CAPÍTULO 20 - Contratado

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Verônica sorriu para Jake enquanto eles seguiam em direção ao elevador. A viagem de volta para NY havia sido tão demorada quanto ir para Hamptons, mas de certa forma, um pouco mais bizarra.

Antes, eles eram amigos que arrumavam encontros um para o outro, agora, eles eram amigos que arrumavam encontros um para o outro e que haviam transado em todas as oportunidades que tiveram durante todo aquele feriado.

Era um contraste e tanto.

Eles entraram e o elevador fechou na frente deles. Verônica engoliu a seco.

Deveria falar alguma coisa? Deveria falar casualmente sobre qualquer banalidade? Deveria só deixar a torta de climão assar até queimar? Parecia exatamente como a primeira vez em que saíram juntos, no dia em que se conheceram, que ao entrarem no elevador uma onda de realidade os tivesse assolado e agora não tivessem mais para onde correr.

— O que você acha de...

— Que tal a gente...

Eles iniciaram juntos, olhando um para a cara do outro. Jared riu, abaixando o rosto com o mesmo sorriso de sempre. Verônica mordeu o lábio, franzindo o cenho, desviando o olhar do seu rosto.

— Isso não vai ficar estranho, vai? — Maneou a cabeça, encolhendo os ombros.

— Olha, eu sei que é muito difícil não se apaixonar por mim, mas havíamos combinado que seria só durante o feriado e... — Jake colocou a mão no peito, negando com a cabeça. Verônica revirou os olhos bem devagar, para deixar bem claro qual era a sua opinião sobre aquilo.

— Zeus, eu não aguento mais você — respondeu, se recostando na parede gélida do elevador, o que foi bem gratificante devido ao calor insuportável que aqueles dias estavam fazendo.

— Poxa, Vê, assim você fere os meus sentimentos. Você pareceu aguentar bem durante os últimos dias... — Havia até sextas intenções naquele tom de voz. Ela o encarou com os olhos verdes arregalados.

— Você quer mesmo que eu fale sobre os últimos dias com você, Jared Müller? A gente pode começar pela manhã depois do jantar na sua tia, lembra? Quando eu coloquei a mão e... — Jake começou a falar mais alto, tapando totalmente sua voz.

— Eu estava sonhando! Estava sonhando! Todo homem passa por isso, Ashford, não me julgue! O nome disso é polução noturna, ok? E nem vem com essa pra cima de mim, não é como se... — O elevador se abriu no andar deles e Josh apareceu apertando o botão para descer. O rosto de Verônica só não ficou da cor dos seus cabelos de fogo, pois ficou branco feito papel.

Jake deixou que suas bochechas corarem por um segundo.

— Olá. — Josh disse, confuso. — Viram algum fantasma?

— Você me assustou. — Verônica falou, tomando consciência do seu estado de inércia e começou a arrastar sua mala para fora do elevador. Josh ignorou sua descida e pegou as coisas da irmã e seguiu para a porta do apartamento caminhando ao seu lado.

— Por que? — Questionou confuso.

— Tivemos uma experiência no elevador que não foi legal. — Jake tentou explicar, rindo nervosamente para achar uma desculpa.

— As únicas experiências que alguém pode ter num elevador é sexo selvagem — Josh disse rindo, enquanto abria a porta. Verônica tentou não pensar na situação do dia anterior enquanto se agarravam no elevador do shopping em Hamptons. — Como foi o feriado de vocês?

— Ahn... Foi bem legal. A família do Jake é ótima. A gente se divertiu bastante, não é? — Olhou para Müller, incisiva.

— É, realmente nos divertimos — respondeu a encarando com as sobrancelhas em pé. Josh os observou por um instante, sem entender o motivo daqueles olhares confusos.

Vizinhos, vizinhos, amores à parte.Onde histórias criam vida. Descubra agora