Capítulo 57 - Efeitos do luto

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Anteriormente:

No avião, Maiara ia com a cabeça encostada no ombro de Gustavo, recebendo um carinho do mesmo e tinha Maraisa abraçada a si, ambas agarravam a mão uma da outra o tempo todo. Durante toda a viagem foi dessa forma, até posarem em Goiânia, onde foram diretamente a casa de Marília, sendo acolhidos por todos

O show que Marília faria, foi adiado, sem muitas explicações o que deixou os fãs confusos já que, Marília Mendonça nunca cancela um show, o único show cancelado fora no dia 05/11, o que fez os seus fãs acreditarem que se este show foi cancelado ou adiado, teria um motivo plausível, pois Marília prometeu realiza-lo outro dia, e ninguém teria nenhum prejuízo.

Assim que o trio que chegou à casa de Marília, Maiara foi em direção à amiga, se aconchegando em seus braços que prontamente a acolheu de braços abertos depositando um casto beijo na testa da ruiva. Maraisa, se aconchegou no abraço de Murilo, que tinha, assim como todos os presentes, lágrimas nos olhos, sem conseguir mais controla-las. Gustavo jogou seu corpo no sofá, pendendo a cabeça para trás, deixando as lágrimas rolarem por seu rosto e, deixou extravasar todo o desespero que estava sentido, tudo o que voltou à tona desde o dia do acidente que quase levou Marília, tudo o que não se permitiu extravasar durante o voo pois, queria ser fortaleza para as meninas, assim como prometera a amiga. O homem sentiu uma mão lhe tocando os ombros, era Ruth, a mulher viu o estado do homem e foi lá consolá-lo, sentando-se também no sofá e o abraçando de lado, o cantor se encolheu nos braços da mais velha como uma criança desolada

"Chora meu filho, chora. Chora que guardar só vai fazer mal, coloca pra fora mesmo" – A mãe de Marília falava enquanto "ninava" Gustavo

"Por que, Ruth? Por que o Maurílio? Por que tão cedo?" – O cantor soltava palavras desconexas de negação e as lágrimas rolavam por seu rosto que a esta altura já estava todo vermelho e os olhos se encontravam inchados

"Gustavo, olha pra mim" – Ruth segurava seu rosto com as duas mãos, fazendo-o olhar em seus olhos – "Deus, meu filho, Ele sabe de todas as coisas. Claro que não gostaríamos que Maurílio estivesse partido assim, de forma tão brutal, e tão cedo, não é?" – Gustavo afirmava lentamente com a cabeça enquanto soluçava silenciosamente – "Mas ele estava sofrendo muito aqui, a alma dele precisou desse descanso, menino. Você entende isso?" – Outra afirmação

"Entendo sim, tia" – Gustavo fungou – "Mas é que dói demais" – O rapaz voltou a chorar – "Dói muito, dói a saudade, doeu ter visto as meninas desoladas quando eu falei, sem poder fazer nada" – Ele falava com a mão sobre o peito esquerdo, tentando talvez, amenizar alguma dor ali sentida, ele olhava para Maiara que estava encolhida no abraço de Marília, com o rosto inchado e vermelho – "Olha aquilo, tia. Como eu aguento ver isso sem fazer nada, me sinto impotente, a senhora sabe dos meus sentimentos" – Começou a falar mais baixo para que apenas Ruth escutasse, a mulher afirmava com a cabeça, via a dor que o rapaz carregava, a dor da impotência, a dor da perda, a dor da saudade

"Sei, sei sim" – Ruth afirmava tristemente enquanto passava a mão levemente pelas costas do rapaz que se encontrava desolado – "É muita coisa para se assimilar, eu sei, dói ver as meninas assim também, dói em mim também as ver assim, minha filha que deveria estar tendo uma gestação tranquila já passou por tantas coisas. Mas vamos passar por tudo isso juntos, um apoiando o outro, sim?" – A mãe de Marília era uma mulher extremamente sábia e iluminada, tinha sempre o conselho ideal

Gustavo assentia sem falar nada, pois sentia não ter forças para verbalizar, tudo o que ele queria era chorar, chorar até acordar do pesadelo em que vivia. O cantor tinha os olhos fixos no teto da casa quando sentiu o sofá em que estava se afundar levemente e um pequeno corpo se aconchegar em seu peitoral e o abraçar com certa força, era a responsável por, ultimamente, suas composições, suas noites sem dormir, sua entrega no palco. Uma pequena ruiva com um cheiro adocicado nos cabelos, cheiro esse que se fez mais presente para ele, já que a cabeça da mesma estava próxima de suas narinas. Maiara se encolhia no abraço do mesmo, que quando sentiu sua presença, passou o braço ao redor do corpo da mulher, ela posicionou o rosto na curva do pescoço de Gustavo e a mão direita no ombro do amigo e assim permaneceu, deixando claro que, ali encontrava lar, paz, calmaria, aconchego e segurança.

A noticia deixou todos muito abalados, Luiza chegou à casa de Marília acompanhada de Marcela que ajudava a namorada a se sustentar em pé, ambas sendo acolhidas por Gizelly. Naquela noite, ninguém que ali estava ousou sair, Marília aconchegou a todos em sua casa, seria mentira se dissesse que conseguiram dormir, ali os únicos que conseguiram dormir foram Léo e Ruth, e dos dois, Léo foi o único a ter uma noite tranquila de sono. Ruth teve um sono conturbado, acordava entre alguns intervalos para ver como os outros estavam, Marília tirava alguns cochilos nos braços de Murilo, mas nada muito longo, Luiza se agarrara ao violão que Maurílio lhe dera de presente no leito do hospital, já não chorava mais, não tinha mais forças, apenas queria seu amigo de volta. Maiara, por algumas horas, conseguiu cochilar também, encostada em Gustavo, a gêmea ruiva tinha Maraisa encostada em si, os dois revezavam carinhos em Maiara.

Assim como o dia 6, o dia 30 não será narrado


Olá!! Eu sei que ando demorando, creio que quando eu ficar de férias, terão atualizações mais frequentes nas duas fanfics, com este capítulo a mensagem que eu venho passar para vocês é que: o luto é importante, é necessário passar por essa fase.

Me contem o que estão achando da história, sim?


Boa  leitura!

O efeito borboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora