Animal

-Capítulo 28-

Quando for a hora

Os meios não terão importância

Estou vivendo em um mundo quebrado e sinto que minha mente esta se perdendo estando entre essas paredes que me confinam com meus passos ecoando pelo longo corredor guardas me acompanham cada vez mais para dentro e com meus pés acorrentados e algemas prendendo minhas mãos eu estou sendo tratado pela primeira vez não como alguém idiota mas sim como um homem desprezível pois acusações de homicídios recaem sobre meus ombros e como um animal eu sinto o cheiro de longe de quem tenta me caçar

Correr não é o bastante e temendo que entremos em colapso eu caminho para onde uma guerra se reinicia meu coração se agita só com o pensamento de sangue ser derramado onde a partir de hoje grades me manterão aprisionado os guardas que caminham ao meu redor aparentam nervosismo e tentando manter uma imagem de indiferença eles tentam engolir o medo por me ter por perto

Meus sapatos fazem barulho por onde ando e é embalado com esse som que um estranho sentimento me faz levantar a cabeça já em meu corpo uma índole perversa habita o que antes era um espirito inocente e como em uma dança nós seguiremos um ritmo que já foi determinado meus desejos e anseios ficam no esquecimento, minha liberdade foi tirada de mim por um motivo e enquanto sou levado mais e mais para dentro de uma fortificada prisão eu em meio a tantos criminosos terei que passar meus dias como um monstro por que se desconfiarem que o que tenho é uma fachada minha vida será um inferno na terra

- Quando terei roupas novas? - pergunto para ninguém em particular mas o guarda a minha frente me encara sobre seu ombro

- Não temos uniformes que caibam em você então terá que esperar por alguns dias até que possamos providenciar - sem mais nada a declarar ele volta a se calar e parando em frente a uma cela ele com a chave abre o que a partir de hoje será minha casa - Entre e não crie problemas sua fama é grande mas aqui você é como todos

Como é enganoso seu pensamento

Minha mente é o que demais poderoso tenho e não são muitos que compartilham o mesmo tipo de espirito que tenho

Meus olhos se fixam nos seus e seguro o seu olhar como uma forma de desafio inclino a cabeça para o lado e como alguém que sabe os seus limites ou a falta deles eu não desvio minha atenção do guarda que atualmente esta transpirando bem diante de mim suas sobrancelhas se franzem e como um homem falho em domínio ele não encontra o meu olhar e assim eu venço nossa pequena disputa

- Chega - ele grita se fazendo corajoso - Seja obediente e entre em sua cela

Aceitando que em minha nova realidade devo apresentar a quem me cerca uma personalidade maldosa e que nesse momento quem entra por essas portas não mas é Oz um homem idiota que não consegue segurar a boca fechada mas sim a Besta que em suas mãos esta os pecados da morte eu pego para mim uma atitude que nunca de fato se desenvolveu

Hoje sou um assassino

E se quero permanecer vivo dentro dessa prisão não posso deixar que pensem ao contrario

- Não estou gostando nada da sua má atitude - com minha voz soando como realmente é eu me apego ao que se esconde - Tenha cuidado com o jeito que me trata - dou um passo a frente e com os guardas atrás de mim em alerta eu fico em seu espaço pessoal e sussurro minha promessa mal contendo minha diversão - Estou sendo acusado por 54 mortes você não vai querer se tornar o número 55 por me desrespeitar não é? - achando graça pela cor que some de seu rosto e o suor que escorre por sua têmpora eu gargalho alto já incorporando um espirito cheio do que de mais ruim existe

Me acusaram de ser um animal vicioso e me jogando nessa prisão com a desculpa de estar livrando o mundo de um assassino sádico eu nesse momento sou uma calamidade e como sinal de má sorte eu entrarei em seu caminho como uma maldição

Não sou Oz mas sim a Besta ao qual me tornaram

- Abra as algemas estou cansado de ficar em pé - o ordeno não mais aceitando ser tratado de um modo leviano

- Você ainda será um problema não é? - o guarda que para não deixar seu medo transparecer ele pressiona a ponta do seu bastão contra meu queixo - Aqui você estará preso com o que o mundo tem de pior e logo sua resistência será quebrada

- Você esta enganado - sorrio amplamente deixando toda a loucura vim a tona - Vocês é que estão presos comigo e logo descobrirão que eu sou aquele ao qual as pessoas são avisadas para ficarem longe pois o mundo é cheio de monstros e eu uma criatura de maus hábitos e entre eles esta a carnificina como hobby

Um bom ator tem que saber fazer seu trabalho sob qualquer circunstâncias a vida é uma só e com um simples deslise ela pode chegar a um fim e é entendendo muito bem como o mundo do crime funciona é que farei com que todos me reconheçam como a Besta o respeito muitas vezes funciona mas é o medo que me levara mais longe é o horror que os faram ter repulsa por mim é o ódio jogado em minha direção que me fará sair pela porta da frente dessa prisão provando em minha boca o doce sabor da vitória

O guarda exalando um perfume que tanto aprecio ele com as chaves me liberta das algemas seu medo posso provar como uma deliciosa comida e ficando de lado para que entre em minha cela eu fico na porta e virando minha cabeça para o lado eu o enfrento

- Eu sou o bicho papão que aterroriza os sonhos de quem sem querer entra em meu caminho - olhando para baixo eu não deixo que escape de meu julgamento - Você não vai querer ficar no meu lado ruim então sugiro que no nosso próximo encontro seu respeito esteja presente - não vendo mais nenhum motivo para prolongar nossa interação eu deixo que se safe dessa e o dando as costas eu escuto a porta sendo trancada atrás de mim e diante de detentos que me olham em curiosidade eu quero suspirar pelo que terei que fazer mas não demonstrando fraqueza eu olho feio para os homens ao qual terei que dividir minha moradia

Sempre reclamei de ser solitário

Não é ótimo que agora terei colegas de quarto?