro de toda atenção feminina, mesmo sem perceber. Verônica franziu o cenho, voltando os olhos para um dos vestidos na arara a sua frente.

— Bom, eu tenho quase certeza de que você sabe como funciona esse tipo de conjunção carnal. — Explicou e pode ouvir a amiga do outro lado da linha bufando.

— Ah, eu sei sim como funciona. Também sei que ele convive com você e que NÃO dá pra manter um cara tão gostoso assim na friendzone! — Exclamou, fazendo Verônica esfregar o rosto.

Pelo visto, ter passado os últimos três meses em um retiro espiritual budista não tinha feito bem o suficiente para que ela se tornasse uma pessoa mais adorável.

— Somos maduros o suficiente para entendermos que isso é uma relação bem resolvida e que na sexta-feira cada um vai estar saindo com alguém diferente. Somos adultos e transamos. Ponto. Sem sentimentos além da amizade que a gente está estabelecendo...

— Ah, você vai sair com o cara que ele vai te arrumar, no caso, né? — O deboche em seu tom de voz era quase palpável. — Até porque isso dá certo em 100% dos filmes que assistimos a vida inteira.

— Gabrielle, eu não estou vivendo em Amizade Colorida, acorda!

— Ah não? — Verônica preferiu não responder.

— Eu preciso desligar, ok? A gente se vê na sexta-feira?

— Absolutamente — respondeu antes de estalar um beijo contra o telefone e desligar. Verônica respirou fundo e voltou sua atenção para a arara. Pegou o vestido que estava namorando e foi até o caixa com ele nas mãos.

— Já? — Jake perguntou ficando em pé quando ela passou a sua frente indo até o caixa. Ashford concordou com um aceno. — Que rápida.

— É, não tem muito o que escolher. Infelizmente eu não sou tão boa em escolher vestidos como você. — Ele revirou os olhos com sua zombaria.

— Eu tenho uma imaginação bem fértil e certeira. É um dom. Um dom e também sou dono de uma parte da Bloomingdales. — Verônica ergueu as sobrancelhas pra ele, abriu a boca para falar, mas enquanto observava seu rosto e lembrava de com quem estava falando, desistiu.

— É, isso é bem óbvio vindo de... — gesticulou com as mãos e deu os ombros. Jake revirou os olhos e sorriu.

— Não é tão óbvio assim. — Verônica abriu a boca para responder, mas uma das atendentes da loja se aproximou, lhe cortando.

— Senhores, aquele carro os pertence? — Perguntou apontando para o carro estacionado em frente a loja onde um guarda anotava a placa. Jared suspirou antes de se afastar e ir até lá fora resolver o que quer que fosse.

Verônica não demorou muito na loja, mas além do vestido acabou levando um par de óculos de sol, colocando-o sobre os olhos claros ao sair e entregar os de aviador ao cara ligeiramente irritado com o guarda. Jake sorriu para ela por um momento, mas voltou a bufar para o homem.

— Qual é o problema? — Ela perguntou cruzando os braços.

— Ele quer me multar! Disse que a frente do carro está muito na calçada e isso impede a circulação das pessoas. — Verônica deu um passo para trás e observou o carro. Apesar da calçada ser bem grande, a frente do carro de Jake realmente estava sobre a calçada por ser um veículo maior que os demais ali.

Vizinhos, vizinhos, amores à parte.Where stories live. Discover now