-Capítulo 13-

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Caminhos tortuosos se ligam por onde passo e não voltar a erros antigos é extremamente difícil mas mudar minha natureza mudar minha essência não é possível por isso tenho plena consciência de que aqueles que me seguirem só iram encontrar destruiçã...

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Caminhos tortuosos se ligam por onde passo e não voltar a erros antigos é extremamente difícil mas mudar minha natureza mudar minha essência não é possível por isso tenho plena consciência de que aqueles que me seguirem só iram encontrar destruição e lamento por suas vidas infelizes e é por isso que agora enquanto dirijo para o Belo Santo e desvio minha atenção da estrada por poucos segundos para olhar para Davika é que a ideia de esmagar seu espírito e molda-la em algo totalmente diferente da atrevida que é faz com que um peso pressione minha mente com a contrariedades do que sei que é inevitável com a vontade de deixá-la permanecer com sua liberdade por que mesmo que não tenha percebido Davika está presa a mim para o bem ou para o mal

- Por que você faz isso? - ela pergunta quebrando o silêncio que se instalou desde que começamos a percorrer o caminho do restaurante - Por que você ilude a todos inclusive a seu pai?

Por que?

Bem devo dizer que mesmo que mentir seja algo que faço com maestria ainda sim me sufoca fazer coisas que me difamam?

Ou ainda que já estou a tanto tempo trancado que não sei mais onde se encontra a chave da liberdade?

Meus dedos ficam brancos conforme aperto o volante com tamanha raiva por estar tão contido que minha cela é minha própria mente que grita em inconformidade

- Você não acha que o melhor modo de não perseguir problemas é se fazer tão pequeno que ninguém dará importância em esmaga-lo? Ninguém se importa comigo se sou inútil ao meu pai ou se o desaponto tudo que o trazem alegria é que o legado de meu pai terminará com sua morte já que não possuo nada que vá levar a diante suas conquistas - afrouxo meu aperto no volante e tento relaxar mas nada apaga anos de uma memória onde a não muito longe elas ainda continuam me nutrindo com certa satisfação e sem mesmo perceber de início um pequeno sorriso se abre em meus lábios

Tudo tem seu tempo

Eu só preciso esperar pelo momento certo

- Sua imagem é como se estivesse refletida na água - Davika perigosamente passa seu dedo indicador sob meu pulso - Seu reflexo não é a imagem real apesar da semelhança

- Não somos todos assim? - estaciono o carro e me viro em sua direção - Davika somos naturalmente egoístas o ser humano é mesquinho e perverso mas diante de todos nós nos escondemos atrás de uma fachada de empatia e compreensão mas no fundo de nossas almas tudo que queremos é ter vantagem por que enquanto a tivermos nada mais importa - tiro sua mão de meu pulso e abro a porta do carro

Hoje assim como tantos outros dias o Belo Santo esta lotado pessoas se alimentam com a ótima comida e o barulho que nos cumprimenta quando passamos pela porta de entrada me faz reconhecer mais uma vez  que essa foi uma ideia muito lucrativa

Guio minha bela guarda costas para uma mesa diante de uma grande janela que ao olhar para o lado de fora é possível admirar um lindo jardim repleto de flores das mais diversas cores

- Esse é um bom lugar - Davika se senta em minha frente e olha para a mesma paisagem que eu e nem por um segundo eu vendo tudo que construí me arrependo de ter um lugar estéril voltando a  vida

Tem razão esse é um ótimo lugar

- Senhor? - Pietro o garçom para ao lado de nossa mesa já pronto para pegar nossos pedidos

- Oi Pietro hoje vou querer um bom bife acompanhado com batatas e ervilhas e por favor me traga um pouco de limonada - Pietro assim como em tantas outras vezes anota meu pedido com grande rapidez e depois de vira para Davika em busca de sua ordem

- Vou querer o mesmo só que sem as ervilhas eu odeio ervilhas - ela estreme exageradamente

- Sem demora irei trazer seus pedidos com licença - ele se vira e se some entre as mesas

Uma escolha deve ser feita a covardia ou então a coragem mas enquanto vejo quem entra pela porta da frente olhando ao redor como se procurasse alguém eu logo o reconheço como um dos capangas de Sérgio que em outras ocasiões o acompanhou em reuniões com meu pai

O inimigo esta em todo lugar

Mas como me achou aqui?

- Davika eu volto logo - me levanto mas sua mão segurando a minha me faz parar no lugar

- Onde vai? Não podemos nos separar

- Banheiro - digo contente por Davika ser mulher e não poder me acompanhar - Estou apertado volto logo não se preocupe - puxo minha mão livre e praticamente corro para o banheiro e assim escolhendo a covardia

A coragem é superestimada

Pois é o medo que nos mantém vivos

Percorro todo o caminho com a cabeça baixa para evitar ser visto e um suspiro aliviado sai de mim quando chego ao meu destino sem me fazer de bobo e chamar atenção para minha presença

Abro a porta do banheiro e meus pés deslizam pelo chão e só depois de conseguir algum equilíbrio é que vejo uma placa alertando que o piso está molhado e mentalmente agradeço por não ter beijado o chão

- Pelo menos uma queda foi evitada - sorrio contente mas logo ele morre pois pela mesma porta que passei agora é Alexandro que passa e é assim em um banheiro encurralado pelo inimigo que começo a medir minhas chances de sobrevivência

- Oi Oz a quanto tempo - seus pés comem a distância que nos separa e com medo do que pode acontecer eu caminho cada vez mais para trás mesmo que o lugar seja pequeno

Droga

Por que Alexandro tinha que aparecer logo agora

Seus longos cabelos estão amarrados deixando bem claro seus olhos que tanto transparecem sua malicia suas roupas agora são simples mas sei muito bem do seu gosto caro por roupas de qualidade e mesmo que tente se esconder se passando por uma pessoa comum eu o vejo como realmente o monstro que é

- Não faça isso por favor - peço com minha mãos estendidas diante de meu corpo - Não nos force a algo que possamos nos arrepender

- Aí está o negócio Oz eu nunca me arrependo - Alexandre com toda sua arrogância dá um passo em minha direção fazendo o impensável acontecer e o caos se libertar

AnimalWhere stories live. Discover now