︰Trinta e Quatro︰

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Donghyuck estava um pouco cansado de ficar em casa e por isso, ele resolveu caminhar. Não iria sair do condomínio nem nada. Só precisava respirar um ar diferente e talvez ver gente. Ele caminhava pelas ruas e sorria até pro vento. E o motivo era Mark Lee. Os dois tinham se dado bem e parecia que nada os abalaria. Todos tinham notado que eles estavam diferentes, mas resolveram não falar nada. Para o coreano, estar ao lado do canadense, era maravilhoso. Os dois passaram a se ver toda noite e nem sempre era pra fazer algo. Às vezes eles só se deitavam para ver um filme bobo e comer pipoca. Era bom. Ele gostava. Mas estava tão acostumado com as coisas dando errado, que já estava esperando pelo pior.

Ele parou na praça que tinha dentro do condomínio e usou os aparelhos de ginástica que tinha ali. Era divertido. Nunca teve dinheiro para pagar uma boa academia e por isso, tentava a todo custo se manter em forma, porque de qualquer forma, ele usava seu corpo para trabalhar. E por falar em seu trabalho, já tem um tempo que ele não vai. Taeil disse que não vai obrigá-lo a voltar, mas se quiser, as portas vão estar abertas. Queria voltar. Gostava de seu trabalho e principalmente do dinheiro bom que recebia. Estava extremamente confuso com tudo isso.

Hyuck terminou seu exercício e ele ia se sentar, se não tivesse sentido algo afiado em seu pescoço. Donghyuck gelou. Ele sentiu quando alguém o abraçou por trás e a lâmina continuava em seu pescoço.

— O que você quer?

Silêncio.

— Sua mãe te manda lembranças. Começa a andar.

Donghyuck sempre foi bom de briga e ele se orgulhava muito disso. Mas naquele momento, se sentia um tanto encurralado e o medo de morrer, se fez presente.

— Ela não é minha mãe.

— Claro que é. Ela que te colocou no mundo.

— Colocar no mundo não é ser mãe.

Donghyuck estava tentando a todo custo distrair ele, pra ver se conseguia pegar seu celular e abrir o aplicativo de mensagens.

— Ela só o amava, muito.

— Ela não devia amá-lo. Ele batia em mim e depois começou a bater no meu irmão. Ele era agressor, isso sim.

Silêncio.

— Ele batia em crianças?

Donghyuck assentiu.

Ele conseguiu abrir o aplicativo de mensagens e mandou sua localização em tempo real para Mark. Ele não sabia se o mais velho iria entender, mas esperava desesperadamente que sim.

— Ela sente falta dele.

— Ele tá morto. Eu matei ele, sem querer, mas matei.

Silêncio.

Eles continuaram andando pelo condômino e Donghyuck sempre olhando pro lado, pra ver se via alguém e não tinha uma alma viva dentro daquele condômino.

— Nós vamos passar pela portaria. Quietinho.

Donghyuck sentiu quando a lâmina saiu de seu pescoço e foi para sua barriga. Dava pra ele sair correndo? Não. Ele iria tentar? Talvez. O medo te trava em algumas situações.

— Me deixa ir embora. — Donghyuck falou baixo.

— Não posso. Ordens são ordens.

Eles passaram pela portaria e o porteiro o comprimentou, como de costume. Donghyuck sorriu e tentou sussurrar um simples socorro. O porteiro franziu o cenho e deu tempo do Lee ver ele correndo até o telefone. O estranho pareceu não notar nada. Eles entraram em um carro, que estava parado um pouco mais a frente e depois disso, ele não viu mais nada, já que uma coronhada foi desferida em seu pescoço.

︰𔒴︰

Mark estava em seu escritório, quando recebeu uma mensagem. Ele pegou seu aparelho e riu, quando viu de quem era. Ele foi até o aplicativo de mensagens e ao abrir a conversa do outro Lee, ele franziu o cenho. Era a localização dele, em tempo real. Ele clicou e dava pra ver claramente por onde ele estava se locomovendo. A confusão era evidente em seu rosto.

— Eu não entendo.

Mark então se levantou e saiu do escritório. Ele caminhou até a cozinha e viu suas funcionárias andando de um lado pro outro.

— Pessoal.

A conversa na cozinha cessou na hora.

— Alguém viu o Donghyuck?

— Ele saiu cedo. Ele disse que ia caminhar pelo condomínio mesmo. Quando ele voltasse, ele iria acordar a Yejin e mandá-la pra escola. — Uma delas respondeu.

— Já tem quanto tempo que ele saiu?

— Acho que uma hora.

— Obrigado.

Mark saiu da cozinha e caminhou até a garagem. Ele entrou em seu carro e saiu. O canadense rodou as ruas próximas onde morava de ponta a ponta e nada. Ele tinha ficado feliz, quando aquela rua tinha sido fechada e só entrava com autorização. Mas agora, estava começando a achar que a segurança não era lá essas coisas. Mark parou perto dos aparelhos de ginástica e saiu do carro quando avistou a toalhinha de Donghyuck no chão.

— Ele esteve aqui. — Ele pegou o pedaço de pano e voltou pro carro.

Mark foi até a portaria e o senhor que fica lá, estava conversando com a polícia. Ele conseguiu ouvir parcialmente a conversa.

— Eu tenho certeza. Ele sussurrou socorro pra mim.

O policial anotou o que ele disse.

— Você o conhece?

— Sim! Ele trabalha na casa da família Lee, mas atualmente está morando aqui. Ele sempre leva a Yejin pra escolinha. Ela é uma menininha terrível, mas é fofa.

Mark arregalou os olhos em pura surpresa.

— Como exatamente ele falou socorro pra você?

Silêncio. O velhinho parecia estar pensando.

— Ele passou aqui abraçado com um cara. Eu nunca o vi pelas redondezas. O Donghyuck parecia tenso. Eu não enxergo muito bem, mas eu juro que vi algo vermelho em seu pescoço, como se tivesse sido cortado recentemente.

O policial voltou a anotar.

— Ele tem família?

— Tem sim. — Mark se aproximou e o velhinho sorriu aliviado em sua direção.

— Ele passou por mim e depois do que ele falou, eu fui logo chamando a polícia. — Ele falou apressado e Mark assentiu.

— O senhor fez bem, obrigado. — Mark apertou a mão dele e em seguida encarou o policial. — Ele mandou mensagem e tem a lacalizacao dele em tempo real. Acho que não vai durar muito, e só o tempo de descobrirem o celular dele.

O policial pediu o celular e Mark o entregou.

— tem cerca de uma hora que ele sumiu e a localização ainda está ativa. E um bom sinal. Me segue até a delegacia?

Mark assentiu.

O Lee estava tentando se manter calmo, mas ele estava prestes a surtar. Se perdesse Donghyuck, ele não tinha ideia do que iria fazer.

Sweet Chaos - MarkHyuckWhere stories live. Discover now