FINALISTA WATTYS 2022 e 2023
Como seria acordar e não estar mais em seu próprio corpo e ainda por cima, tendo a certeza de que nunca poderá voltar?
Carina Acco sentiu a sua vida se esvair, no entanto, ela ainda estava viva, mesmo que o seu coração j...
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∞ Música do capítulo acima ∞
A noite havia sido tão calma ao lado de Fernanda, que eu nem queria me levantar. Mas eu precisava. O Diego me mostraria onde seria o set de filmagens e eu o ajudaria um pouco, até partir ao encontro da guia Cássia.
Tentei não fazer barulho.
Eu e a Fernanda havíamos ficado conversando e cantando, até de madrugada. E aquilo me fazia sorrir, mesmo ali na penumbra ocasionada pelo blackout da cortina.
Parecíamos duas crianças, muito apaixonadas...
Mas eu precisava afastar qualquer esperança da minha cabeça e parar de deixar os meus sentimentos me dominarem.
Quem devia reinar aqui era a razão!
E a razão me dizia que a Fernanda iria me odiar, se soubesse quem eu era.
Caminhei para fora do quarto e encontrei o Diego no corredor.
O meu melhor amigo estava com uma aparência ótima e eu me preocupei, ao pensar que ele já estivesse pensando em aprontar e que aquilo feriria a Coraline, que agora estava tão próxima dele.
― Garotas dorminhocas, não é mesmo? ― Diego perguntou em tom de deboche e eu ri.
― Parece que sim ― eu respondi e então soltei uma risada. ― Mas deixemos elas dormirem, pois a Coraline e a Fernanda não têm que trabalhar, mas apenas aproveitar, já que a Cora só vai estudar durante a tarde.
O Diego deu de ombros e concordou, mas logo se voltou para mim e estava com um sorriso travesso no rosto:
― E aí? ― ele chamou e eu olhei diretamente para o meu melhor amigo. ― Aquelas já coisas rolaram para vocês?
Eu engasguei com o ar, ao pensar naquilo, e principalmente ao gostar daquela ideia e ver que o Diego acreditava mesmo que aquelas coisas iriam rolar entre eu e a Fernanda.
Logo eu cheguei à conclusão de que era mesmo muito diferente ser um homem!
Afinal, mesmo tentando lutar contra, depois de ir parar no corpo de Lucas Barcellos, eu já havia pensado naquilo muito mais vezes do que em toda a minha existência.
E no meu caso, aquilo era péssimo, pois eu não podia me render àquela louca tentação.
― Claro que não, cara! ― eu disse. ― A Fernanda não é uma qualquer, não. Então não vai rolar nada disso.
― Não é, cara! ― ele disse. ― Mas é a mulher que você ama e eu sei que você está louquinho por ela.
O Diego piscou e eu quis bater nele e também em mim, simplesmente por aquilo ser verdade.
Eu estava mesmo louquinho e aquilo era muito perigoso, pois começava a acreditar que se eu tentasse fazer algo assim, a Fernanda cederia.
E aquilo era uma tragédia grega... ou melhor, caribenha!
