Vizinhos, vizinhos, amores à parte.

CAPÍTULO 15 - Esclarecidos

Verônica subiu as escadas, pé atrás de pé, com medo de que isso pudesse acordar Hércules ou qualquer parente de Jake, o que foi bem difícil, considerando que Jared estava em uma crise de riso por conta de areia em lugares peculiares.

— Pelo amor de Deus, cala a boca. — Falou ao chegarem no corredor. Jake estava em meio uma gargalhada e assim que o fez, eles puderam ouvir o rangido de alguém ficando em pé em algum dos quartos.

— Olha o que você fez! — Ele a acusou zombeteiro. No mesmo instante, Jared colocou a mão na boca e Verônica – que vestia apenas calcinha e a camisa preta de Jake – correu para o quarto a fim de se esconder.

— Jared? — A voz de Hércules ressoou no corredor. — Está tudo bem?

— Sim, Verônica passou mal e vomitou no vestido — disse com naturalidade. A mulher sentiu as bochechas queimarem e teve vontade de ir lá gritar com ele.

— Ela está bem? — A voz sonolenta do pai perguntou.

— Está. Boa noite, vá dormir. — Respondeu e instantes depois pode ouvir duas portas se fechando.

Ashford foi para o banheiro. Apesar da maquiagem intacta – com a ausência do batom –, seus cabelos estavam bagunçados e ela estava coberta de areia. Arrancou a camiseta de Jake e a sacudiu. Apesar dos resquícios de areia, o cheiro dele ainda permanecia na roupa, assim como em seu corpo.

Aquilo na praia havia sido... Uau.

Diferente dos outros caras, ela não havia ficado paranóica com nada, se parecia a mulher perfeita ou que tivesse de demonstrar uma maestria que não tinha. Simplesmente havia se encaixado.

Jogou os cabelos para trás, respirando fundo e abriu o chuveiro. Enquanto a água escorria por seu corpo, ela quase conseguia sentir a mesma sensação de quando ele lhe tocava. Suas mãos fortes percorrendo sua pele, suas curvas, cada parte dela com desejo. Podia sentir o seu calor quase como se ainda estivesse ali e suas pernas tremiam só de pensar naquilo.

Jake era seu amigo e aquilo estava muito bem resolvido entre os dois com maturidade. Ainda que, não dava para negar, que aquela havia sido uma das melhores transas que havia tido nos últimos tempos.

Verônica balançou a cabeça, tentando jogar aqueles pensamentos para longe e esfriou ainda mais a água do chuveiro antes de sair dali e se enrolar na toalha. Suas roupas haviam sido arrumadas no guarda-roupa e ela colocou um pijama que havia ganho de Josh, uma camiseta larga demais e um short que mais parecia uma calcinha, e se jogou na cama.

O ar-condicionado estava ligado, mas ainda assim sentia calor. Virou de um lado para o outro, tentando cair no sono, mas sempre que se dava por si, estava encarando o teto perfeitamente branco da mansão Frost-Müller.

Ela ligou a TV no mínimo. Sempre que estava com insônia, esse era o seu melhor remédio. Estava passando F.R.I.E.N.D.S e ela segurou o riso enquanto via Chandler gritar alguma coisa para Joe do jeito que só que ele sabia fazer.

Houve dois toques na porta e ela ergueu o rosto assim que ela ficou entreaberta. A cabeça de Jake se projetou para dentro e o frio na boca do seu estômago lhe percorreu.

— Você não cansa disso? — Perguntou apontando para a televisão.

— Não — disse com sinceridade e ele entrou, fechando a porta. A única peça de roupa sobre o seu corpo era um samba-canção e ela preferiu desviar o olhar do abdômen definido ao lembrar do que havia por ali, além das marcas rosadas que suas unhas haviam deixado sobre seu peito. Era melhor focar em F.R.I.E.N.D.S.

— Trouxe sua roupa vomitada. — Ela revirou os olhos enquanto ele jogava o vestido no canto.

— Idiota. O que seu pai vai achar de mim?