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Aaliyah

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Aaliyah

28 de Maio 1968

Existem poucas coisas que são capazes de me deixar tão perturbada quanto acordar com a notícia de que meu pai está me procurando.

Não o vejo desde o funeral do Kalil e isso foi no final de novembro do ano passado. Ele sequer me olhou ou conversou comigo, apenas lamentou que o filho morreu. Eu estava lá, precisando de consolo e ele estava com uma garrafa de cerveja na mão agindo como se tivesse perdido o único filho e eu era apenas a garota que vivia no mesmo ambiente que ele.

Meu pai nunca me viu, então o que ele pode querer comigo agora?

Aquele homem nunca gostou de mim.

Ele com certeza quer algo, mas não me vejo com nada que possa ter que ele queira. Nunca tive muito e tudo que a minha mãe tinha era alguns vestidos, acessórios e uma fotografia dela jovem. Depois, tudo que Khalil tinha era algumas dívidas que consegui ir pagando trabalhando para Megan e com essa mini tour.

Não tenho nada, então o que esse homem pode querer de mim?

O que ele pode querer se ele nunca se importou comigo?

— Aaliyah, você tem que respirar — Harry diz e coloca a mão na minha coxa, enquanto a sua outra está no volante. Estamos saindo de Los Angeles e indo para Astromélia.

Disse a Jack que tinha que resolver uma emergência familiar, o mais velho entendeu, mas disse que precisava da gente na primeira semana de junho.

Vou tocar por todo país, além disso, tem a possibilidade de irmos para rádio e televisão. Isso porque alguns radialistas que estavam no clube ontem, gostaram de quando subimos no palco com Ethan Coen.

Só que meu pai está na casa de Megan me esperando, ele está lá e eu não faço ideia do porquê. Será que ele está doente?

Ou ele quer dinheiro para continuar comprando bebidas e cigarros?

O que ele pode querer de mim?

— Ally, seu pai te procurando é mesmo algo ruim? — Harry pergunta e olho para o moreno. Seus olhos verdes estão prestando atenção na estrada que está vazia, mas ele me olha rapidamente.

— Quando eu tinha sete anos, minha mãe estava trabalhando. Khalil tinha doze e ia ajudar meu tio John na marcenaria — minha garganta fecha pela vontade de chorar e engulo a vontade de chorar. — Eu estava em casa com meu pai e ele bebeu e fumou tanto que dormiu no sofá. Ele apagou completamente e o cigarro que estava aceso caiu no tapete e pegou fogo.

— E então? — Harry pergunta e olho para janela.

— Eu fiquei olhando para o fogo, fiquei assustada e o meu pai acordou quando os dedos queimaram. Ele me olhou bravo e disse: Anda, menina. Pega um balde de água.

Astromélia || H.S || CompleteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora