1960's and 1970's
Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em Nova Orleans. Decidida a fugir da violência da vizinhança e principalmente dos policiais, ela vai para Astromélia, uma cidade litorânea do...
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Harry
13 de Novembro de 1971
Eu nunca quis magoar Aaliyah e apenas para deixar bem evidente, aquele beijo que dei em Cherry nem foi de verdade.
Confesso que eu fui egoísta, eu deveria ter me encontrado outra forma de ajudar Cherry, mas eu vi o desespero nos seus olhos azuis e me lembrei de todos os momentos que eu já estive desesperado daquela forma também.
Eu me lembrei de quando Franklin e eu fomos pegos por Albert. Senti aquele desespero nos olhos dela e tinha que fazer alguma coisa, se algo acontecesse eu me culparia também. Não poderia perder outra pessoa que eu gosto, porque o mundo é cruel com seus amantes e a forma deles se amarem.
Cherry é uma amiga e eu tinha que ajudar.
Momentos desesperados fizeram com que eu tomasse decisões desesperadas e eu tinha que contar isso para Ally, sei disso, mas hoje foi um dia corrido e esperava conversar com ela com calma. Porque nosso casamento é mês que vem e ela sempre aparecia empolgada para falar sobre isso e eu sempre estava ocupado.
Eu falhei, mas eu amo Aaliyah Joanne Henderson e a perdi porque queria proteger uma amiga das violências que pessoas como ela sofrem. Eu perdi a mulher da vida e deveria estar cuidando dela, prestando atenção no casamento que teríamos.
No entanto, acabei magoando Aaliyah.
Agora, ela saiu de casa e sei que ela foi atrás de Franklin, afinal a casa dele aqui perto.
Então, quando ela saiu de carro, com uma mochila cheia de roupas eu fui atrás dela com o meu.
Não poderia perdê-la. Imaginar essa possibilidade já está me dilacerando. Portanto, eu tinha que tentar.
Quando cheguei na casa do meu amigo vi o carro dela na entrada. Bati na porta desesperado e Simon atendeu.
O homem me olhou, não parecia bravo comigo, mas também não estava nada animado.
— Eu só quero falar com ela — digo e sinto que estou prestes a desabar.
— Harry é melhor deixá-la sozinha agora — fala com calma e nego com a cabeça.
Eu entro na casa do mesmo jeito.
— Aaliyah! — Grito na sala.
— Harry, por favor — Simon vem até mim.
— Aaliyah! — Grito novamente e não escuto sua voz. — Onde ela está? — Pergunto olhando para Simon e ele respira fundo. — Por favor, me diga — imploro e o homem suspira.
— Eles estão no quarto — diz e eu subo as escadas rapidamente.
Quando chego de frente ao quarto de Stuart eu vejo a porta fechada. Não tento abrí-la. Ao invés disso dou batidas na porta.
