-Capítulo 36-

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O som de inúmeras vozes clamando e chamando por mim suas mãos batendo contra as celas e o coro que a cada passo fica ainda mais alto tudo me faz sentir como uma fraude uma completa mentira pois antes conhecido como Oz Dafoe um homem que não é nada...

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O som de inúmeras vozes clamando e chamando por mim suas mãos batendo contra as celas e o coro que a cada passo fica ainda mais alto tudo me faz sentir como uma fraude uma completa mentira pois antes conhecido como Oz Dafoe um homem que não é nada além de inútil hoje sou reconhecido como um sádico assassino e é tendo meu nome sendo chamado varias e varias vezes conforme vou caminhando que tomo para mim atitudes abomináveis e me transfigurando em alguém que nem mesmo a pessoa que mais me ama me reconheceria as expressões que assumem meu rosto o sorriso cruel que nesse momento espelha meus sentimentos em ser aceito e acolhido como a Besta tudo isso é só mais uma etapa para que por fim abrace uma existência monstruosa pois traçando planos e fazendo coisas que são consideradas fora do meu cotidiano não me deixar cegar pelos péssimos sentimentos será uma luta travada contra mim mesmo

- Besta, Besta, Besta - seus clamores chegam aos meus ouvidos como orações feitas para apaziguar uma entidade poderosa e não blefo quando digo que nada nunca será como antes por que como um tornado eu virei para arrasar com o que se colocar em meu caminho 

Os policiais me culpam como sendo uma calamidade 

Os jornais noticiam que sou a representação do mal 

Já aqui dentro dessas grades eu diante de vários detentos sou um herói a ser adorado 

- Besta, Besta, Besta - pronunciam pelo que sou conhecido com verdadeiro respeito 

- Parem - O guarda grita mas sem provocar qualquer efeito o clamor continua como se pedindo atenção eles esperam conseguir ser conhecidos por uma criatura que não tem mas alma afinal sucumbindo as maldades do mundo nada de bom ficou para que seja salvo - Eu mandei ficarem quietos - ele volta a gritar mas nada realmente acontece 

- Calem-se - ordeno em um tom duro e como súditos que são exigidos por seu rei logo nada mais pode ser ouvido e como se temessem a pior das perturbações presos que antes se espremiam uns contra os outros para pegar uma imagem minha agora se afastam com medo e em completo silêncio nada mais pode ser ouvido 

Bem a noticia já deve ter se espalhado 

- Você se acha o senhor desse lugar não é? - o guarda que antes me recebeu em minha chegada não parece nem um pouco satisfeito por minha demonstração de poder - Não se engane Oz quando todos perceberem que você não tem nada de especial eles o irão tratar como só mais um rato dentre tantos que vagam por aqui - com seu dedo indicador Otávio o bate contra minha têmpora repetidamente 

Irritação por sua falta de respeito é o que me tem agarrando o seu pulso e Intensificando meu aperto eu mal me seguro mas é sabendo que possuo uma audiência que faço desse momento um ato de ensinamento para aqueles que acham que podem me desafiar e sair sem consequências pois os detentos que antes se afastaram agora espiam para fora com grande curiosidade em saber como lidarei com isso e é por esse motivo que minhas palavras saem em alto e bom tom 

- Você gosta do seu dedo Otávio? 

- O que? - ele pergunta ao fazer varias tentativas de se livrar do meu aperto mas apesar de não conseguir Otávio sinaliza para que os outros guardas permaneçam onde estão 

- Eu quero saber se quando você perder o seu dedo ele irá fazer muita falta? - agora o soltando eu elevo minha voz pois o que irei dizer precisa ecoar e chegar em mentes que possuam o mesmo grau de malicia que a tão famosa Besta possui - O que aconteceria se um acidente de trabalho o fizesse perder o mesmo dedo ao qual bate em mim?

Acidentes no local de trabalho são muito frequentes 

- Esta me ameaçando? - Otávio coloca a sua mão sobre o seu bastão 

- Faça puxe o seu bastão que em vez de perder o dedo você perderá a mão que levanta contra mim - dando um passo a frente eu sussurro para que a hierarquia seja reconhecida - Você é um simples guarda que não demonstra respeito por quem esta aqui já eu sou a Besta um assassino cruel e sem nenhum medo de ir as últimas consequências então pense bem em quem realmente esta dando as ordens 

- Eu não tenho medo - Otávio declara como uma forma de abafar sua covardia - Eu tenho a lei do meu lado já você não tem ninguém além de um pai que compartilha os maus hábitos 

Será mesmo que não tenho ninguém?

Por que além do homem que ajudou a me gerar eu tenho Davika e não menos importante a Besta que seguindo ordens não permitira que nada o impeça de fazer o que deve ser feito 

- Aqui dentro eu não preciso do meu pai e logo você irá descobrir isso - não mais interessado em prolongar o assunto eu o dou minhas costas e entrando em minha cela eu me viro com um último alerta - Quando você não puder usar sua mão direita para me intimidar então esse será o motivo para que sempre se lembre de mim 

Nesta noite minha guarda costas me fez relembrar o que tanto me espera longe da prisão Haute 

Mas voltando para onde agora é o meu lar eu não posso deixar de pensar se quando voltar para o mundo já não será tarde demais 

A porta é fechada e é ouvindo o barulho dela sendo trancada que com olhos curiosos me seguindo eu me sento em meu colchonete mas em vez de sentir pesar pelo lugar onde me encontro e pela situação em que estou é curiosidade o sentimento que mais me tem pensando em quantos dias minha ordem disfarçada de ameaça será cumprida 

- Foi você? - Raul pergunta sem nenhuma expressão - Você ordenou que Miguel fosse espancado por seus colegas de cela para se vingar por tê-lo arrastado para fora do refeitório?

Brincar comigo é como desafiar a Besta 

Então não é incomum que um animal de hábitos cruéis tenha feito algo do tipo 

Por que é a versão de um homicida que me protege 

- Você disse que não acreditava em minha identidade - lembrando de suas palavras que rejeitaram a ideia de que  seja a Besta eu acho graça quando suas dúvidas aparecem para o deixar confuso -  Agora mudou de ideia?

- Eu não sei o que pensar - admitindo sua confusão Raul ao se dar conta de que seus sapatos estão no meu espaço ele rapidamente os pega - Desculpe eu sou um pouco desorganizado 

Nada que um pouco de conversa e ações muito bem planejadas não podem mudar a imagem de uma pessoa seja para o bem ou para o mal e é tirando o máximo de vantagem que consigo que levei quem amo e odeio a pura e simples enganação afinal nunca ninguém nos conhece verdadeiramente a não ser nós mesmos por que a figura que apresentamos a todos não é a imagem completa 

- Eu não sou tão organizado como gostaria de ser... - permitindo que meus olhos vaguem por Zembro, Reira e Raul eu fixo minha atenção no homem medroso que Zembro se tornou - ... mas se bagunçarem a cela ou sujarem o meu espaço eu os matarei como porcos indo para o abate 

Minhas palavras são recebidas com um silêncio perturbador e sinalizando que não só entendeu como seguira as minhas regras Reira recolhe uns poucos livros que se espalham perto de seu colchonete e os empilha corretamente bem longe de onde estou 

- Bem se continuarmos assim então acho que não teremos problemas - me estendendo melhor eu me preparo para dormir 

AnimalWhere stories live. Discover now