Capítulo 5

62 11 253
                                    

A garota que eu nem mesmo sabia o nome, me encarava com um sorriso nos lábios

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A garota que eu nem mesmo sabia o nome, me encarava com um sorriso nos lábios. Eu podia não conhecer ela ainda, porém, esperava por boas notícias, ao vê-la tão sorridente.

Eu estava tão afoito depois de acordar de uma sessão de relembrança, que nem percebi que ao lado da minha “irmã”, estava um sujeito alto e com os cabelos ruivos, que eu também não fazia ideia de quem se tratava. Contudo, suspeitei que ele fosse alguém próximo.

Tentei manter a calma, mas a verdade era que eu estava um pouco descontrolado ainda.

No entanto, decidi tratar todos com simpatia. Eu havia ouvido muito antes, que bons tratamentos, poderiam conquistar até as pessoas mais carrancudas. E na verdade, eu não estava fazendo aquilo somente para me safar de maiores questionamentos, mas também, para me sentir bem com as pessoas que fariam parte do meu novo dia a dia.

Sorri desajeitado, tentando captar nas entrelinhas, detalhes que pudessem me ajudar. Eu sabia que ia precisar mais do que observação para encarar tudo aquilo, mas também necessecitaria de uma lábia que eu não sabia exatamente de onde iria tirar. Todavia, entre tantas coisas que eu não sabia mais, tinha também a certeza de que precisava conhecer tudo e todos, para que pudesse levar aquela situação como uma vida, e não como um teatro.

Percebendo que eu não seria o primeiro a falar, a minha “irmã” se aproximou de mim com um olhar carinhoso, que me deixava até mesmo otimista, em minha situação surreal.

― O médico disse que logo que acordasse, poderia lhe dar alta ― ela disse.

Observei que a “minha” irmã aparentava ter mais ou menos uns dezoito anos e ser inclusive, um pouco frágil emocionalmente.

― Eu estou realmente bem melhor ― eu disse, me assustando novamente com a minha nova voz.

Eu não sabia quando, mas conhecia o fato de que eu demoraria a me acostumar.

― Espero que não apronte mais nenhuma dessas conosco, amigão! ― falou o sujeito ruivo, tocando em meu ombro. ― Eu vim para cá assim que a Coraline me ligou.

O rapaz olhou para a “minha” irmã, sugerindo que Coraline era o seu nome. Porém, quanto a ele, naquele momento, só pude supor ser um grande amigo.

― Prometo ter mais cuidado! ― eu disse, usando o tom divertido que sempre usava com Fernanda.

E sem saber como aqueles estranhos reagiriam, percebi que queria mais que tudo que Fernanda estivesse ali, mesmo que olhasse para mim e não pudesse mais me ver.

― Vou avisar ao médico que você acordou ― avisou Coraline. ― Eu estou louca para voltar para o Rio de Janeiro!

Ela se apressou em sair e eu tive certeza que era na Cidade Maravilhosa, que eu iria residir.

Porém, eu não sabia como faria para lidar com a tão grande distância que tomaria de Realejo, e principalmente de Fernanda.

Fiquei calado, sem saber como disfarçaria a minha insatisfação, caso eu abrisse a boca. Mas o meu “amigo” não parecia aceitar o silêncio daquele aposento.

Verdade Invisível - A Chance Para Uma Nova Vida - (Finalista Wattys 2023)Onde histórias criam vida. Descubra agora