▪︎Oz
Um jovem desastrado de 24 anos que sem conseguir escapar se vê envolvido em um mundo de crimes onde seu pai só não lidera com um punho de ferro como também em busca de o proteger acaba o sufocando no passado Oliver Dafoe sofreu com a possibili...
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Tudo estava indo bem a manha passou e a tarde chegou e ainda não tinha cometido um deslize meus pés parecem ter vida própria que por sua vontade eles me pregam peças como prender o sapato em um bueiro por que estava distraído demais para perceber por onde meus pés estavam me levando a vergonha faz parte de mim e está gravado em minha mente as desculpas que sem notar eu as digo no automático mas agora me encontro com a língua presa quando uma linda mulher me ajuda a agarrar as embalagens de molho de tomate e mais uma vez eu não sei como agir por que tenho certeza que seja o que for que diga isso sempre será a coisa errada
Queria agir fora do personagem
Queria ter forças para não ser um fracasso
- Aqui tome esse é o último - ela me entrega o molho e se levanta me permitindo a analisar por completo
Mulheres nunca me dão um segundo olhar qualquer homem seria uma melhor opção e não sabendo como lidar com o sexo feminino eu aceito que possivelmente vá terminar sozinho aturar um mundo violento não é fácil mas segurar tudo que sou é ainda mais difícil a mulher diante de mim aparenta fragilidade e me sentindo desconfortável eu faço um grande esforço para permanecer parado
Não diria que seja baixa mas também não é muito alta, suas pernas atualmente se encontram confinadas em um jeans justo, seus cabelos são longos e de um rico tom de castanho, em seu tronco esta uma jaqueta de couro que a dá uma aparência de menina má e suas botas também não ajudam na causa mas são seus olhos que me prendem eles são um pouco puxados e tão fofos
- Você é asiática - digo sem evitar que minha boca fale antes que meu cérebro volte a funcionar por que essa mulher é uma distração que não só abala minha mente como também me faz pensar em coisas que não posso ter pelo menos não ainda e isso é frustrante
Meu pai me deve
Minha vida esta um inferno por sua causa
Nunca pensei que atender a um pedido seu me traria tantos problemas
- Tenho certeza que sou - seu sorriso é como um farol e luto para ter um pensamento coerente mas é difícil sua presença exala uma dominância que me chama mas totalmente perdido sem saber como agir eu dou um passo para trás e sem perceber eu escorrego em uma embalagem de molho perdida e sem equilíbrio volto a chocar meu traseiro no chão e não sei o que é pior se é o fato de agora minha calça esta úmida com todo o tomate ou se é mais uma vez minha desatenção me fazendo passar vergonha diante de uma bela mulher
Se os inimigos de meu pai não me matarem
Eu mesmo me mato sozinho
- Você esta bem? - a linda estranha pergunta ao estender sua mão para me ajudar a levantar e prontamente a aceito
- Sim obrigado só... só meu orgulho que esta abalado - resmungo descontente com meu traseiro que agora é possível sentir o frio de todo o molho espalhado - Nada como um pequeno acidente
Estar diante dessa mulher mexe com meus sentidos e não entendo como que nesses poucos segundos em que estamos juntos consegue me fazer ficar mais nervoso que o normal
- Desculpe geralmente eu não sou tão... - tento mentir mas sou interrompido
- Atrapalhado - a palavra é dita em um tom que em nada me agrada e desconfiança me bate e pensamentos sobre quem essa mulher é começam a encher minha mente fazendo dar um passo para mais perto do carrinho de compras pois toda cautela é necessária e muitos já se aproximaram em busca de conseguir algo de mim ninguém nunca conseguiu pois tudo que trago a suas vidas é desgraça e arrependimento por um dia cruzar meu caminho
Não posso permitir que fissuras se formem
Tenho que seguir o plano
- Obrigado pela ajuda mas... mas tenho que continuar com as compras talvez algum dia nos encontremos de novo - dou as costas apressadamente e sigo pelo corredor mas ao fundo escuto sua voz sussurrando meu nome e fico ainda mais apreensivo pois em nenhum momento eu disse como me chamava
Essa mulher é perigosa
E é com sua imagem em minha cabeça que continuo enchendo o carrinho não nos conhecemos essa é a primeira vez em que a vejo mas algo me diz que esse não será nosso último encontro pois por mais que tenha sido breve nossa interação sua forte presença deixou uma impressão que é difícil de esquecer seus olhares são intensos e sua expressão corporal diz que muito é combativa e por mais que seja louco ao admitir eu ainda sim me vejo animado com a nossa pequena interação
- Meu pai surtaria se soubesse - murmuro ao agarrar uma garrafa de suco de laranja e já com tudo que preciso eu faço o caminho para o caixa
A adolescente cheia de espinhas no rosto me recebe com tédio sem se importar com minha forma de cumprimento ela simplesmente passa os produtos no leitor de código e continua a mascar seu chiclete sem nunca me dirigir sua atenção
- Você teria balas de caramelo? - pergunto enfim conseguindo que me olhe
- Não - ela responde com desânimo - Estamos em falta e a senhora antes de você levou as últimas que tínhamos
Certo
Vou ficar sem minhas balas
Estendo o dinheiro quando o valor de tudo é dito e com minhas compras eu percorro a curta distância até onde estacionei e alegria me preenche por dessa vez não ter sofrido mais nenhum acidente durante o caminho mas minha mente se enche de confusão quando ao abrir a porta do carro eu vejo várias balas de caramelo espalhadas pelo painel pessoas me seguem guardas me vigiam dia e noite então como alguém conseguiu entrar e colocar balas em meu carro?
Nada falta tudo esta no mesmo lugar minhas moedas espalhadas continuam exatamente onde deixei meu celular permanece no porta luvas mas a única coisa fora do lugar é as malditas balas que parecem zombar de minha ignorância por não saber quem invadiu meu espaço