CAPÍTULO 8 - "Não chegam aos seus pés, querida!"

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Jake observou o grupo de adolescentes sentados na sua sala e se questionou o motivo pelo qual havia se deixado levar e ido ajudar Josh.

Tudo bem que não estava sendo trabalhoso de forma alguma, mas ele não era uma pessoa conhecida por saber lidar com crianças. Até que havia se saído bem, considerando que já estava no fim da tarde e que havia respondido todas as perguntas sem ser mal educado com ninguém.

— Obrigada, senhor Müller. Isso já é mais do que o suficiente — constatou uma das garotas da sala de Josh. Ela era bem bonitinha, os cabelos escuros batendo no meio de suas costas, os olhos castanhos grandes e o sorriso perfeito. Era incrível como além de ser bonita, ela ficava encostando muitas e muitas vezes em Josh, que por sinal, não parecia nem perceber.

— Não por isso — afirmou sorridente e Josh se ergueu, guiando os amigos para fora do apartamento de Jake com delicadeza. Ele acenou para eles e deu um abraço apertado na garota em questão antes deles saírem e ele fechar a porta.

— Jake, muito, muito, muito obrigado mesmo! Você salvou a gente demais com esse trabalho, não sei nem como agradecer. — Jake sorriu e deu os ombros.

— Não foi nada — Alisou os cabelos para trás. — Na verdade, eu andei dando uma olhada no processo que o seu pai está movendo para manter Verônica longe de você e eu acabei dando a opção de te emancipar. — Falou enquanto Josh se sentava no sofá e colocava sua mochila sobre o colo. — Isso iria requerer algumas coisas, como por exemplo, um emprego pra você. Porém, você vai fazer aniversário daqui alguns meses e isso não seria realmente eficaz nessa situação, mas... O que acha de estagiar no banco?

Josh arregalou os olhos e sorriu, sem saber o que dizer. Jake pareceu feliz por sua reação e deu os ombros enquanto Josh parecia surtar internamente.

— Eu... Eu acho ótimo, quer dizer, é maravilhoso. Você... Você... Muito obrigado! Eu fico muito, muito, muito feliz mesmo! Muito agradecido, isso é... — Jake ergueu as mãos, poupando seus agradecimentos.

— Eu tenho certeza que você é competente para conseguir se sair bem lá, Josh, fica tranquilo, mas... — Jake se ajeitou no sofá, se inclinando sobre os joelhos para falar com ele. — Eu preciso da sua ajuda com a sua irmã.

Os ombros de Josh murcharam na hora, ele umedeceu os lábios e se ajeitou sem toda aquela euforia.

— Na verdade, é melhor você deixar esse estágio pra lá. Eu prefiro conseguir algo por meu mérito do que por saber que você está afim da minha irmã — A mágoa em sua voz era quase palpável. Jake franziu o cenho, confuso.

— Afim da sua irmã? Quê? Não! — Ergueu a mão, espantando o pensamento. — Eu queria saber se você acha se um desses caras iria se dar bem com ela. Na verdade, tem vários idiotas, mas alguns parecem ser legais. Estou pensando em marcar um encontro, mas não sei se ela vai gostar das minhas opções. — Falou como se fosse óbvio e Josh franziu o cenho. Jake o observou e revirou os olhos. — Sério, precisamos de um estagiário e eu acho que pode te ajudar na situação que vocês estão. Não tem absolutamente nada a ver com a sua irmã, fica tranquilo em relação a isso.

— Ok... — Ele não parecia muito convicto. Josh estendeu a mão e Jake puxou o celular e o entregou a ele. Josh começou a futricar pelo aplicativo, vendo as conversas que Jake estava tendo em nome da irmã e ele preferiu fingir que não estava lendo metade daquilo e ignorar as frases sugestivas até demais. Ele ficou alguns minutos com o telefone até devolvê-lo para Jake. — Aqui, esse aqui parece ser legal e ela gosta de caras barbados.

— Esse cara? Ele é estranho. — Josh ergueu as sobrancelhas para Jake.

— Você conhece o ex-esposo dela? — Jake negou. — Aposte em tudo o que for o oposto.

Vizinhos, vizinhos, amores à parte.Where stories live. Discover now