CAPÍTULO 14 - Areia

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Jake observou a barra do vestido de Verônica enquanto ela descia do carro e seguia para a boate à sua frente. Não era justo.

Quer dizer, o vestido em si era e muito.

O pedaço de pano era preto que se agarrava ao seu corpo de forma sutil e sofisticada, emoldurando suas curvas de forma atenuada e quase traiçoeira. Era curto, mais curto do que ela costumava usar normalmente e lindo. Sua alças eram finas e sustentavam o busto avantajado com excelência.

Os cabelos loiros estavam soltos e contornavam seu rosto de forma quase selvagem e arrebatadora.

Com certeza qualquer um cairia no papo dele, por mais fuleiro que fosse, era só olhar para aquele decote. Verônica estava tão bonita que Jake mal conseguia desviar os olhos.

— Está pronto? — Ela perguntou parando enquanto ele se aproximava. Pelo reflexo das paredes envidraçadas do clube ele conseguia se ver ao lado dela: ainda que com os saltos gigantes, Jake estava mais alto, usava um jeans escuro e uma camisa preta lisa, mais justa que o normal sobre seus bíceps avantajados e os cabelos para trás, com a barba cerrando sua mandíbula.

Jake estendeu a mão e ela pegou um dos pontos na sua palma, colocando no ouvido.

— Eu nasci pronto — piscou para ela, pegando o seu e fazendo o mesmo. — Vamos fazer como combinado, só temos uma chance pra provar que conseguimos arrumar alguém para o outro. Uma única chance! Se der errado...

— Não vai dar errado! — Ele deu os ombros.

Jake seguiu com Verônica em seu encalço, a entrada da boate era tão sofisticada quanto Hamptons inteira. As paredes eram revestidas de vidro fumê até o teto, o corredor até o bar era estreito e as pessoas quase se esbarravam até a área social. O salão com a pista de dança era gigante, as luzes piscavam coloridas e a fumaça à base de gelo seco se enroscava nos pés daqueles que andavam por ali.

— Você prefere começar bebendo ou começar agindo? – Veronica perguntou animada. Seus olhos verdes, maquiados de forma enigmática, brilhavam com certa excitação, quase como se estivesse animada pelo que a noite se tornaria.

— Eu não sei se consigo fazer isso sem um shot de tequila — Jake seguiu até o bar, pedindo a dose que foi disposta à sua frente junto com limão e sal.

— Pensei que você fosse bom flertando — ela pegou a primeira dose, virando-a sem pestanejar.

Se havia alguma dúvida de que Verônica era a mulher mais linda naquele lugar, Jake tinha certeza que essa dúvida havia sido sanada enquanto ela limpava a gota de tequila que escorreu por seu queixo com a ponta da língua.

Ashford se debruçou sobre o balcão pedindo outra com um sorriso simpático e um simples gesto de dedo. Com aquilo ela tinha certeza que se tivesse dito "seu mundo, por favor", ela teria conseguido.

— Eu sou bom. Entretanto, não costumo fazer esse tipo de coisa com ninguém sussurrando no meu ouvido — Jake jogou o topete para trás. — Além do mais, não sei se confio na sua capacidade de arrumar alguém para mim, até por que o prêmio de consolação é muito melhor do que o que está em jogo. Já sabemos que eu sou o cara mais bonito daqui. — Ele olhou o local com certo desdém. Ainda com a música alta ele pode ouvir a sua gargalhada sarcástica.

— Aí, aí Jake... — Suspirou. Verônica virou a outra dose sem piscar, não havia feito nem careta. Ashford deu dois tapinhas em seu ombro. — Não se iluda tanto. Você sabe que você não é tudo isso.

— Na verdade, eu sei que eu sou tudo isso sim. Eu sou lindo, gostoso, bem sucedido e rico. Muito rico. O que mais uma mulher ia querer?

Verônica deu os ombros.

Vizinhos, vizinhos, amores à parte.Onde histórias criam vida. Descubra agora