-Capítulo 10-

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- O senhor ficou louco? - pergunto assim que a ligação é atendida mas é  quando o silêncio se prolonga é que percebo o meu erro

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- O senhor ficou louco? - pergunto assim que a ligação é atendida mas é  quando o silêncio se prolonga é que percebo o meu erro

- Com todo o respeito pai mas o que o senhor estava pensando ao cooperar com a polícia? - sussurro a última parte com medo de minha hóspede indesejada ouça

Tem muitas coisas além de meu pai que estão em jogo

Escondido no banheiro para que Davika não escute nossa conversa eu penso em tudo que me levou até aqui e ao lembrar da possibilidade de nossas conquistas ruírem feito um castelo de areia as garras do medo aparecem para me atormentar com a ideia de que nosso castigo está perto pois como filho de mafioso não tenho dúvidas que farei companhia a meu pai quando estivermos na prisão

Quem acreditaria que sou inocente?

Não com meu histórico

- Oz - sua voz dizendo meu nome me acalma um pouco mas mesmo assim a paranoia não vai embora - Você conseguiu pegar a chave de Miguel que abria um cofre contendo documentos que me incriminam... - sua voz some me dizendo que não irei gostar do que irá dizer -... eu só não contava que Sérgio teria cópias

Não não não

Tudo ao nosso redor esta desmoronando

Tudo que vivi e ainda vivo está sendo ameaçado

- O senhor está brincando não é? - pergunto com um fio de esperança que evapora quando o silêncio se faz

Durante anos me contive durante muito tempo escondi o que tinha por dentro e agora que finalmente me encontrei ao fazer o que mais gosto autoridades tentam destruir o que de mais belo construí

- Você está seguro não se preocupe - meu pai continua como uma forma de me tranquilizar - Sérgio tem a mim como alvo ele quer tomar o poder a força mas tenho uma arma que ele não tem...

- A Besta - o interrompo sabendo muito bem o seu plano

- Sim a Besta ele é nossa melhor chance não se preocupe muito com isso logo Sérgio será destruído mas até lá eu peço que não mais engane seus guardas eles estão com você para sua segurança não os engane - seu tom não permite questionamentos

- O senhor ficará bem? - o medo de o perder é mais forte do que a preocupação com a minha própria segurança pois meu pai é toda a família que me resta

Não sei o que faria se o perdesse

- Sim garoto agora vai dormir que está tarde... - ele se cala como se estivesse pensando o que dizer e não me surpreendo quando ouço suas próximas palavras -... se mantenha seguro filho isso é uma ordem - abro a boca para dizer que não sou idiota mas me calo por que sou exatamente isso e assim que a linha fica muda eu guardo o celular no bolso e me encaro em frente ao espelho não acreditando que anos de um império muito bem construído pode se desfazer com tanta facilidade

Uma ameaça precisa ser eliminada logo de início

Pois se permitir que ganhe força uma hora ela irá o superar em poder e sua destruição será inevitável

Sérgio pode não saber ainda mas sua vida se equilibra por um fio muito fino pois a Besta não é alguém que você possa escapar

- Não podemos fugir de quem somos - digo ao lembrar que como Oz não posso fazer nada pois sou um inútil ao que meu pai precisa que seja feito mas não a Besta pois ele é perfeito para essa missão - giro para enfrentar a porta para que possa fazer essa noite estranha chegar ao fim quando meus olhos se fecharem e o sono chegar mas o desastrado que sou meus pés deslizam sobre o piso liso e mesmo que meus braços chacoalhem em busca de algo para agarrar de nada adianta e antes que perceba eu caio para frente me estatelando no chão frio e gemo quando dor percorre meu corpo

Deus tem como essa noite ficar pior?

- Oz - Davika chama e sem esperar uma resposta ela abre a porta do banheiro com preocupação que logo virá diversão ao me ver caído - Você caiu mais uma vez? Agora sei o por que de os seguros de vida não o aceitarem você é um desastre ambulantes acho que deveria o envolver em plástico bolha só assim estaria seguro - Davika ri já eu fecho a cara não gostando nada de ser motivo de piada

Envergonhado por ser flagrado em mais um de meus acidentes eu  levanto de onde estou caído e fingindo que ainda possuo alguma dignidade eu passo por Davika e sigo para o quarto sem lhe dirigir a palavra pois apesar de sua grande beleza sua  ironia não me interessa

- Oz - ela me chama ao me seguir para o quarto onde paraliso ao ver sobre a cama um travesseiro diferente ao lado do meu - Me desculpe não queria chateá-lo - Davika ainda está presa na cena do banheiro já eu encarro o maldito travesseiro não aceitando que ela esteja tão fora de si que ache que dormiremos juntos

Nunca dormi com alguém e não começarei agora

- Esse travesseiro...

- Ah sim eu não consigo dormir sem ser com o meu então tomei a liberdade de o colocar em sua cama já que dormiremos juntos - tudo é dito com tanta naturalidade e por um instante caio em seu feitiço  seus olhos puxados que se fecham quando sorri me faz perceber o quão fofa é mas logo lembro de sua má atitude e a neblina vai embora me permitindo ter pensamentos claros

Davika quer saber de cada passo meu

Por que se espirrar é capaz dela querer trazer o lencinho

Não estando em acordo com seus planos em colar em mim feito cola eu agarro o seu travesseiro e empurro em seu peito com um sorriso brincando em meus lábios

- Boa noite Davika - aponto para a porta do quarto em seu rosto uma carranca aparece mas não ligo e assim sem mais nada a dizer ela vai embora me deixando contente em a contrariar

Todos nós somos feitos de segredos

Que se descobertos o caos se instalará e a destruição chegará


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