Capítulo 3 - O livramento

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Anteriormente:

No fim de tarde, Léo tirava um cochilo, cansado de toda a brincadeira com a mãe, Marília se encontrava na cozinha com Zaida fazendo um lanche e conversando, quando elas ouvem um barulho na porta, Marília paralisou, essa foi sua reação, Zaida se prontificou em ver o que estava havendo, era Murilo que havia chegado, completamente desesperado e desolado, o choro não lhe permitia completar uma frase, a partir daí tudo estava em câmera lenta para Marília, que finalmente teve a reação de se mover até a porta da cozinha e ver o que estava acontecendo, se deparou com uma cena bastante incomum as vistas de Marília, já que seu ex sempre foi muito equilibrado: Murilo sentado no sofá tentando se fazer entender para sua mãe, muito confusa com o estado do rapaz. A única frase que o homem sabia proferir era "eu a perdi, mamãe eu a perdi", Marília continuava imóvel, seu corpo não obedecia a seus comandos, queria entender o porquê de Murilo estar aos prantos, e quem? Por Deus, quem ele perdeu?

Este capítulo contém as reações de Murilo e Marília ao saber do acidente, quem não se sentir bem, confortável ou à vontade, pelo amor de Deus não se forcem a ler. 

Depois de se acalmar um pouco ele conseguiu formar uma frase, frase essa que fez o mundo de Marília desmoronar "o avião que a Marília estava...caiu, não houveram sobreviventes" depois disso repetiu com um desespero na voz "a perdi mamãe, deixei o tempo resolver e me tiraram ela". Zaida ainda sem entender, como assim ele a perdeu? Confirmaram o óbito de Marília sem ela estar no avião? E os outros? Meu Deus, o Bahia e o Silveira, Marília deve ter escutado, precisava ir ver seu estado, precisava falar ao seu filho que ela estava bem, sã e salva.

Na cozinha, Marília estava em completo estado de choque, voltou ao banco que estava sentada, precisava digerir a informação, e em pé com certeza desmaiaria, sua cabeça estava rodando. Como assim o avião caiu? Como assim o Babá e o tio Silveira morreram? Ela os viu ainda hoje, bem, saudáveis, brincando. Não fazia sentido na cabeça dela, confirmaram a morte dela? Sem ela estar no avião? Isso não fazia o menor sentido. Choque, foi assim que o corpo de Marília reagiu, várias coisas ao mesmo tempo passando em sua mente: 1- A vida é realmente imprevisível, como que vira Bahia e Silveira horas atrás, e agora eles simplesmente não estão mais em plano terrestre? 2- Era para ela estar naquele avião também, se ela não tivesse dado meia volta, pelo único motivo na vida que a faria mudar seus planos: Léo. Ela também estaria entre os vitimados. 3- Não podemos fazer planos, nossos planos não valem, os únicos que valem são os de Deus, seus planos só se cumprem se Deus permitir. 4- O que a salvou, foi algum tipo de milagre? Algum anjo soprou em seu ouvido para olhar o visor do celular? Porque ela realmente não iria atender o telefone. 5- Talvez ela tivesse sido salva porque não era sua hora? São muitas possibilidades, muitos "por quês", muitos "e se..." passavam em sua mente. Todos esses pensamentos a deixaram paralisada, não falava nada, não movia um músculo, seus olhos vidrados em algum ponto fixo do cômodo, respiração ofegante. Precisava de ajuda, não conseguia gritar por Zaida ou Murilo e rezava em silêncio para que alguém aparecesse ali.

Enquanto isso, na sala, Zaida acalmava o filho e buscava a maneira mais delicada possível de dizer que Marília não só estava viva e bem, como estava no cômodo ao lado. "Filho, primeiro se acalme, sim? Preciso que me escute com toda atenção" – a mulher falava para o homem já sem reação ou lágrimas no rosto, pois já haviam cessado, o que restava era um Murilo em choque, depois de desabar com o susto, olhando pr'um ponto fixo no cômodo, bem como Marília, a única diferença é que Marília não chorava, não tinha reação nenhuma. Zaida então, decidiu que era a hora, melhor que fosse de uma vez, que acabasse logo com esta agonia entranhada no peito de seu filho.

"Murilo, preciso que preste atenção" – Mais uma vez, a mulher tenta chamar a atenção do rapaz para si, obtendo agora uma resposta "estou te ouvindo mãe, estou prestando atenção" – Era tudo o que ela precisava, então, sem mais nem menos, soltou a informação "Marília não morreu meu filho, ela não estava no avião. Ela tá aqui, está lá na cozinha" – falou devagar e pausadamente, para ter certeza que não restaria duvidas e que ele entenderia o recado, falou e ficou observando seu rosto antes desolado, vazio, tomar uma expressão confusa. 


Voltei! Demorei? Talvez, pelo motivo que estou em fim de período na faculdade, em semana de provas. Mas capítulo não vai faltar, porque eu já estava escrevendo a um tempo, então tem muito material. Como eu disse no primeiro capítulo, o inicio dessa fanfic é um sonho que eu tive meses atrás, e nele, infelizmente o acidente só foi evitado para a Marília. Juro, acordei chorando nesse dia e chorei escrevendo essa parte também. Mas eu prometo gente, tem muita coisa boa pra rolar ainda.

Boa leitura!

O efeito borboletaWhere stories live. Discover now