Animal

-Capítulo 34-

Nada me surpreende 

Nenhum sofrimento é tão grande que me sensibiliza estou apática para o que o mundo tem a oferecer medo esta em falta e não possuindo qualquer simpatia por quem esta em meu entorno a única coisa que mais me deixa apreensiva  é com a pressa em eliminar Oliver seu filho Oz acabe tomando uma direção que o faça reconsiderar suas atitudes 

Um ar sombrio nos rodeia e quanto mais caminhamos mais tenho a sensação de que estamos lidando com algo que esta fora de nosso controle é como se aguiados por uma força maior nós estamos fazendo exatamente o que esperam que façamos por que como bonecos que são controlados nós nos transformamos em um alvo fácil de ser manipulado 

Um barco em alto mar enfrenta tempestades muito furiosas as águas podem ser traiçoeiras e por mais que tentem arrastar homens para suas profundezas gélidas eu não consigo evitar de acreditar que a imagem que temos da atual situação não é nem a metade das peças que formam o quebra cabeças

Meu menino sairá dessa

Oz caminhará para fora desses muros como um homem dono de seu mundo

O lugar para qual sou guiada não é um que esperava visitar já que vindo ver um detento conhecer a sala do diretor não era algo que almejava fazer mas é admirando o ambiente que nada deixa passar que  o homem que comanda tudo tenha algumas predileções já que sua estante além de não possuir uma única partícula de poeira também não há nenhum livro sobre a superfície extremamente limpa, sua mesa que é feita de madeira entalhada tudo que tem são um computador e pilhas de pastas que me dizem que Hector vem trabalhando muito já no canto um minibar esta contra a parede com bebidas das mais variadas cores tudo é de muito bom gosto seja os moveis de boa qualidade, ou os poucos objetos que se espalham pela sala

Os segundos viram minutos e com o passar do tempo me vejo mais e mais ansiosa para vê-lo o grande relógio contra a parede mostra que Oz esta atrasado uns 50 minutos e inquieta me remexo contra a cadeira desconforto é um sentimento abundante quando ao pensar que algo tenha dado errado eu fico cada vez mais nervosa  mas é  ouvindo a porta se abrir com grande espectativas é que seus passos pesados soam como uma tormenta que depois da calmaria vem para arrasar com tudo mas com medo do que encontrarei eu fico surpresa não só quando Oz caminha para a mesa do diretor da prisão como que vestindo um caro terno de três peças o filho de Oliver se senta na cadeira que Hector ocupa e sorrindo como se não estivesse sendo hostilizado na internet e quase sendo condenado pelas autoridades meu menino parece feliz apesar dos hematomas em seu rosto 

Deus o que fizeram?

- Você esta bem? - essa é a primeira coisa que deixo escapar ao ver o quão doloroso deve ter sido já que o tratamento oferecido o deixou ferido 

Oliver estava certo 

Oz precisa ser livre o quanto antes por que caso contrário não sobrevivera 

Preocupação por seu estado é o que me deixa angustiada mas agindo como se nada de errado estivesse em seu mundo Oz se reclina contra a confortável cadeira e olhando ao redor ele prende sua atenção onde as bebidas estão dispostas e batendo os dedos despreocupadamente sobre a mesa ele se levanta e enchendo um copo com whisky meu menino balança a bebida e tomando um gole Oz volta a se sentar - Não se preocupe Davika tudo esta sob controle 

- Não, não esta - digo com raiva - Você esta preso e machucado como pode dizer para não me preocupar ou que a situação não esta fora de controle? - estranhando sua calma e sua imagem muito bem cuidada como seus cabelos penteados e roupas tão diferentes do seu usual ou até mesmo que esteja bebendo algo alcoólico eu verdadeiramente o analiso por que o que vejo não é a imagem que um detento teria depois de passar algum tempo em uma prisão - E pelo amor de Deus desde quando você bebe Whisky?

Oz nunca gostou de bebidas alcoólicas 

Colocando seu copo sobre a mesa o filho de Oliver fica de pé e arrumando seu terno ele dá a volta na mesa mas é  chegando até onde estou que para minha surpresa ele se inclina e sem aviso algum Oz me beija levemente como uma suave provocação  e recuando seus dedos acariciam minha bochecha - Tem coisas que você não sabe sobre mim Davika eu nunca fui contra beber um pouco de Whisky ou até mesmo um bom vinho eu só evito consumir bebidas alcoólicas por que não gosto de me sentir indefeso quando seus efeitos aparecem 

- Você esta diferente - comento ao notar que sua postura mudou seu jeito de ser não é mais o de um homem despreocupado mas agora quem esta diante de mim é alguém que se assemelha muito a um lobo feroz 

Sua postura é diferente, seus olhos demonstram a perda de calor que agora sua presença exala uma frieza que me deixa inquieta, sua voz que antes era usada despretenciosamente nesta noite é tido como um som que nos leva a seriedade e permitindo que sua antiga imagem de estúpido fique ao longe meu em breve amante tem em seu exterior algo que só a família Dafoe possui por que o vendo como está meu menino nunca se pareceu tanto com seu pai quanto agora 

- Eu sou o que a circunstancias exigem que seja - se inclinando contra mim e com seus lábios tão perto do meu ouvido seu sussurro é tudo que posso ouvir junto com as batidas frenéticas do meu coração - Você ainda não percebeu Davika? nesse tempo em que a fiz esperar eu tomei banho, passei perfume e vesti essas roupas só por que você estava aqui então me desculpe se não quero discutir assuntos que por agora não tem importância pois tudo que quero é ter um bom tempo com minha guarda costas afinal os minutos são poucos e por isso devemos os utilizar com sabedoria 

Hã... bem acho que estou entendendo mal 

- Você não acha que sua prisão deva ser prioridade? - soando incrédula eu me arrepio quando um beijo é colocado logo acima da gola do meu casaco 

- Não aqui não é tão ruim - com seus dedos segurando alguns dos meus fios de cabelo meu menino agindo fora do personagem ele me seduz como só ele consegue e fazendo algo que o antigo Oz jamais faria sou pega de surpresa quando não só seu domínio sobre mim se prova fora do normal como me beijando verdadeiramente meu menino assim como seu pai demonstra ser dono de um poder que a muito estava apagado mas que hoje o faz renascer e me conduzindo a um lugar onde a memória sobre onde estamos é esquecida como se não fosse importante Oz me trás de volta quando suas próximas palavras flutuam até mim - Diga Davika convença meu pai de me deixar aqui

-Hum... - fazendo com que seu pedido faça algum sentido eu me vejo perdida quanto mais e mais penso no que foi dito mas não vendo razão no que é ouvido eu saio da neblina que seu beijo me deixou presa e o olhando o encarando muito bem é que volto ao normal - O que! você esta ficando louco?

Ou meu menino esta perdendo a razão ou eu estou ouvindo muito mal 

- É o que eu disse Davika eu não quero voltar para casa eu desejo ficar aqui