-Capítulo 8-

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Culpa não tenho 

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Culpa não tenho 

Sou naturalmente desajeitado 

Não sou culpado por esquecer a panela no fogão por estar com minha atenção focada no pior filme que poderia assistir por que assim que a lua estiver no alto e a hora de dormir chegar serei eu o atormentado pois minha mente se enchera de imagens sangrentas e cair no sono será difícil com o medo que me acompanhara para a cama não permitindo que descanse 

Por mais que minha vida seja cheia de violência filmes de terror ainda sim me aterrorizam mas o teimoso que sou eu assisto primeiro e lamento depois  e isso me faz pensar em como não sirvo nem para ser filho de mafioso pois um simples filme de terror dos anos 80 é capaz de me amedrontar imagine como lidarei quando uma vida estiver em minhas mãos?

Ainda bem que não preciso descobrir 

Sorrio por que sem pensar muito eu já sei a resposta 

Com uma colher raspo todo o arroz queimado e jogo no lixo com um sentimento de pena por ter desperdiçado o que seria meu jantar sou vitima de vários acontecimentos bizarros diariamente sofro por minha desatenção por não estar ciente dos meus arredores e jamais irei superar a humilhação que foi ter que correr estrada a fora por conta do pinscher da vizinha que me perseguiu com um ódio de assustar o pequeno macho fugiu de sua dona assim que me viu e decidiu que minha canela seria uma boa coisa para se roer e por isso jogar o arroz fora não chega nem perto dos acontecimentos disformes que me acometem 

Não sou uns dos mais habilidosos quando o assunto é coordenação motora já tive inúmeras quedas, já derrubei e quebrei coisas que eram valiosos mas que minhas mãos não conseguem segurar sem deixar que vão de encontro ao chão prova disso foi que a não muito tempo atrás além de deixar o porta retrato de um sócio de meu pai cair quando fomos visita-lo eu ainda sem querer ofendi sua esposa ao dizer que ela deveria processar o seu cirurgião plástico pois seu rosto estava mais parecido com um maracujá velho do que a aparência de juventude que era o que queria 

Basta dizer que minhas palavras não foram bem recebidas e minha presença proibida tanto é que nunca mais voltei pois essa é minha sorte dizer primeiro e pensar depois nas besteiras que digo e é por isso que acho que a vizinha solta seu cãozinho perverso em cima de mim pois não deve ser bom descobrir pelo vizinho que seu marido transava com sua irmã bem na sua cama que por coincidência seu quarto dá de frente com o meu 

Não tenho culpa de ter a língua solta 

Não faço por mal 

Quando vejo o estrago já esta feito 

- Ainda bem que Tommy esta preso - comento feliz que o pequeno cão não mais me use como brinquedo de mastigar 

Seus dentes são pequenos mas afiados 

E a má atitude de sua dona também não ajuda na causa 

- Quem é Tommy? - uma voz soa atrás de mim e quase salto para fora de minha pele com o susto que me toma e rapidamente me viro com a panela em mãos pronto para atacar meu invasor mas o objeto cai ao chão quando incredulidade me atinge e pisco os olhos diversas vezes para ver se a assombração do filme de terror que tem a habilidade de mudar de forma não esta atualmente em minha cozinha para infligir todo dano possível mas em vez da criatura vim a meu encontro para furar meus olhos e comer meu coração ela só fica parada no meio da cozinha com três malas ao seu redor - Quem é Tommy? - ela volta a perguntar mas estou tão surpreso que permaneço calado mas logo encontro minha voz e pego novamente a panela caída

- Mas que porra - grito surpreso não preparado para a ver em minha cozinha 

Droga 

Ela veio me matar e depois colocará meus pedaços dentro dessas malas 

Minha mente se enche de teorias e mais uma vez amaldiçoou minha mente fértil e decidido a não ser uma vitima fácil eu seguro o cabo da panela com uma força renovada não disposto a cair tão facilmente não por que sou um homem de vinte e quatro anos e pegaria mal para o meu lado se uma mulher de uns trinta centímetros a menos que eu e que pese uns sessenta quilos me vença sem que eu dificulte minha masculinidade não é frágil mas todos iriam fazer chacota se descobrissem que fui vencido sem uma luta 

- Não sabia que tinha uma boca suja - ela comenta ao dar um passo mais perto da bancada de mármore e pega uma maça - Mais uma coisa que aprendi - seu sorriso de alarga - Você possui uma calma que não é sua Oz estou certa? então não finja  - seu sorriso some quando uma mordida é dada na fruta 

De fato a calma nunca fez parte de minha personalidade 

- O que faz aqui? - pergunto dando a volta e fazendo com que a mesa fique entre nós pois a ideia de que veio até aqui para tirar minha vida só ganha força em minha cabeça e empunhando a panela como uma arma eu a encaro tentando passar uma coragem que não tenho 

Onde estão todos quando preciso deles? 

Depois que sair daqui irei falar com meu pai sobre novas contratações 

Por que os atuais guardas estão fazendo um péssimo trabalho se deixaram essa mulher passar 

- Relaxe eu não mordo apenas se você quiser - ela se fazendo confortável puxa a cadeira e se senta colocando os pés cruzados sobre a mesa como se não tivesse nenhum problema no mundo e assim continua comendo sua maça 

- O que quer de mim por que veio aqui? - pergunto apreensivo e ao mesmo tempo que tenho curiosidade em saber sua resposta eu também tenho medo do que vou ouvir - Só espero que me matar não esteja em seus planos 

Seus olhos escuros se fixam em mim como se estivesse me analisando seu silêncio é inquietante e tento ficar parado no lugar mas a vontade de gritar para que me responda logo quase vence o bom senso e assim esperando que me diga eu devolvo seu olhar notando tudo que a torna tão bela e ao mesmo tempo tão perigosa 

- De tudo que quero matar você está fora da lista

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