Anjo Caído ( Nico Di Angelo)

Plantando a semente

   Não gosto disso, apesar de estar fazendo as coisas do jeito certo não consigo sentir segurança. Will me convenceu a contar tudo para a agente Mendes e confiar na operação, mas nesse momento estou sozinho nessa sala claustrofóbica enquanto esse homem branco de expressão severa me encara, seu crachá diz Tântalo. A agente volta a sala e repassa o que devo fazer,confirmo e mando a mensagem que vai dar início a tudo.
  ##

  Tento manter minha expressão impassível enquanto Cronos basicamente ameaça acabar comigo caso não diga aonde estão guardados os vídeos.
- Não adianta nada eu dizer se não tenho a senha, não vale a pena se arriscar a pegar.
- Acho bom você parar de joguinhos, garoto! (Ele diz claramente falhando em controlar a fúria em sua voz)
- Precisamos da senha!
- Você me disse que não sabia aonde ele escondia os vídeos, e agora vem com essa conversa... Se você estiver armando para mim...( Ele deixa a ameaça no ar e se aproxima, me mantenho firme no lugar)
- Eu preciso falar com ele.
- Você é louco (ele passa a mão no cabelo ralo e gargalha) Deve ser por isso que ele te quer vivo. Quer vê-lo? Está bem, ele vai passar para prisão domiciliar e então te levo para fazer uma visitinha.
- Ele o que? ( Não posso acreditar no que ouvi)
- Não deveria ficar tão surpreso, sabe muito bem que ele tem contatos nos lugares certos.

Minha máscara deve ter caído porque ele me olha curioso.
- Pensei que queria vê-lo,Angelo. Não se preocupa, não vou deixar ele te machucar demais,sabe que temos assuntos inacabados.
Ele agarra minha cintura me puxando ao seu encontro, a sensação de repulsa parece atravessar todo o meu corpo, o empurro violentamente.
- Tira as mãos de mim (digo alarmado)
  Sua expressão é difícil de decifrar, ele parece indignado e seu olhar é de uma raiva congelante.
- Se você continuar assim não vou esperar Minos te por na linha, eu mesmo vou resolver e pode ter certeza de que você não vai gostar...
Ele avança em mim e agarra meu cabelo, nossos rostos estão bem próximos, sua respiração é pesada e agitada, me forço a encarar seus olhos pequenos e cruéis.
- Faça alguma coisa! (O desafio) Faça, e ao invés de apagar toda essa merda eu vou jogar no ventilador. Vale o risco, deputado Solace?
Ele se aproxima e fala perto do meu ouvido.
- Já disse que amo esse fogo em você? Não vejo a hora de o apagar.
  Ele se afasta com um sorriso presunçoso,e eu vou embora sem olhar para trás.
  Quando vejo a van a dois quarteirões de distância é que consigo respirar com algum alívio, acabou, a primeira parte está feita, plantei a semente, é só não pensar no que ainda preciso fazer que aí consigo me manter inteiro.

Meu peito afunda em decepção ao ver que a agente Mendes não está, pergunto incômodo ao Tântalo se ele conseguiu algo útil.
- É comprometedor com certeza, mas nada que garanta bons anos na prisão, e estamos de olho em um peixe maior.
- Claro, então...já posso ir?
- Minos muda de regime daqui a três dias, tente o ver o mais rápido possível.
Parece que vou vomitar, sem brincadeira, não posso nem começar a conceber que irei ficar cara a cara com ele outra vez, sem a segurança de pessoas armadas entre nós, quer dizer vai ter gente armada mas não com a intenção de me proteger, provavelmente me dariam um tiro se eu fizesse algo hostil perto dele, mas ele é que vai ser hostil comigo, ainda mais quando o chantagear com algo que nem tenho, na verdade nem vou precisar o chantagear para ele me atacar, droga eu coloquei ele na cadeia, eu vou ir chantagear o cara que eu coloquei na cadeia, puta que pariu...
- O que foi? (Sua pergunta me traz de volta)
- Nada (digo me recuperando)
- Não fique assim! Sabemos que você sabe se virar com esses caras, você se saiu bem com o deputado.
  Há algo de errado nas suas palavras mas não consigo detectar o que, eu só quero sair daqui e esquecer o que fiz e o que preciso fazer.
- Tenho que ir (saio sem esperar por uma resposta)

## Will

  - Para mim chega! (O moreno diz indignado) Todos os personagens que eu gosto estão morrendo.
- É uma droga mesmo,mas é um apocalipse zumbi (digo dando de ombros)
- Ele não morreu por causa de um zumbi, Lucille não é um zumbi (diz enfático)
- É só uma série, Nico (digo rindo da sua cara)
- Sim, mas era uma ótima série até matarem mais um dos meus personagens favoritos, desisto de The walking dead!
- Não! Eu quero terminar (digo manhoso) Assiste comigo, não desiste de mim também.
  Ele sobe em cima de mim e ataca meu pescoço com beijos.
- Eu nunca desistiria de você (diz antes de me beijar)
  Eu é que desisti da série, porque tem um italiano gostoso em cima de mim, seus beijos são intensos com mordidas no final que parecem me instigar em busca de mais, sua mão segura minha cintura enquanto ele levanta minha perna e começa com movimentos de estocada que me fazem ansiar o sentir dentro de mim, tiro sua camisa afoito e ele parece achar graça da minha urgência enquanto desce meu zíper, nossos corpos encaixam tão bem e seus toques são brasas na minha pele, quando terminamos somos uma bagunça que nunca pareceu tão certa, envolvo minhas pernas ao seu redor o abraçando e ficamos jogados em um abraço exaustos.
Ele está me dando selinhos para me convencer a levantar quando o seu celular toca, ele sai de cima de mim hesitante e vai atender, vejo como sua face perde o rubor recém adquirido e vai ficando pálida a medida que responde confirmando o que a outra pessoa está dizendo, ele desliga o celular e parece esquecer que não está sozinho, vejo como ele começa a respirar entrecortado e aperta o aparelho até os nós dos dedos ficarem brancos.
- Nico? (Chamo mas ele parece não me ouvir) Nico? (Digo tocando seu braço e ele tem um sobressalto)
- Ah, oi.
- O que aconteceu?
- Minos está em prisão domiciliar...e eu vou vê-lo amanhã...ah, parece que vou vomitar (ele leva a mão a boca)
- Vai ficar tudo bem, Nic (digo tentando o acalmar)
- Eu não quero ir (ele diz e sua expressão é a mesma de quando o encontrei no telhado)
- Vai ficar tudo bem! A agente Mendes vai estar lá, o FBI vai intervir se acontecer qualquer coisa, vamos dar um fim nisso de verdade (digo colocando mais confiança do que sinto)
- Vai sim (ele diz depois de um momento) vai ficar tudo bem.