︰Vinte e Oito︰

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Mark se acomodou na cadeira desconfortável do hospital e passou a mão por seu rosto. Ele viu Minjun respirar bem fundo e o encarar sério. Boa coisa não vinha por aí.

- Quando o nosso pai morreu, as coisas mudaram. Nossa mãe mudou. - Minjun sentiu um bolo em sua garganta, mas resolveu continuar. - As coisas ficaram um pouco complicadas, sabe. Ela começou a se envolver com pessoas que não eram muito legais e foi só ladeira abaixo.

Mark sentia que não ia vir coisa boa pela frente e ele não tinha muita certeza se estava pronto para ouvir tudo.

- Um belo dia ela apareceu com um cara. Ele começou a ficar muito tempo lá em casa e quando a gente notou, ele já estava morando lá. As coisas não melhoraram, na verdade só pioraram. Nossa mãe passava muito tempo fora de casa e quando voltava, estava bêbada. Nós dois passamos a ficar muito tempo com o nosso padrasto. Isso não acabou muito bem. Ele começou a agredir o Donghyuck. Todo dia ele ia no quarto dele e sabe se lá o que eles faziam lá. A nossa mãe nunca estava em casa e quando estava, ela sempre estava bêbada. Um dia, ele fez comigo. O Donghyuck não estava em casa, ele tinha ido fazer um bico em um bar pra conseguir dinheiro. - Minjun sentiu a primeira lágrima descer e Mark se sentiu péssimo por fazê-lo lembrar de tudo.

- Não precisa continuar se não quiser, Minjun. - Falou o mais velho e Minjun balançou a cabeça de um lado pro outro negando.

- Foi a pior coisa que poderia ter acontecido comigo. Eu nunca apanhei tanto. Ele estava muito bêbado. O Donghyuck quando soube, quase teve um treco. - Minjun respirou fundo e olhou Mark nos olhos. - Ele brigou com o marido da minha mãe. Eles dois caíram na porrada e o Hyuck para se defender, jogou um vaso na cabeça dele. Ele caiu no chão de mau jeito e morreu na hora. - Contou ele e Mark não soube o que responder. Minjun continuou. - O Hyuck fugiu logo depois disso e eu fiquei. A nossa mãe surtou e colocou um monte de gente barra pesada atrás dele, mas nunca acharam. Antes de eu vir pra cá, eu briguei com a nossa mãe e descobri que ela sabia de tudo. ela sabia das agressões e dos abusos psicológico que a gente sofria e nunca fez nada. o Donghyuck só me defendeu.

Mark não sabia o que dizer. Ele se encostou na cadeira e ficou olhando pro nada. Tudo isso era muito surreal pra ele.

- Minjun... - Mark passou as mãos por seus cabelos e suspirou derrotado.

- Está tudo bem, eu já superei. - Falou Minjun sorrindo de lado.

- A primeira coisa que a gente tem que fazer é achar um advogado bom para o seu irmão. Ele é inocente e não merece passar por isso. Depois nós temos que arrumar uma proteção pra ele, se tem gente atrás dele, ele ta correndo perigo. - Falou Mark e ele ia continuar, quando a enfermeira apareceu.

- Ele acordou e quer falar com um tal de Mark, algum de vocês é ele?

Mark levantou a mão e se levantou.

- Me acompanhe.

O Lee acenou para os mais novos e acompanhou a enfermeira. No caminho, ele secou suas mãos nas calças e isso era sinal de puro nervosismo. Ficar sabendo das coisas por Minjun, foi um baque bem grande. Ele realmente não esperava.

Não demorou muito pra ele chegar onde Donghyuck estava. Havia um policial na porta, que deu passagem para que ele entrasse. A enfermeira ficou e o canadense entrou. O Lee estava sentado na cama e ele estava com uma proteção no pescoço. Ele tinha alguns arranhões no rosto e em seus braços existiam alguns curativos. Ele parecia relativamente bem. O acinzentado olhava pela janela e parecia pensativo.

- Hyuck?

Donghyuck foi tirado de seus devaneios por Mark. O acinzentado riu na direção do mais velho e suspirou.

- Me desculpe, eu juro que vou pagar o conserto do seu carro. - Falou ele um tanto nervoso.

- Donghyuck não precisa me pagar nada, ok? Tá tudo bem, foi um acidente. - Respondeu ele. Mark se sentou na ponta da cama do mais novo e segurou em sua mão, fazendo um leve carinho.

- A Yejin está bem? Alguém foi buscá-la? Quem foi? Ela já comeu? - Donghyuck saiu falando um monte de coisa e isso fez Mark rir

- Ela está bem. O Jisung foi buscá-la, se preocupe apenas com você no momento, ok? Você precisa se recuperar.

Donghyuck voltou a olhar pela janela e Mark se assustou quando a primeira lágrima rolou por seu rosto.

- Hyuck?

- Tá tudo dando errado. Eu fui encontrado depois de anos. Isso não foi um simples acidente, tentaram me matar. - Donghyuck passou a mão por seu rosto e tentou secar suas lágrimas, que insistiam em descer.

- Hyuck...

- Eu não sei o que fazer.

- Eu posso te ajudar. - Mark falou e Donghyuck o encarou.

- Como? Você nem sabe do que eu estou falando.

- Na verdade eu sei sim. O Minjun me contou.

Donghyuck sentiu mais lágrimas rolarem por seu rosto. Ele só sentia vontade de se afundar em um buraco e ficar lá pelo resto da vida.

- Mark -

- Tá tudo bem, Donghyuck, eu vou te ajudar. Não sei como, mas eu vou.

Donghyuck sorriu de lado e tentou secar suas lágrimas.

- Eu não quero meter mais ninguém nisso.

Mark deu um sorrisinho.

- Tarde demais, eu já estou nisso até o pescoço.

Donghyuck ia responder, quando ele escutou a voz de Jaemin. Eles dois olharam pra porta do quarto e esperam ele invadir. Não demorou muito pra isso acontecer.

- Policial filho da puta, você não manda em mim. - falou ele sério. Ao encarar Donghyuck, o Na deu um sorriso. - Donghyuck!

Minjun entrou logo atrás e foi na direção do irmão. O Lee mais novo estava com os olhos marejados e a felicidade de ver que ele estava bem, era gigantesca.

- Você está bem? - perguntou Minjun segurando a mão do irmão.

- Estou sim. Não foi dessa vez. - Respondeu ele sorrindo.

Mark praticamente se desligou. Ele não conseguia tirar os olhos do acinzentado. O coração do Lee estava quentinho e ele se sentia feliz só por saber que Donghyuck estava bem e vivo. Era surreal o 'carinho' que ele sentia pelo mais novo. Tudo parecia mais bonito e perfeito, quando o coreano estava presente.

Mark suspirou derrotado. Não tinha pra onde correr.

Ele estava fodidamente apaixonado por Lee Donghyuck.

Sweet Chaos - MarkHyuckWhere stories live. Discover now