-Capítulo 29-

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Em um inferno cheio de demônios

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Em um inferno cheio de demônios

Eu serei o Diabo

Ter emoções dentro de uma prisão é uma coisa perigosa estando encarcerado não só terei que lutar para continuar de pé como inimigos se apresentando a cada esquina eu tenho que ser como uma maldição que termino com qualquer boa sorte de quem esta a minha volta me transformar em uma fera que ruge será essencial para que meu peito continue subindo e descendo em varias respirações a noite deixo de dormir com meus pensamentos sendo devorados e mesmo que tente parar os sussurros do passado insistem em voltar para me mostrar que o esquecimento é um privilégio ao qual não tenho

Na estrada para o purgatório

Eu sou um viajante resignado

De onde estou sentado o banco é confortável o carro balança suavemente com as adversidades mas com o caminho tortuoso que esta a minha frente a paisagem que me rodeia fica mais e mais sombria olhar para fora da janela é ver tudo na mais completa escuridão e já me preparando para me fundir com uma alma queimada por pecados hediondos eu me torno uma besta que desapegado do que de bom existe eu desligo o que por tanto tempo me tornou um cidadão exemplar e me entrego a desumanidade

Com três pares de olhos seguindo cada movimento que faço eu não me fazendo de fraco e inocente de cabeça erguida caminho para onde um colchonete repousa contra o chão a cela que nos prende juntos não é grande mas para uma curta estadia ela serve muito bem

Não morri por diversas vezes

Para chegar a um fim estando preso como um criminoso qualquer

- Você não é ele - o detento que esta sentado contra o canto me analisa e é sendo alvo de seus olhos que tanto me desprezam é que me sento no colchonete desconfortável

- O que o faz pensar assim? - pergunto com um sorriso brincando em meus lábios e puxando o uniforme apertado contra o meu corpo eu espero ansiosamente por sua resposta - Quero ouvir o que tem a dizer sobre o assunto - declaro com verdadeira curiosidade em saber o que pensa da Besta que tanto queima a vida por onde passa

Bem sua opinião sobre mim sofrera grandes mudanças

Ao se levantar o senhor com seus cabelos já esbranquiçados pelo tempo ele mancando vem em minha direção e não encontrando nenhum risco em tê-lo tão perto eu permaneço onde estou e com ele mancando o homem que não acredita em minha identidade se inclina para mim e com nossos rostos muito próximos seus olhos deslizam por todo o meu rosto e um sorriso zombeteiro se estica em seu rosto

- Você não é a Besta como todos dizem - seu mal hálito é um problema mas não me deixando abalar eu nada digo - Você esta mais para um falsário do que um cruel assassino que mata pelo simples prazer de ver suas vítimas sofrerem

Eu e a Besta somos diferentes

Mas agora nossas diferenças não mais importam por que no corpo que habito uma fera ruge para quem nos tem em sua mira

- Em minha alma esta impresso o crime mais hediondo pelas minhas mãos sangue foi derramado - fazendo todos os meus delírios virem a tona eu assumo a identidade de um criminoso sádico - Você esta aqui por crimes não violentos... - declaro depois de ver uma faixa branca em seu uniforme que em torno de seu braço indica que seus crimes para estar aqui são brandos comparados ao que fui acusado - ... Você não sabe o que sinto a cada morte provocada você não sabe o que penso quando alguém por minhas ações deixa de viver mas eu vou esclarecer para que entenda - não piscando nem por um segundo e ostentando um grande sorriso que não é outro que além de cruel eu seguro o seu olhar para que entenda que me subestimar é um erro - A morte para mim não é uma coisa ruim mas sim algo belo e é com esse mundo que vivemos sendo tão doente que eu gosto de pensar que estou livrando minhas vítimas do fardo que é viver em um lugar enfermo

Bem será que estou exagerando?

Mas todos precisam acreditar quando digo ser um assassino

- Não gosto de ser enganado - o detento recua um pouco e agradeço por isso já que se demorasse mais eu teria que ir para a enfermaria por conta de seu mal hálito que contamina o ambiente

- Então nos daremos bem... - pronúncio cada palavra com firmeza para que suas dúvidas caem no esquecimento - ... por que eu não estou o enganando

Não é como se a verdadeira Besta pudesse reclamar

Quero rir da genialidade de meus planos mas com os três detentos me olhando intensamente e com um deles parecendo querer ultrapassar as paredes quando por fim o encaro eu acho para mim uma diversão que não tinha por anos e mantendo uma expressão maldosa em meu rosto eu sinto um prazer que por muito tempo estava em falta

- Eu sou Raul - o velho volta para seu colchonete e se acomodando ele aponta para o detento que esta amedrontado por me ter por perto e não é difícil imaginar o por que já que terá que dormir com um homicida ao seu lado - Esse é Zembro e ele esta aqui por trafico de drogas já aquele que atualmente esta o encarando é o Reira que foi preso por roubo

Ah como somos uma mistura perfeita

Um ladrão, um traficante e agora um assassino

Juntos somos o que o mundo há de pior

- Eu sou Oz - declaro ao recentralizar meus planos e com ideias surgindo eu espero que o amanhã seja melhor que ontem e hoje seja um dia de calmaria pois na guerra que entrei fugir não é uma opção - Acho que nos daremos bem - deixo o meu olhar recair sobre aqueles que me ajudaram a me tornar o que mais os assustam sozinho não tenho como fazer nada mais tendo soldados assistindo as minhas costas um mundo de possibilidades se apresenta a mim

Pessoas fracas só esperam por alguém mais forte para guia-las

E não vendo ninguém mais capaz de tomar o meu lugar eu serei aquele que os comandara

AnimalWhere stories live. Discover now