Em um entrelaçar de passado e presente, mergulhe em uma trama que desafia os limites da razão e da sanidade. Benício Speltri, um homem comum à beira do abismo da loucura, desvendará os enigmas que envolvem sua própria existência e o destino do unive...
Passaram-se dias e Olívia não ouvia falar de Benício. Nem uma chamada no celular, nenhuma mensagem, nenhum e-mail, nem flores. Nada.
Doía seu coração ser ignorada e mais ainda saber que outra mulher tocou aquele corpo, que o prazer que ele a proporcionava também era o prazer de outra. Sua imaginação fervilhava enquanto seu rosto ficava rubro de ódio. E esse ódio a consumia de uma forma tão aterradora que era incapaz de pensar em algo além de como se vingar daquele maldito traidor.
Em seu íntimo tudo a levava ao comportamento da vadia em questão. Ela havia conhecido Anita em um congresso de arquitetura. Na época ficou impressionada com a palestra ministrada por Anita e como alguém tão jovem havia sido capaz de tantas soluções criativas, sustentáveis e tecnológicas. Não que o talento de Anita fosse questionável, mas sim algo que a deixava com a pulga atrás da orelha. Talvez sua rival fosse conceitual ou inteligente demais. Sim, desde quando a conheceu já a considerava uma rival, e levava bastante a sério o ditado de manter os amigos próximos e os inimigos mais próximos ainda.
Sabia perfeitamente onde era o logradouro da vadia.
O que ela não esperava era ver Benício e Anita se pegando em plena luz do dia, no pilotis do prédio igual dois adolescentes. A cena a enchia de nojo. De repente, tudo o que ainda parecia um pesadelo havia se tornado real. O ciúmes a enlouquecia ao ponto de lhe faltar a ar, e vê-lo com ela naquele xamego, naquele lugar a tirava do sério. Tudo na sua cabeça girava loucamente, sentindo em sua garganta o féu, prometeu a si mesma que iria literalmente acabar com a vida dele. Não o acabar de uma forma romântica e passional como matá-lo com toda a crueldade existente, não. Ela o queria vivo, queria vê-lo sofrer bastante. Iria atingi-lo no ponto que certamente ia doer bastante.
Decidiu que o faria perder o chão.
Ela observava a cena arquitetando de forma mirabolante o plano em sua mente. Quando os olhos de Anita colidiram com os seus, sem conseguir controlar suas emoções, um sorriso amargo se fez em seus lábios enquanto a outra abraçava ainda mais o seu agora ex amor.
Ex era o prefixo ideal para o que ele era agora. Logo ela que era viciada nele, uma parte sua estava sendo sepultada naquele pequeno instante.
Eu te disse que minha vingança será maligna. Aguarde Benício Speltri. Só aguarde. Vou transformar sua vida em um inferno. Doa a quem doer. Custe o que custar.
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Oráculo
meses atrás.
Vívian era muito jovem. Ao longo de seus dezesseis anos de vida, tudo o que havia vivido podia ser considerado como inferno.
Dentro do consultório médico amparada por uma policial, suas lágrimas carregavam uma torrencial de sonhos despedaçados. Habitava um corpo pequeno, frágil, pele negra, cabelos crespos e claros, olhos tão sofridos quanto os de uma presa fronte ao caçador.
