CAPÍTULO 3 - Luau

1.8K 183 48
                                    

— Verônica! Verônica! — A voz estrondosa e masculina de Jake ressoou desesperada enquanto ele a chacoalhava em desespero.

A luz forte batia contra seu rosto, os cabelos caídos sobre sua bochecha pinicavam e não havia nada, absolutamente nada, em sua mente.

— Acorda! — Ele gritou mais uma vez enquanto erguia seu braço, a colocando sentada.

A areia pinicou seus olhos ao tentar abri-los, a água da praia atingindo seus pés e os respingos do corpo de Jake recaindo sobre si.

O que?

— Vamos, Verônica!

Ela abriu os olhos de uma vez, observando enquanto ele segurava suas roupas nos braços fortes e tentava levantá-la com o outro. O sol da manhã castigava seus olhos, assim como a areia que se erguia conforme várias pessoas saiam correndo ao seu lado em puro desespero.

Ao fundo, a polícia corria contra eles, o cassetete erguido em punho e os gritos de vagabundos! soando por todo o lado. Ela ficou em pé às pressas, pegando suas roupas espalhadas pelo chão enquanto Jake a puxava pelo braço em direção a multidão que corria contra os guardas.

— Corre, corre! — Ele gritou lhe puxando pelo braço. A cueca cinza marcava sua pele dourada e ela se perguntou por um momento como ele tinha uma bunda tão grande. As costas largas se moviam marcando os músculos e ela só teve tempo de se abaixar quando virou-se para trás e viu quando uma das pessoas na praia arremessou uma garrafa de água em direção a eles.

— Ah! — Gritou pulando o corpo caído de uma das pessoas, enquanto ele a puxava para a calçada e ia em direção ao conversível estacionado há alguns metros. Verônica arregalou os olhos quando ele a pegou no colo, a jogando sobre o banco do motorista, a empurrando para o lado e se encaixando para dar partida no carro e sair arrancando dali.

O pneu apitou, o cheiro de borracha queimada arrastando-se pelo ar.

— Ai meu Deus! — Ela gritou assim que eles pegaram uma avenida e ele apertou o mecanismo que fez o teto do carro se erguer e evitar que o sol queimasse sua cabeça. A sensação de mente vazia havia sumido e ela estava completamente em pânico. — Que merda aconteceu aqui?

— Trace endoidou! — Ele disse enquanto dirigia. Seu peito subia e descia enquanto ele tentava falar. — Aquela garota é totalmente pirada, eu disse que vir aqui não era uma boa ideia!

— O que? Quem é Trace? Onde é que a gente tá? — A sua última pergunta foi respondida quando ela viu a placa gigantesca à frente que dizia "Welcome to Hamptons!". Eles estavam em Hamptons? O que ela estava fazendo em uma praia em Hamptons? Isso ficava há quase duas horas de casa!

Ignorando totalmente sua pergunta, ele a encarou, piscando algumas vezes enquanto olhava para seu corpo.

— Você está usando uma calcinha bege? — Verônica olhou para baixo pela primeira vez, constatando que estava usando somente lingerie. — Quem usa lingerie bege numa situação dessas?

Ela tapou os peitos com as mãos, na vã tentativa de se esconder.

— Eu não tinha pretensão que alguém me visse de lingerie! — Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás.

— Ah, com certeza. Você não tinha mesmo um encontro marcado com um cara ontem — acusou e ela sentiu suas bochechas esquentarem, mas simplesmente pegou o bolo de roupa que estava jogado em seu colo e pegou a blusa que estava usando e a chacoalhou, fazendo a areia voar para fora, antes de vestir.

— Certo, que merda aconteceu ontem? — Jake a olhou confuso e se abaixou, abrindo o porta-luvas e tirando um comprimido colorido de lá e entregando para ela junto com uma garrafa de água. — O que é isso? Você está querendo me drogar?

Vizinhos, vizinhos, amores à parte.Onde histórias criam vida. Descubra agora