𝗵𝗲𝗿 𝗺𝗶𝘅𝘁𝗮𝗽𝗲. 𝗌𝗍𝗋𝖺𝗇𝗀𝖾𝗋 𝗍𝗁𝗂𝗇𝗀𝗌

𝗑𝗂𝗏. 𝗍𝗁𝖾 𝗇𝖾𝗑𝗍 𝗋𝗂𝗀𝗁𝗍 𝗍𝗁𝗂𝗇𝗀

--- ARMS UP --- Joyce disse suavemente, uma camisa rosa em suas mãos. --- Vamos, S/n.

S/n estava sentada em sua cama com uma toalha em volta do corpo. Seu cabelo estava escuro e pingando, e gotas de água ainda permaneciam em sua pele macia. Joyce a ajudou a tomar banho para se limpar e cuidar dela.

Olhando para o tapete, S/n levantou os braços, deixando Joyce colocar a camisa nela como se ela fosse um bebê. S/n se sentiu esgotada. Ela não tinha energia para fazer as coisas mais simples, como tomar banho ou se vestir.

Joyce terminou adicionando meias rosa, laranja e brancas como toque final depois de ajudar S/n a vestir uma calça confortável. Ela se levantou e hesitou por um momento antes de caminhar em direção a uma de suas gavetas, onde tirou um grande suéter azul marinho.

Ela o segurou perto por um momento, sentindo o tecido macio antes de se virar para S/n, que estava com a cabeça baixa, balançando os pés na beirada da cama.

— Aqui --- Joyce colocou o suéter sobre a cabeça.

S/n endureceu por um momento, e seus lábios tremeram enquanto as lágrimas ameaçavam derramar. --- Ainda cheira como ele --- disse ela em uma voz minúscula.

Joyce assentiu, sentando-se ao lado dela. Ela enrolou um cobertor sobre seus ombros e então trouxe S/n sob sua asa maternal. --- Sim, ainda cheira --- ela sorriu --- Ele deixou aqui, e eu acho que nunca devolvi.

S/n fungou, puxando as mangas do suéter grande sobre as mãos antes de enxugar os olhos. Eles estavam inchados e injetados de água, e seu nariz estava manchado de vermelho. Sua cabeça doía de tanto chorar, mas ela não conseguia parar.

Joyce segurou S/n com mais força e apoiou a cabeça no ombro da mulher, tentando absorver tudo. Era demais. Ela não estava apenas tentando compreender o fato de ter perdido o pai. Mas também tudo o que Joyce lhe disse enquanto a ajudava a tomar banho. Joyce disse que havia outro mundo - O Mundo Invertido, e foi onde Will desapareceu um ano atrás. Ela explicou sobre seus episódios, o laboratório, a garota com o nome de um número. Tudo estava acontecendo muito rápido.

--- Você sabe --- Joyce começou, ignorando o quão trêmula sua voz saiu. --- Eu não estou surpresa que você fez isso.

S/n virou a cabeça para ela --- O quê? --- sua voz estava rouca de tanto chorar. --- Aquela bolha de proteção que você fez --- ela explicou --- com sua mente.

--- Oh.

--- Bob me disse que sua mãe podia fazer coisas assim --- Joyce tentou dizer com um sorriso, para não entristecer a garota por falar de seus pais mortos. --- O laboratório, eles também tinham pessoas como sua mãe. E fizeram testes neles.

--- Aquela garota, Eleven? --- S/n perguntou, seus dedos brincando com o suéter quente. --- Ela tem superpoderes?

--- Foi assim que ela encontrou Will no Mundo Invertido --- Joyce assentiu, franzindo os lábios quando S/n sussurrou um simples --- Ok. Para quebrar novamente.

--- Dói --- ela chorou --- Dói muito. E parece que nunca vai passar, eu só quero que a dor vá embora.

Joyce franziu a testa, puxando-a para mais perto.

--- Eu já vi escuridão antes, mas não assim... isso é frio, isso é vazio, isso é entorpecido. Qualquer pessoa com quem eu já me importei foi arrancada das minhas mãos. Eu sinto que não posso amar ninguém. porque de alguma forma eu vou perdê-los --- S/n fez uma pausa, respirando trêmula.

--- Eu fingi que a morte da minha mãe não me perturbou, eu agi como se estivesse bem, e nunca chorei por minha mãe, e isso foi horrível. Eu segurei toda a emoção, reprimindo tudo, não pensando que eu iria quebrar eventualmente.