XXV

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❥ CAPÍTULO 25

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❥ CAPÍTULO 25

Os últimos dias se passaram rapidamente, tanto que eu nem havia percebido o tempo que passou. Chegando no final de semana, a única coisa que eu consegui fazer foi descansar o máximo que pude depois de uma semana cansativa e trabalhosa. Hoje já é domingo e eu demorei um tempo para me dar conta de que dia era hoje e o que eu iria fazer.

Já estava arrumada há um tempo esperando Ryan vir me buscar. Eu disse que não precisava, mas chegamos em um consenso e decidimos que ele iria dirigir hoje. Os últimos dias foram produtivos em relação aos estudos, estamos indo bem até agora e nada demais ou diferente aconteceu durante a semana. Não que eu estivesse esperando algo acontecer, minha vida pode ser tão parada ou devagar às vezes quanto uma lesma.

— Quando você chegar eu quero que me conte tudo. Sério!— Riley pede, sentado ao meu lado enquanto assiste um documentário na televisão e tem um balde pipoca em mãos. — Você e Ryan estão muito próximos esses dias, alguma coisa tá rolando aí.

— Eu já disse, nós só estamos tentando ser amigos. Não tem nada demais nisso. — Dou de ombros, olhando o relógio digital e contestando que Ryan já está quase meia hora atrasado. Tento não pensar nisso, ele não faria isso de novo. Eu acredito que não.

— Aham, sei. — Meu amigo murmura, me olhando com os olhos semicerrados. — Amigos com benefícios?

Reviro os olhos, soltando uma lufada de ar nervosa.

— Eu não tenho nenhuma ideia. Agora fica quieto. — Empurro seu ombro quando me levanto e vou em direção a cozinha.

Pego uma jarra de água na geladeira e encho um copo quase completamente, bebendo um pouco em seguida.

— Então admite que tem alguma coisa?— Riley me olha de seu lugar com um olhar e sorriso malicioso.

Não diria que temos alguma coisa. Alguns beijos aqui e ali e mais algumas coisas não podem ser considerada algo grande. Talvez, na melhor das hipóteses, algo casual.

— Se assim você fica quieto. — Resmungo, tentando não pensar na demora e em não ficar irritada. Riley ri, me deixando em paz e voltando a assistir o que passa na televisão. Apoio o peso do meu corpo na bancada da cozinha enquanto bebo água e penso.

Ryan disse que estava saindo de casa enquanto eu estava terminando de me arrumar. O campus é grande, sim ele é enorme, mas o meu apartamento não fica muito longe das fraternidades. O caminho de carro não dura muito mais que uns cinco minutos. Então o motivo para a demora é questionável.

Quando já terminei o copo de água e o coloquei sobre a pia, o interfone toca. Tudo indica que seja ele.

— Vai lá. Não se precipita. — Riley aconselha, se referindo a demora de Andersen. Ele me joga a minha bolsa e me manda um beijo. — Tenha um bom dia. Quero saber de tudo.

Atendo o interfone somente para ter certeza e o porteiro avisa quem está lá embaixo. Eu aviso que estou descendo e me despeço de Riley antes de sair de casa e descer até onde Ryan me espera. Eu agradeço ao porteiro assim que passo por ele e consigo avistar Ryan parado no portão de entrada.

Aceno com a cabeça para Andersen e passo pela porta junto com ele.

— Você está linda. — Ele me elogia, com um sorriso fraco nos lábios. Cruzo os braços abaixo do peito e olho para ele, assentindo levemente com a cabeça. Ryan suspira, abaixando os ombros. — Desculpa, tá bom? Desculpa. Eu não queria me atrasar.

— Pelo menos você tá aqui. — Poderia falar sobre a outra vez, mas não seria legal visto que a tal briga não foi planejada e ele saiu com o rosto quase quebrado. — Vai me contar porque demorou?

— A gente pode conversar no caminho?— Ryan aponta para seu carro, respirando fundo.

Somente assinto com a cabeça e assim entramos no carro, com ele dando partida logo em seguida. Em silêncio por quase um minuto inteiro.

— Eu disse que tinha alguns problemas com meu pai, certo?— Ele indaga depois de um tempo. Concordo, olhando para o caminho através da janela. — Ele meio que decidiu aparecer hoje. Ele descobriu de algum jeito aonde eu moro e foi lá falar algumas merdas.

Olho para Ryan discretamente, percebendo seu maxilar travado e o semblante sério. Também percebo suas mãos apertando com tanta força o volante que é possível ver a ponta de seus dedos brancos.

— Eu juro que eu não tinha ideia que o Francis ia pra lá. — Ele me olha rapidamente antes de voltar a se concentrar na estrada. Constato que Francis deve ser seu pai. — E quando ele apareceu eu tava saindo e fiz de tudo pra ele ir logo, não ia deixar ele sozinho lá. Mas meu pai é insistente. Eu tentei te ligar, mas não estava achando meu celular e ele tava me estressando pra caralho. Me desculpa.

— Tudo bem.

— Você provavelmente não vai querer sair comigo de novo. — Ele balança a cabeça, falando em um tom baixo. — E eu entendo.

— Tá tudo bem, Ryan. — Dou um sorriso fraco, encostando a cabeça no banco de couro e observando ele. — Sério.

Eu acredito em suas palavras. Não acho que ele teria motivo para mentir sobre algo assim. Ryan teve um bom motivo para se atrasar e eu compreendo isso, não vou julga-lo. Mas apesar de entender, não deixo de sentir uma pontada de raiva em meu peito por ter esperado aquele tempo, por ter pensado em mil possibilidades para seu atraso, mesmo não querendo. E me sinto egoísta por um instante por ficar com raiva de algo assim, quando o que Ryan deve estar passando nem se compara a um sentimento momentâneo.

— Você desculpa muito fácil, Evie. — Vejo ele balançar a cabeça levemente, com o cenho franzido enquanto fala. — Você é boa demais. Não sei se conseguiria. Se alguém chegasse dando uma justificativa de um atraso suspeito eu nunca iria acreditar.

— Então está dizendo pra eu não confiar em você?— Levanto as sobrancelhas e cruzo os braços.

— Você pode confiar se quiser ou não, eu conheço a verdade. — Sua fala termina assim que ele para o carro na estrada por conta do semáforo vermelho. Ryan aproveita para olhar para meu rosto, me avaliando. — Só que eu não entendo como você pode ser boa com algumas pessoas.

— Eu não sou assim sempre, não se engane. — Viro um pouco meu corpo de modo que eu ficasse sentada quase de lado no banco, de frente para Ryan. — Mas eu também não sou uma pessoa rancorosa. Eu não ligo de aceitar ou pedir desculpas, o que vale pra mim são as ações da pessoa. Tirando um grupo específico de pessoas ruins espalhadas pelo mundo, todos precisam de uma segunda chance ou algo assim. E se isso me fizer uma pessoa boa demais, então eu acho que sou.

Andersen abre um sorriso ao final da minha fala, um sorriso bonito, e me olha com os olhos brilhando antes de desviar o olhar para frente novamente e voltar a dirigir assim que o sinal abre.

— Por que você tá sorrindo?— Estreito os olhos para ele, achando seu comportamento um pouco estranho.

— Eu não posso sorrir mais?— Reviro os olhos, ignorando e voltando a olhar para a estrada que seguimos. Mesmo que, por algum motivo, algo dentro de mim cria um impulso para olhar para Ryan e observa-lo, eu não faço. Mesmo que meu cérebro queira olhar para ele para admirá-lo, eu me forço a não fazer isso.

As coisas estão chegando em um outro nível, aparentemente.

SET ME ON FIREOnde as histórias ganham vida. Descobre agora