Capítulo 54 (Fernanda)

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∞ Uma Narrativa de Fernanda ∞

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∞ Uma Narrativa de Fernanda ∞

Quando eu pousei em Realejo, eu estava muito enjoada. Talvez por conta da gravidez, ou talvez porque eu simplesmente passei o voo inteiro chorando. O meu coração estava muito dividido entre a raiva e o amor.

Eu comecei a pensar em minha amiga, que de alguma forma, eu enterrei há alguns meses atrás e não conseguia acreditar, que ela era a mesma pessoa que aquele menino doce, que me conquistou. Porém, ela e o Lucas eram simplesmente a mesma pessoa.

O meu estômago deu uma reviravolta e mesmo eu estando perto de casa, peguei um táxi diretamente para lá. E já fui logo me preparando para chegar em casa e assustar os meus pais, com a minha cara de tristeza e dor.

Abri a porta e entrei correndo. E nem o cheiro de lar e de coisas conhecidas, me acalentaram. Logo eu estava jogada no sofá, chorando copiosamente.

A minha mãe surgiu de avental e me abraçou, muito assustada. A sua expressão era a de quem via um fantasma.

― O que te aconteceu, Fernanda? ― a minha mãe perguntou, muito desesperada. ― Por que está chorando desse jeito?

― Mãe ― eu disse, me engasgando com as lágrimas ― eu estou grávida e o Lucas, na verdade, é a Carina!

O meu pai entrou na sala naquele instante e tanto ele quanto a minha mãe, ficaram encabulados com o que eu acabava de dizer.

― Você está com febre, meu anjo? ― minha mãe perguntou, colocando a mão na minha testa. ― O que quer dizer com o Lucas é a Carina?

― Não, mãe ― eu disse e então me sentei, os chamando para se juntar a mim. ― Eu vou contar para vocês, mas não sei se vão acreditar em mim e nos fatos. É meio difícil, eu confesso.

O meu pai e a minha mãe se sentaram lado a lado e me escutaram do início ao fim. Percebi algumas expressões de espanto no decorrer da trama, mas nem por um minuto, me interromperam.

Quando terminei, fiquei os observando por um bom tempo, antes de ouvir a minha mãe dizer:

― Então as lendas de Realejo realmente existem... ― Eu vi ela suspirar e ficar com o olhar distante.

O meu pai, por outro lado, se levantou e foi me acariciar.

― Já parou para pensar que tudo o que o impediu de lhe contar foi o medo? ― ele perguntou e eu levei as suas palavras em consideração. ― Eu sei que é difícil, meu bebê, mas troque de lugar e se pergunte: o que você faria no lugar dele?

Eu fiquei calada, pois na verdade, eu não sabia o que eu faria. Eu nunca havia tido a necessidade de pensar nisso, até aquele dia.

― Ele sabe? ― foi a vez da minha mãe falar e eu percebi que ela se referia à gravidez.

Fiz que não com a cabeça e comecei então a chorar. Percebi então que naquele momento, nem o colo dos meus pais iria curar a minha dor.

E que, na verdade, eu precisava era ficar sozinha, para pensar em tudo.

― Eu vou dar uma volta ― eu disse e então me preparei para sair e voltar somente quando eu soubesse o que fazer ―, pois eu preciso pensar.

― Pense com calma, minha querida! ― a minha mãe pediu.

― E saiba que estaremos sempre ao seu lado ― o meu pai disse. ― Em qualquer decisão.

Eu os abracei uma última vez, antes de sair e acenar afirmativamente.

Logo eu estava de novo andando pelas ruas de Realejo e de alguma forma, eu sabia exatamente para onde ir.

Logo eu estava de novo andando pelas ruas de Realejo e de alguma forma, eu sabia exatamente para onde ir

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Verdade Invisível - A Chance Para Uma Nova Vida - (Finalista Wattys 2023)Where stories live. Discover now