45_ A dor.

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A dor...

Lágrimas escorriam pelos meus olhos a cada minuto que se passava. Tudo o que eu havia escutado martelava na minha cabeça várias vezes me fazendo ficar completamente perdida e sem saída.

Eu não fazia ideia do que eu iria fazer.

Entender tudo aquilo que aconteceu de uma hora para outra estava sendo demais para mim e, dirrepente, ter que tomar uma decisão rápida. Eu não aguentaria.

A dor no meu peito me consumia. As lágrimas tomava conta dos meus olhos. A minha garganta queimava. Meus murmuros soava por todo meu quarto enquanto eu estava sentada na minha cama tentando pensar em tudo.

Só que eu não conseguia. O que mais me deixava chateada era o fato do Nicholas, que por muitos anos foi meu pai, decidiu mentir para mim por não pensar em ninguém além dele mesmo. Isso que mais me machucava.

Ele era uma das minhas inspirações, minha força, meu herói, o homem que me dava os melhores exemplos de ser focado e batalhar para conseguir um trabalho.

Eu estava completamente cega sobre essa pessoa. E, o que mais me doía era o fato de independente de qualquer coisa eu não conseguia sentir ódio por ele. Não conseguia despreza-lo, por muito tempo ele foi o meu pai e não seria de uma hora para outra que eu deixaria de ama-lo.

ㅡ Nadi? ㅡ Bruna abriu a porta do quarto fazendo eu levantar meu olhar e olha-la. ㅡ Pode parecer idiota, mas, você está bem?

ㅡ Bem não é a palavra certa. ㅡ Dou de ombros. Ela suspirou entrando no quarto e fechando a porta, em seguida ela veiu até a mim.

ㅡ Ai maninha... ㅡ Ela sentou ao meu lado e me abraçou, fazendo-me colocar minha cabeça em seu ombro. ㅡ Eu queria muito ter te contado antes, mas esse segredo não era meu.

ㅡ Tudo bem, Bruna. ㅡ Suspirei. ㅡ A culpa não foi sua.

ㅡ Mas eu poderia ter conversado com o papai ou a mamãe. Só que esses anos a nossa conexão só aumentou, então eu esqueci completamente desse detalhe. ㅡ Ela deu de ombros. ㅡ Independente de tudo, você continua sendo a minha irmã mais nova.

ㅡ Isso eu tenho certeza. ㅡ Ri.

ㅡ A sua chateação é com o pai, né?

ㅡ Ai, Bruna, você me conhece muito. ㅡ Suspirei cansada. ㅡ Ele era uma pessoa importante para mim. Eu era mais próxima dele do que da mamãe.

ㅡ Eu sei, mana. ㅡ Ela me apertou contra seu braço. ㅡ Eu entendo a sua dor, e por isso vou te abraçar e ficar em silêncio. ㅡ Bruna beijou o topo da minha cabeça me fazendo sorri grata. ㅡ Só vamos ficar aqui juntas em silêncio.

Fechei meus olhos lembrando de tudo. Porém, eu não chorei, não conseguia mais emitir nenhuma reação em relação aquele assunto. Eu estava machucada, é óbvio, mas que eu tinha que fazer era pensar no que eu vou fazer a partir de agora.

E para isso eu teria que conversar com o Charlie, só nos dois.

[...]

ㅡ Eu não sei o que fazer agora. ㅡ Suspirei em desânimo sentada na calçada, com o Charlie do meu lado com uma expressão cabisbaixa.

ㅡ Sinto muito, Nadine. Se eu soubesse antes eu iria fazer de tudo para que eles te contarem a verdade. ㅡ Charlie me olhou.

ㅡ Não sinta, você também não sabia. ㅡ Levei a minha mão para seu ombro. ㅡ Não foi culpa sua.

ㅡ O que você quer fazer agora?

ㅡ Acho que o melhor agora é tentarmos nos aproximar como pai e filha, né? ㅡ Encarei ele.

ㅡ Eu adoraria. ㅡ Ele sorriu de ladinho. ㅡ Bom, eu recebi uma oferta de emprego lá no centro da cidade. Por sorte a minha casa não é muito longe, e eu acho ela muito grande para uma pessoa só.

Eu entendi o que ele estava insinuando. Mas o que vinha na minha cabeça agora era como eu iria me aproximar de alguém que eu não conhecia direito. Eu tinha que tentar, ele era meu pai.

ㅡ Se quiser esperar, tudo bem. Eu ainda tenho que viajar para o interior do Rio para trazer a minha mãe, sua vó, para capital e leva-la ao hospital da cidade. Lá não tem tanta estrutura quando aqui. ㅡ Ele respondeu.

ㅡ Você vai demorar lá?

ㅡ Se a minha mãe melhorar, eu não vou demorar muito. Mas se ela não transparecer melhora alguma eu vou vim o mais rápido possível. ㅡ Charlie respondeu-me.

ㅡ Entendi. ㅡ Assenti. ㅡ Quando chega, eu vou passar alguns dias de adaptação na sua casa. E se eu gostar, eu me mudo para lá de uma vez. Pode ser assim?

ㅡ Como quiser. ㅡ Ele assentiu dando um sorriso compreensivo enquanto levantava, em seguida eu levantei também. ㅡ Até mais, filha.

ㅡ Tchau, pai. ㅡ Sorri para o mesmo. Porém, eu sabia que estava faltando algo na hora em que eu o olhei nos olhos.

Abracei-o no mesmo instante pegando ele totalmente de surpresa, mas logo ele retribuiu o abraço me fazendo sorri sentindo meu peito se aquecer.

•••

Cuidado, Garota ApaixonadaWhere stories live. Discover now