p.o.v Will

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Eu estava vendo os fogos pela janela do alto da cobertura e me inclinando contra o vidro, estava ficando impaciente enquanto esperava meu avô terminar sua festa particular em comemoração a campanha ganha. Eu preciso conversar com ele sobre Apolo, e é meio que urgente ou eu não estaria esperando do outro lado da cobertura enquanto ele usufrui do prazer que o dinheiro corrupto pode dar, estou pensando seriamente em ir bater na porta, quando ouço alguém se aproximar.
É um garoto encapuzado que caminha hesitante até mim, dever ser o traficante que Luke me passou o número.
- Estou esperando há uma eternidade! Mudei de ideia, vou querer só o baseado, preciso relaxar hoje e não ficar mais agitado.
Ele tira o capuz e me olha confuso, e eu fico em silêncio um instante o admirando, seu cabelo de um negro profundo contrasta com sua pele perfeitamente branca, seus traços são delicados e parecem esculpidos de tão perfeitos, ele está me encarando de volta com suas orbes escuras como o abismo, e meu olhar só desvia do seu para desenhar o contorno de seus lábios perfilados e carnudos, e quando eles se movem me obrigo a sair do transe e assimilar suas palavras.
- Desculpe, eu estou procurando o senhor Solace (ele diz e posso ver que está envergonhado ou sem jeito, porque um rubor tinge suas pálidas bochechas)
Encaro esse ser que desconcerta qualquer um ao se deparar com uma beleza tão inegável, e me pergunto se ele está aqui para encontrar o meu avô. Não, não pode ser! Meu avô é um homem que ganhou as eleições com seus discursos radicais e não esconde sua homofobia, ele não chamaria um homem para sua festa particular de comemoração. E esse garoto que está na minha frente tímido e que se vê tão terno ruborizado, não poderia se deitar com o asqueroso do Cronos.
- Sou eu mesmo! Trouxe o que eu pedi? (Ele parece pensar um instante mas logo me entrega o baseado)
- A propósito, meu nome é Will ( digo e lhe ofereço um trago)
- Angelo ( ele diz ao me devolver)
Volto a me inclinar contra o vidro e observo ele pelo reflexo, ele troca o peso de um pé para o outro e observa o local em volta.
- É impressionante o que o dinheiro corrupto pode comprar né?
- Anham (ele assente incômodo) O que...o que você quer fazer?
Penso em sua pergunta por um momento.
- Em que sentido? Se for na vida,eu quero terminar a faculdade e me preocupar só com minhas responsabilidades. Se for nesse momento...acho que quero terminar esse baseado com meu traficante gato.
Sentamos lado a lado na janela olhando os fogos enquanto fumamos, ele estava tenso no começo, acho que ele é novo nisso de vender drogas para "filhinhos de papai" , mas conforme o a fumaça sai de nossos lábios a tensão vai embora e a conversa flui.
No início falamos de coisas simples, nosso gosto para filmes e músicas, nossos hobbies e algumas aspirações, e de repente parecia que eu estava conversando com um amigo de longa data, falei sobre minhas preocupações, sobre meus amigos, a faculdade e alguns sonhos, e ele sempre parecia saber o que dizer mas era autêntico em suas respostas, ele também me contou sobre seu colégio e grupo de amigos, acabou me contando que perdeu seu melhor amigo quando ele descobriu sobre sua sexualidade (e tenho que admitir que saber sobre ela me deu esperança), falou sobre a relação complicada que tinha com o pai e que as vezes parece que o peso do mundo está sobre seus ombros, e eu fiquei surpreso com a sinceridade de suas palavras e que essa conversa foi a mais profunda e real que tive em tempos.
Mas logo acendemos outro Beck e a conversa retornou a temas banais, e quando vi estávamos conversando sobre teorias do universo de Harry Potter. E a personalidade dele é tão magnética e intrigante quanto sua beleza, de repente estávamos tão próximos que seu hálito se misturava com o meu, e então nos beijamos, eu não sei quem começou o beijo, mas em um instante eu estava naquela cobertura matando o tempo com o traficante mais lindo que conheci enquanto esperava o efeito da pílula do meu avô passar, e no outro eu estava em outra dimensão, onde eu só era consciente da quentura reconfortante e que ao mesmo tempo queimava das suas mãos sobre mim, sua boca em um encaixe perfeito com a minha e nossas línguas em uma batalha deliciosa onde não há perdedores, infelizmente interrompi o beijo porque meus pulmões precisavam de ar, mas não me importei muito com essa necessidade básica e ao instante seguinte estávamos perdidos um no outro outra vez, eu ansiava por sentir a sua pele ,então logo as peças de roupa foram abandonando seu corpo, e eu tive que parar um momento para contemplar essa obra feita por anjos pecaminosos. Sua pele era pura e branca como a neve, e onde eu exercia pressão ficava marcado, ele olhou de baixo para cima, e puta que pariu, acho que nunca me apaixonei tão rápido!, desviei meus olhos de seu olhar incandescente e admirei seu corpo, seu pescoço longo e elegante, seu peitoral levemente pronunciado e com algumas pintas que podem formar uma constelação caso ligue os pontos, seu abdômen sarado, e a entrada em v abaixo do seu umbigo como um convite a perdição, sua Boxer preta escondendo o volume notável, e suas pernas grossas, avancei nele para mais um beijo voraz enquanto minhas mãos apalpavam a área que meus olhos não recorreram, senti os músculos das suas costas se contrairem com o arrepio que o percorreu quando deliniei sua coluna, e finalmente minhas mãos apertaram e massagearam sua bunda redonda e farta, encostei mais meu corpo ao seu, roçando nossos membros e um gemido escapou de seus lábios, e isso junto com suas mãos que faziam sua própria exploração em mim, me deixou totalmente cego de desejo.
Estava me embriagando em seu cheiro com o nariz pegado ao seu pescoço, quando ouvi o som de uma porta batendo e vozes, que reconheci sendo a do meu avô e a outra feminina, travei na hora e olhei assustado naquela direção, ouvi conversa então eu tinha alguns minutos até ele provavelmente vir para cá, me separei do moreno e disse para a gente se encontrar outro dia enquanto lhe entregava sua roupa.
- Mas eu não fiz nada por você ( ele aponta minha ereção e me olha desconcertado)
- Acredite, você fez! E não estou falando da nossa pegação, fazia tempo que eu não tinha uma conversa tão real. Mas agora você precisa ir!
Ele escolta o garoto que ainda está se vestindo para o corredor, volta para a enorme sala e se veste o mais rapidamente possível, e se senta no sofá com cara de inocente enquanto espera o avô, porém ele sente algo embaixo de si, olha e vê que o moreno esqueceu o celular, observa o aparelho e pensa feliz, " Vamos nos ver de novo, Nico".

Anjo Caído ( Nico Di Angelo) Where stories live. Discover now