Verdade Invisível - A Chance Para Uma Nova Vida - (Finalista Wattys 2023)

Capítulo 32 (Coraline)

∞ Uma Narrativa de Coraline ∞

As horas pareciam passar voando. Eu não sabia. Eu só sentia a presença da madrugada e um instinto avassalador em minha mente, tão cheia de álcool e sentimentos reprimidos.

Eu e o Diego ainda estávamos na festa e naquele momento, tocava uma música muito boa.

Resolvi então me aproximar e ousar um pouco mais, pois estando muito ébria, eu me vi cheia de coragem naquele instante.

Cheguei o meu rosto então perto do ouvido do Diego. Ele estava encostado no balcão com a sua postura muito viril e eu queria botar para quebrar, naquele momento mesmo.

Eu deixei que o meu hálito o estremecesse, enquanto eu me apoiava em sua cintura, fincando as minhas unhas na sua pele.

― Vamos dançar, Diego? ― eu perguntei e mordi o lábio, em meio a uma risadinha quase felina.

Os olhos claros de Diego se iluminaram e ele me lançou um sorriso quase sacana, pegando em minha mão e me levando diretamente para a pista.

Eu então juntei o meu corpo ao dele e comecei a dançar, muito sensual e desinibida. Eu arrancava uns suspiros bem pesados de Diego, enquanto eu me agarrava em sua cintura e me esfregava em seu corpo, passando logo o recado de que ele não deveria parar de se mexer e nem muito menos, se afastar de mim, nem por um instante.

Ficamos ali alguns minutos, até o Diego se abaixar até a altura dos meus ouvidos.

― Você é tão bonita que chega a ser atordoante, Coraline ― ele falou e então riu. O Diego plantou um beijo em meu pescoço, o que me incinerou por completo. ― Ninguém merece tocar em você, mas nesse momento, contigo aqui na minha frente e dançando assim, eu não consigo mais resistir a você, não.

Eu olhei para ele e os seus olhos pareciam límpidos e muito sinceros.

Naquele momento os nossos lábios se encontraram com uma urgência, que parecia vir de mim até a ele e assim, se conectar completamente. Eu achei que queimaria e que levantaria fogo em todo o salão, mas mesmo assim, apenas continuei ali nos braços do homem que eu amava, vivendo o momento mais perfeito de toda a minha vida.

Nós nos beijamos até os nossos lábios arderem. E ficamos dançando juntos, até sermos os últimos a permanecer na festa.

Subimos as escadas para o nosso quarto nos espremendo contra as paredes e nos apalpando pelo caminho, sem pudor algum, como se estivéssemos nos conhecendo naquele momento.

E de uma forma diferente, nós estávamos mesmo.

Quando entramos enfim para o quarto, não restaram dúvidas de que eu seria dele e de que ele seria meu também.

Aquele era o momento, mesmo que prematuro, mas mesmo assim, era o instante em que eu deveria me entregar pela primeira vez para alguém.

E eu gostei de cada mínimo detalhe daquela madrugada.

Eu amei quando nós nos beijamos, de quando nos tocamos, de quando as roupas saíram de cena e de quando pudemos nos ver, sem nada para mascarar os nossos corpos.

Era somente eu e o Diego.

O Diego e eu.

E também ali estavam todos os nossos sentimentos, valsando juntos.

Eu me uni a ele completamente, e aquele era o meu paraíso ali na Terra. Afinal, a dança muito lúbrica dos nossos corpos juntos, parecia a perfomance mais perfeita que já acontecera em toda a história da vida.

E eu nem me importei com a dor inicial, pois eu apenas sentia uma urgência em sentir mais e mais dele, dentro de mim.

E ninguém poderia me julgar.

Ninguém poderia dizer que aquilo não era o certo.

Afinal, aquele era o meu momento de fogo e frio, tudo ao mesmo tempo. Era o meu instante de ascensão e colisão. E era também o momento em que eu sentiria muito tremor, mas também muita estabilidade.

E, com certeza, foi o instante mais maravilhoso da minha vida.

Mas mal sabia eu naquele minuto, que aquilo também se transformaria no maior pesadelo dos meus dezoito anos.