Embora estudassem na mesma sala, Kim Taehyung nunca tinha reparado na existência de Jeon Jungkook antes. Mas isso muda totalmente quando Jungkook tenta se matar no banheiro da escola, atraindo todas as atenções pra cima de sua tentativa desesperada...
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— Já falei que não, pai! — Taehyung gritou, dando alguns passos para trás.
Abraçou o porta-retratos contra seu corpo e correu para trás do sofá, tentando fugir do alcance do homem.
— Mas… — Dongsuk murmurou, dando a volta no sofá e tentando alcançar o filho. — Vai ficar muito bom no meu escritório, vai combinar com a decoração.
— Não! — Taehyung riu. Sabia que mostrar aquele desenho ao pai era um erro tremendo, mas não conseguiu resistir. E agora estava ali, enfrentando as consequências de seus atos. — Jungkook fez pra mim, pode tirar o olho.
— Pede pra ele fazer outro pra você e me deixa ficar com esse.
— Nem pensar!
— Então pelo menos me deixa colocar aqui na sala.
— Não, não, não! — Taehyung pulou por cima do sofá e correu até a cozinha. — É meu, vai ficar no meu quarto junto com o dos zumbis.
— Que egoísmo todo é esse? Não foi essa a educação que eu te dei.
Taehyung riu outra vez e deu a volta na mesa. Dongsuk parou na porta e cruzou os braços, bloqueando a única saída. Ok, fugir para a cozinha não tinha sido uma ideia muito inteligente. Mas então o homem pareceu se dar por vencido, descruzou os braços e deu alguns passos para o lado, liberando sua passagem. Taehyung estreitou os olhos. Suspeito, muito suspeito.
— Pelo menos me deixa ver direito então, você nem me deixou ver. — ele pediu, parecendo se esforçar para parecer inofensivo, o que era uma tarefa meio difícil para um homem daquele tamanho.
Taehyung continuou encarando o pai com uma expressão desconfiada no rosto. Ele tinha visto direito sim, tinha passado uns cinco minutos só olhando o desenho. E o garoto, já prevendo que seria roubado, pegou de volta e saiu correndo.
— Tá bom, mas se me roubar eu vou ficar com raiva de você pelo resto da vida. — ameaçou, indo lentamente para perto do homem.
— Eu nunca roubaria alguma coisa de você, que tipo de pai você acha que eu sou?
Ainda meio desconfiado, Taehyung entregou o porta-retratos. Dongsuk sorriu no mesmo instante e voltou a encarar o desenho com aquela expressão de pai mais babão do mundo.
— Por que você tá brilhando mesmo? Você é o que, um vagalume? Essa luz tá saindo da sua bunda?
Taehyung gargalhou, achando realmente divertido o fato dele ter feito a exata mesma pergunta que fez a Jungkook mais cedo.
— Jungkook disse que eu sou uma estrela.
O homem franziu as sobrancelhas e ergueu os olhos. Taehyung inclinou o rosto para o lado e sorriu, imitando a pose do desenho.
Dongsuk encarou o desenho de novo. Encarou Taehyung. Encarou o desenho. Encarou Taehyung. Encarou o desenho…
— Eu acho que esse garoto quer casar com você, Taehy. — ele concluiu, assentindo com muita convicção.
