52_ Eu te perdoo, Nicholas.

85 6 4
                                    

ㅡ Er... Nicholas? ㅡ Chamei pelo seu nome enquanto abria a porta do quarto timidamente. Após a minha mãe falar dei um suspiro longo antes de assentir e ir em direção ao quarto.

Eu sabia que naquele momento eu não poderia ser orgulhosa ao ponto não ir vê-lo depois de tudo que ele fez. Além disso eu não seria tão orgulhosa ao ponto de não ir, eu não sou tão ruim assim.

ㅡ Entra, Nadi. ㅡ A sua voz soou um pouco rouca. Entrei por completo na sala antes de fechar a porta atrás de mim e olhar tudo ao meu redor. ㅡ Que bom que está aqui. ㅡ Olhei diretamente para ele no mesmo instante. Ele vestia a roupa azul do hospital, no seu braço esquerdo havia um gesso e na sua perna direita também havia um.

ㅡ Como você está?

ㅡ Todo quebrado, como pode ver. ㅡ Ele riu mostrando o braço. ㅡ Mas nada que dias de descanso possa resolver.

ㅡ Que bom. ㅡ Sorri juntando minhas mãos. Um silêncio pairou por todo o quarto enquanto eu me sentia nervosa sem saber o que fazer, e ele me conhecia o suficiente para saber disso tudo.

ㅡ Chega mais perto, Nadi. ㅡ Como ele pediu, cheguei mais perto da sua cama. Vendo ele levantar a sua mão direita e pegar em minha mão. ㅡ Filha... por favor.

ㅡ Por favor de quê?

ㅡ Me perdoa. ㅡ Ele me pediu.

ㅡ Agora não é o momento, Nicholas. Deixa esse conversa para depois. ㅡ Tentei mudar de assunto.

ㅡ Essa é a hora perfeita. Por favor, me escuta. ㅡ Abaixei meus ombros sabendo que eu não poderia fazer nada além de simplesmente escuta-lo. ㅡ Eu sei que eu errei com você, e estou aprendendo com meu erro da pior forma possível.

ㅡ Já é um avanço. ㅡ Murmurei.

ㅡ Nadine, se ponha no meu lugar. Na época eu era um adolescente que estava sendo movido pelo amor, eu não média esforços para fazer qualquer coisa pela sua mãe. ㅡ Ele me encarou. ㅡ Eu estava com muito ciúmes. Depois que a sua mãe disse que ela estava grávida do Charlie foi como se meu chão sumisse. Tá certo, esconder de você e dele não foi a melhor decisão que eu já tomei.

ㅡ Que bom que reconhece. ㅡ Resmunguei.

ㅡ Não seja sarcástica, Nadi. Estou sendo sincero com você.

ㅡ Ok, quer que eu seja sincera? ㅡ Encarei-o. ㅡ Nicholas, eu estou cansada! Exausta! Nessas últimas semanas o que a gente tem mais feito era discutir feito dois inimigos de longa data. A coisa que mais me doeu nisso tudo foi que, você, o homem que eu me inspirei a vida toda não deu a mínima para os meus sentimentos e simplesmente não quis contar a verdade por só pensar em si mesmo. ㅡ Soltei tudo de uma vez. ㅡ Sabe o quanto você foi egoísta?? Nicholas, você manipulou a minha mãe, cara. A mulher que mais te ama nessa vida, que faz de tudo por você, por capricho.

ㅡ Não foi por capricho!

ㅡ Então foi por que?? Por inveja? Por um ciúmes idiota?? Eu sei, a mamãe ficou com o Charlie depois que terminou com você. Mas sabe MUITO bem que ela era solteira e poderia fazer qualquer coisa! Não tinha que da satisfações a você!

ㅡ Mas ela quebrou a promessa!

ㅡ Nicholas! Arg! ㅡ Resmunguei segurando o grito, até porque estávamos num hospital. ㅡ Por que vocês fizeram essa promessa idiota?? Não tem sentido! E se os dois não se amassem mais? Ficariam presos a uma promessa de; " nunca mais dormir com mais ninguém além de nos mesmos ". Fala sério, pai. Foi babaquisse sua inventar isso.

ㅡ Nadi... ㅡ Ele sussurrou. ㅡ Por favor. Eu errei com você, com a sua mãe, com a Bruna, com o Charlie. Errei com todos vocês! Mas depois do seu nascimento eu peguei você no meu colo e me apaixonei pela linda menina que você era. Com os seus olhos claros iguaizinhos a da sua mãe me fez perceber que... você era sim a minha filha.

ㅡ Biológica não.

ㅡ A minha filha do coração. ㅡ Nicholas deu um sorriso de ladinho. ㅡ Naquele dia eu pensei muito no que eu poderia fazer, mas o Charlie já tinha ido embora. Não tinha como conta-lo. ㅡ Ele suspirou. ㅡ Depois disso eu prometi a mim mesmo que tomaria conta de você e que te criaria como filha. E conforme você crescia a gente se conectou mais.

ㅡ Por isso a minha primeira palavra foi; " papá ". ㅡ Ri disso.

ㅡ Então. ㅡ Ele riu também. ㅡ Me perdoa, Nadine. De todo o jeito eu vou entender se você não me perdoar, mas eu sei o tamanho do meu amor por você. Eu continuo sendo seu pai, biológico ou não, você continua sendo a minha filha. Me perdoa.

Suspirei com um pequeno sorriso nos lábios. Eu sei, eu sei, apontava que ele não merecia meu perdão, mas eu não conseguia dizer que não perdoava ele. O que eu poderia fazer? Como ele disse, tínhamos criado uma conexão verdadeira mesmo não sendo pai e filha de verdade.

ㅡ Eu te perdoo, Nicholas. ㅡ Me enclinei levando minha mão até seu cabelo. ㅡ Não tem como eu não te perdoar.

ㅡ Ah, obrigada, Nadi. ㅡ Ele sorriu.

ㅡ Só com uma condição.

ㅡ Qual?

ㅡ Vai pedir perdão ao meu pai também. ㅡ Encarei ele.

ㅡ Sério?

ㅡ Uhum. ㅡ Assenti.

ㅡ Não tem outra condição?

ㅡ Se você quiser que eu continue dirigindo a palavra a você, terá que pedir perdão ao Charlie com direito a palavras bonitas e sem sarcásmo ou deboche. ㅡ Cruzei meus braços.

ㅡ Ar... ㅡ Ele suspirou novamente. ㅡ Ok, eu faço isso. Vou pedir perdão ao Charlie com direito a palavras bonitas e sem sarcásmo ou deboche. ㅡ Acabei sorrindo.

ㅡ Obrigada. ㅡ Agradeço. Em seguida me enclino para beija-lo na testa. ㅡ É a vez da Bruna agora.

ㅡ Tchau, Nadi. Obrigada. ㅡ Ele agradeceu me fazendo sorri novamente.

ㅡ Tchau! ㅡ Acenei para o mesmo antes de ir em direção a porta e sair do quarto dando um suspiro aliviado. Foi como tirar um peso das costas e do coração. ㅡ Bruna? ㅡ Chamei pela mesma após chegar na sala de espera. ㅡ Sua vez.

ㅡ Aí que bom! ㅡ A mesma deu um pulo animada enquanto saia da sala de espera. Sentei-me ao lado da minha mãe e encostei minha cabeça no seu ombro.

ㅡ Como foi a conversa?

ㅡ Maravilhosa. ㅡ Sorri. ㅡ Eu te amo, mãe.

ㅡ Eu também te amo, filha. ㅡ Ela colocou um dos seus braços em volta do meu ombro e me abraçou.

Dou um sorriso agradecida por tudo o que tinha acontecido. Eu encontrei o homem que eu amo, fiz amigos maravilhosos, encontrei o meu sonho, irei fazer a minha primeira apresentação mês que vem. Descobri o meu pai verdadeiro, estou mais conectada com a minha irmã, reconheci o grande esforço da minha mãe e fiz as pases com o homem que sempre cuidou de mim.

Meu coração estava calmo de novo. Encontrei, a partir de todos os problemas, a minha felicidade que eu achei que nunca encontraria.

Eu me sentia... feliz.

•••

Cuidado, Garota ApaixonadaWhere stories live. Discover now