[45 anos atrás] Esse tipo de amor...

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Sophia Lobo

Tudo estava calmo e sob o bruxulear das luzes que rompiam o blackout das janelas, Sophia deitada em um divã, fumando seu cigarro se deparou com um conhecido que surgia sem ser convidado em sua sala privada no bordel.

Houve uma breve confusão em seus aguçados sentidos, quando a figura que apareceu diante de seus olhos, tinha a forma perfeita de Diego, mas o cheiro, energia e trejeitos pertenciam completamente a Santiago.

— Olha Santiago, de você eu nunca esperaria uma coisa dessas.

Santiago estava aflito, ou melhor, transtornado, caminhando de um lado pro outro. Era certo que nunca tinha errado uma fórmula daquele tipo antes.

— Sophia, eu já fiz de tudo e não consigo voltar.

— Mas que ideia tola foi essa?

— Sophi... eu tô tão na merda que não sei o que fazer! Me ajuda!

— Santiago. Só uma pessoa pode desfazer esse feitiço e você sabe perfeitamente quem.

— Mas eu tô com tanto ódio dele, que não consigo pedir ajuda, e outra, como vou justificar isso?

— Meu caro Santinho...

— Até tu vai mangar de mim agora?

— Você merece. Não tá na hora de desapegar dessa praga chamada Isadora? Ela está destruindo o que há de melhor em você e, também, a sua relação com o Diego.

— Ora ora... Quando gato vira as costas, os ratos fazem a festa. — Disse Diego, aparecendo próximo a janela, de braços cruzados, olhar semi-cerrado, exalando ódio.

 — Disse Diego, aparecendo próximo a janela, de braços cruzados, olhar semi-cerrado, exalando ódio

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Diego

Sentado em sua confortável poltrona, fez o contrato mais justo que já escreveu durante toda a sua existência e, para ele, não fazia sentido algum Elizabeth ainda estar com tanta raiva. Precisava que as coisas fossem o mais formais, objetivas e claras o possível para que, caso morresse, — como já haviam dito todos os oráculos consultados — não fossem deturpadas. O que será que ela não entendeu?

No contrato, tudo continuava a ser dela, assim como tudo o que era dele, também passava a ser dela e vice-versa. Uma comunhão total de bens. Deixou tudo escrito de forma expressa, sem letras pequenas, e também, bem descritas as cláusulas para um eventual rompimento do contrato.

Será que ela está com raiva disso?

E olha que eu estou deixando ela completamente livre para namorar, casar, procriar com quem quiser e passando por cima do meu orgulho, o que não é pouca coisa.

Que caralho!

E essa maluca ainda se atreve a se machucar?

Terra Proibida - EssênciaWhere stories live. Discover now